Aos poucos o Brasil vai voltando à normalidade
Por L. Pimentel
GOLPE DE ESTADO: Tem este nome de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional repentina, que contraria a normalidade da lei e da ordem e submete o controle do Estado – poder político institucionalizado – a pessoas que não haviam sido legalmente designadas – fosse por eleição, por hereditariedade ou por outro processo de transição.
A gravidade das tentativas de golpe de Estado reside não apenas no ato em si, mas nas profundas feridas que elas deixam na estrutura social, política e institucional de um país. Esses episódios representam a ruptura do pacto democrático, um atentado contra o Estado de Direito e uma ameaça direta à soberania popular, que é a base de qualquer regime democrático legítimo.
Em primeiro lugar, uma tentativa de golpe não se limita a uma mera troca de governo. Ela simboliza a substituição da vontade popular por interesses autoritários e, muitas vezes, oligárquicos. Esse tipo de ação desacredita as instituições democráticas, minando a confiança do povo no sistema político. Em sociedades onde as tentativas de golpe se tornam frequentes ou mesmo possíveis, instala-se um ciclo de instabilidade que dificulta a construção de políticas públicas consistentes e de longo prazo.
Além disso, os impactos sociais são devastadores. Golpes ou tentativas de golpe, frequentemente, dividem a sociedade, polarizam grupos e aprofundam ressentimentos históricos. A narrativa de que o poder pode ser conquistado pela força, legitima a violência política, gerando um ambiente de medo e insegurança que afeta tanto o tecido social quanto a economia. Quando o diálogo democrático é substituído pela força, a coesão social dá lugar ao caos, à perseguição e, em muitos casos, à violação de direitos humanos.
No campo econômico, a incerteza gerada por um golpe de Estado desencoraja investimentos internos e externos, paralisa a economia e agrava as desigualdades sociais. Além disso, governos ilegítimos que chegam ao poder por vias golpistas geralmente não têm interesse em construir políticas inclusivas e sustentáveis. Em vez disso, priorizam seus próprios interesses e os de seus apoiadores, alimentando ciclos de corrupção, desgoverno e autoritarismo.
Do ponto de vista internacional, golpes de Estado ou suas tentativas mancham a reputação de um país, fragilizando sua posição em negociações e tratados multilaterais. Na era globalizada, o isolamento internacional pode ser tão prejudicial quanto a instabilidade interna, agravando ainda mais os problemas econômicos e sociais.
Por fim, é essencial destacar que a gravidade de um golpe está também em sua capacidade de perpetuar a ideia de que a força prevalece sobre a lei. A normalização dessa mentalidade cria gerações de cidadãos que desacreditam nas instituições democráticas, alimentando ciclos viciosos de instabilidade política e fragilidade institucional.
A solução, portanto, passa por um fortalecimento contínuo das instituições democráticas, a promoção de uma cultura de respeito à diversidade de ideias e um compromisso inequívoco com o diálogo e o Estado de Direito. Em tempos de crise, é necessário reafirmar que a democracia, ainda que imperfeita, é o único caminho legítimo e sustentável para o desenvolvimento humano e a justiça social.
Felizmente essa loucura planejada pela pior espécie de compatriotas, que não pensam o país como sendo a “nossa casa”, a casa de todos nós, acabou fazendo “água” antes que se concretizasse. Mas foi por pouco… Ufa!