Alguém precisa colocar um limite nesses crimes abusivos
Nos últimos anos, o Brasil tem assistido a um aumento alarmante dos casos de pedofilia praticados por meio da internet. Plataformas de redes sociais, aplicativos de mensagens, jogos online e até fóruns escondidos na chamada “dark web” têm sido utilizados por criminosos para aliciar, enganar e explorar sexualmente crianças e adolescentes.
O problema não é exclusivo de uma região: ocorre em todo o país. O acesso facilitado à internet, aliado à falta de uma supervisão mais adequada, cria um terreno fértil para criminosos que se aproveitam do anonimato digital e da ingenuidade infantil. A pandemia de COVID-19, como se recorda, aumentou o tempo das crianças e adolescentes estarem conectados, o que agravou ainda mais essa realidade.
COMO AGEM OS CRIMINOSOS?
Os pedófilos utilizam estratégias sofisticadas para se aproximar de suas vítimas, como a criação de perfis falsos com fotos de outras crianças ou adolescentes; com manipulação emocional – ganhando a confiança para depois explorar sexualmente; compartilhando material pornográfico infantil para normalizar comportamentos ilegais; chantageando e extorquindo (o chamado sextorção), que é quando a vítima envia fotos íntimas e o criminoso ameaça divulgar. Em muitos casos, esses conteúdos acabam sendo compartilhados globalmente, tornando quase impossível sua remoção total.
O QUE A LEI BRASILEIRA DIZ?
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 241, estabelece que, produzir, reproduzir, vender ou divulgar material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes é crime, com pena de até 8 anos de prisão. Também é crime armazenar esse tipo de material ou induzir menores de idade a se exporem de forma sexual.
Nos últimos anos, a Polícia Federal e a Polícia Civil têm realizado várias operações, como a ‘Luz na Infância’, que desmantelam redes de exploração sexual infantil online. No entanto, o volume de casos é tão grande que os órgãos de investigação ainda enfrentam dificuldades para atender a todas as denúncias com rapidez.
POR QUE É TÃO DIFÍCIL COMBATER?
Um dos principais problemas é o anonimato digital, como o uso de VPNs, redes privadas e dark web. Na velocidade de propagação, uma imagem compartilhada pode circular mundialmente em segundos. Já a falta de denúncia faz com que muitos pais e responsáveis não saibam identificar sinais ou têm medo de se expor. Quando as limitações técnicas, isso também cria dificuldade no rastreamento de servidores hospedados no exterior.
O QUE PODE SER FEITO PARA CONTER ESSAS ONDAS CRIMINOSAS? VEJAMOS…
Educação digital: realizabdo campanhas nas escolas e em comunidades sobre segurança online, ensinando crianças a não compartilharem dados ou imagens.
Supervisão familiar: as famílias devem usar ferramentas de controle parental e acompanhamento próximo das atividades online.
Denúncia imediata: Ao descobrir algum caso, denuncie. Canais como o Disque 100 e a plataforma SaferNet permitem denúncia anônima desses materiais suspeitos.
Para fortalecer as forças de investigação, devemos investir em tecnologia, em treinamento de policiais e na cooperação internacional, responsabilizando as plataformas, obrigando empresas de redes sociais e serviços de mensagens a agir de forma rápida na remoção de conteúdos e na identificação dos criminosos. Também podemos realizar campanhas permanentes, com ações de conscientização, não apenas em datas específicas, mas de forma contínua a todo o tempo.
CONCLUINDO
A pedofilia na internet é um crime silencioso, mas devastador, que deixa marcas profundas nas vítimas. Combater esse mal exige uma ação conjunta do poder público, das empresas de tecnologia, da sociedade civil e, principalmente, de nós, as famílias. A proteção das nossas crianças deve ser prioridade absoluta. O silêncio e a omissão apenas fortalecem os criminosos. Por isso, denunciar e agir é um dever coletivo. Se você conhece ou sabe de alguém agindo para prejudicar ou complicar a vida de nossas crianças, não tenha medo, vá atrás, denuncie!
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Da Redação PFSC









