Um comentário para você pensar e refletir
Aprendi a não bater de frente com um povo que só entende o que lhe convém. Essa frase nos convida a refletir sobre a natureza dos conflitos e a sabedoria de escolher onde e como investir nossa energia. A história de Sócrates, o grande filósofo ateniense, ilustra bem essa ideia.
Sócrates acreditava na busca incessante pela verdade por meio do diálogo e da reflexão. Utilizava a maiêutica, um método que consistia em questionar para levar as pessoas a descobrir as respostas por si mesmas. No entanto, ele enfrentou uma sociedade que, em grande parte, não estava disposta a refletir sobre as próprias crenças e que via suas perguntas como uma ameaça ao status quo.
Sua insistência em desafiar as convenções levou ao julgamento e à condenação à morte. Sócrates escolheu aceitar sua sentença, pois compreendia que enfrentar diretamente uma coletividade rígida e resistente ao diálogo, naquele contexto, seria em vão. Sua atitude demonstrou que, às vezes, é mais sábio deixar que as ideias floresçam no tempo certo, em vez de insistir em transformar um terreno infértil.
Essa mesma medida de sabedoria nos orienta a não ceder ou negociar princípios fundamentais. Por isso, seguirei no firme propósito de não negociar com a corrupção ou os corruptos. A corrupção, assim como o pecado e o crime, é um ato que distorce o tempo, o espaço e a própria alma. É um assassinato silencioso da justiça, da confiança e da esperança de uma sociedade mais digna.
Como bem disse Platão: “A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus”. Essa frase nos alerta que a omissão diante da corrupção não é uma escolha neutra; ela é, em si, um ato de abdicação do dever de transformar o mundo para melhor.
Em contrapartida, Maquiavel nos lembra que “os fins justificam os meios,” um chamado à ação que, em contextos de corrupção e injustiça, pode nos levar a refletir sobre a necessidade de tomar decisões difíceis para preservar a integridade e a ética em nossa sociedade.
Manter-se incorruptível é um desafio, especialmente em um mundo que muitas vezes tenta relativizar valores. Mas é também um compromisso inabalável com a verdade e com o propósito basilar de dizer não ao que desvia a humanidade de seu caminho ético. Assim como Sócrates confiava que a verdade sempre encontra seu caminho, eu confio que a firmeza contra a corrupção moldará o futuro que queremos ver.
José Santana: Jornalista com graduação na escola superior da ciência em Gestão Pública/Uninter com registro 3982/SC