5G pode democratizar o acesso à saúde, mas precisa de investimentos
Estamos às vésperas de ter um novo presidente. Seja quem for eleito, a democratização do acesso à saúde, seguindo os parâmetros de universalidade, inclusão e equidade, continuará sendo uma prioridade – e um desafio – para a política orçamentária do país.
De acordo com publicação da Agência Senado no último mês de agosto, o governo federal aumentou de R$ 17 bilhões para R$ 25 bilhões o orçamento da Secretaria de Atenção Primária com o objetivo de ampliar esse tipo de atendimento. Informou, ainda, que o Ministério da Saúde vem trabalhando na consolidação da rede nacional de dados, com o Conecte SUS, e aposta na formalização do serviço de telemedicina para reduzir em até 80% as filas dos centros especializados. O governo federal também pretende enviar ao Congresso Nacional um projeto para implementar um sistema de “Open Health” a fim de “ampliar a concorrência no mercado de saúde suplementar ao abrir os dados de pacientes com as empresas operadoras para que elas possam oferecer serviços de acordo com a necessidade de cada um”.
Para que a ambição do Ministério da Saúde se concretize, um número cada vez maior de sistemas e dispositivos habilitados serão necessários para capturar, transportar e analisar uma quantidade exponencial de dados e requererá uma quantidade extraordinária de largura de banda. Pense na possibilidade de termos disponível um “gêmeo digital” para cada paciente, podendo ser monitorado à distância e acompanhado por uma equipe médica a partir de um centro remoto de controle integrado. É exatamente para isso que o 5G foi projetado: diversidade de conexões simultâneas, processamento nas pontas, dados altamente precisos e informação em tempo real.
Isto significa, antes de tudo, que será necessário gerar dados. E depois, que esses dados sejam compartilhados entre todos os atores da cadeia para que possam gerar o valor esperado para o sistema de Saúde como um todo. Por esse motivo, a interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar com outro de forma transparente e ágil) tem sido um mantra no setor de Saúde nos últimos anos e é um dos requisitos indispensáveis para a implantação do Open Health (proposta que visa compartilhar dados de pacientes, mediante consentimento desses, entre instituições públicas e privadas).