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ARTIGO “AVIÃO DO CONTESTADO”

CONTESTADO: Conhecendo nossa história

Estamos relatando nos fins de semana aqui na Folha do Estado de SC, as principais ocorrências verificadas na Guerra do Contestado, evento que envolveu os estados do Paraná e Santa Catarina no início do século 20. 

Por L. Pimentel

A Guerra do Contestado inaugurou no País a “era da aviação militar”. Foram utilizadas na chamada “Guerra do Contestado” três aeronaves, muito embora fossem cinco os aparelhos que tivessem sido transportados de trem, em 1914, desde o Rio de Janeiro até União da Vitória (PR), na divisa do Paraná com Santa Catarina (dois deles acabaram pegando fogo durante a viagem, atingidos por fagulhas expelidas pela locomotiva Maria Fumaça), a locomotiva que puxava o trem.

Soldados ajudados por alguns civis construíram alguns campos de pouso (chamados posteriormente de Campo de Aviação), entre eles os das cidades de União da Vitória (PR) e Caçador (SC). O serviço tinha como chefe o tenente-aviador Ricardo Kirk, auxiliado pelo piloto italiano Ernesto Doriolli. No entanto, foram feitos poucos voos – sendo que o mais importante ocorreu em janeiro de 1915, quando os aviões sobrevoaram o reduto Santa Maria.

No dia 1º de março do mesmo ano, dois aviões levantaram voo de União da Vitória para a primeira missão verdadeiramente bélica – o bombardeamento com granadas e o lançamento de panfletos sobre o reduto onde se encontravam os fanáticos. Sem cumprir inteiramente a missão, Ernesto Doriolli voltou logo após haver decolado. Ricardo Kirk desapareceu, igualmente sem nada ter bombardeado, pois o aparelho caiu na região de General Carneiro, fronteira dos dois estados. Após ter sido encontrado, o piloto foi sepultado em União da Vitória.

ZONA CONFLAGRADA

A zona do Contestado por pouco não virou um estado independente. Isto ocorreu antes da chegada das aeronaves acima descritas – em 1909 – quando um grupo de paranaenses liderados pelo coronel Amazonas Marcondes reuniu-se em União da Vitória e proclamou a independência das Missões, como uma solução para a questão das divisas entre Paraná e Santa Catarina. Chegou a ser formada uma junta governativa. O governo paranaense comprometeu-se em apoiar a nova unidade federativa, caso fracassasse por completo a luta jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 1914 foi redigido, em Porto Alegre (RS) um esboço de constituição que fixava a capital das Missões em União da Vitória. Dois anos mais tarde, moradores de cidades e vilas ao longo do Rio Iguaçu, inconformados com o acordo de limites, empenharam-se na criação do estado. Houve uma ameaça de resistência, inclusive armada, mas no início de 1917 (há 107 anos), diante da reação do governo da União, o movimento foi debelado.

CURIOSIDADE

A metralhadora Maxém Nordenfeld – importada para os combates – não chegou a funcionar nas refregas do Irani, região do meio oeste catarinense. É que o pente de balas ficou molhado e sujo de barro durante a queda do equipamento em um riacho. A metralhadora é uma das peças que estão expostas no Museu da Polícia Militar do Paraná, em Curitiba, localizado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, esquina com a Avenida Getúlio Vargas, e está aberto a visitação pública de segunda a sexta-feira.

Na próxima semana contaremos a história do “sertão explorado”… importante material para estudantes, especialmente aos alunos do primeiro grau.

 

 

 

 

 

 

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