POSICIONAMENTO DA CASA BRANCA SOBRE A GUERRA
Casa Branca diz querer terminar guerra na Ucrânia e expressa confiança na relação com Brasil após comentários de Lula. “Estamos confiantes na relação com o Brasil”, disse Karine Jean-Pierre (foto).
EUA E BRASIL, PARCEIROS
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, destacou que o Brasil é um parceiro dos Estados Unidos, mesmo tendo rejeitado que Washington compartilha responsabilidade pela guerra na Ucrânia. Ela foi questionada sobre a posição do Brasil sobre o conflito e os comentários do presidente Lula, que afirmou que tanto Washington quanto Bruxelas incentivam a guerra ao enviarem armas para Kiev sem se preocuparem em negociar a paz.
Segundo a porta-voz, os EUA também desejam terminar a guerra. “Acreditamos, e é verdade, que as declarações estão completamente erradas. Claro que queremos que a guerra termine, é claro. O que escutamos, o tom não foi neutro, e não é verdade”, continuou. “Estamos confiantes na relação com o Brasil, mesmo que não concordemos com algumas coisas que o presidente Lula disse”, destacou.
EUA EM CONTATO COM O BRASIL SOBRE TEMA DA GUERRA
Conselheiro de Segurança de Biden, Jake Sullivan, telefonou para Celso Amorim, assessor do presidente Lula
BRASÍLIA, (Reuters) – O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e voltou a pedir mediação para acabar com a guerra, uma iniciativa de paz que foi criticada pelo governo ucraniano. Falando em um almoço com o presidente romeno, Klaus Iohannis, Lula disse que um grupo de nações neutras deve se unir para ajudar a intermediar a paz entre a Rússia e a Ucrânia. Seus comentários foram feitos depois que ele provocou uma tempestade entre os aliados ocidentais ao afirmar no fim de semana que eles estavam prolongando os combates fornecendo armas à Ucrânia.
O CONTATO DA CASA BRANCA
Um porta-voz da Casa Branca acusou Lula de “repetir a propaganda russa e chinesa sem examinar os fatos”. E na terça-feira, a Casa Branca disse que o “tom de Lula não era de neutralidade”. Em Washington, uma pessoa familiarizada com o assunto disse que as autoridades americanas deixaram claro em particular o descontentamento do governo Biden aos colegas brasileiros sobre as críticas de Lula ao armamento da Ucrânia.
RESPOSTA DA WHITE HOUSE
A Casa Branca não respondeu imediatamente a uma pergunta da Reuters sobre os supostos contatos, mas ontem disse em um comunicado que o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan (na foto com Lula), conversou com seu colega brasileiro, Celso Amorim, sobre “várias negociações bilaterais e globais”. questões, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia.” Anteriormente, Amorim havia entrado na guerra de palavras, chamando as críticas dos EUA de “absurdas” e insistindo que o Brasil não compartilhava da posição da Rússia.
O QUE DISSE AMORIM
“O Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia”, disse Amorim à TV Globo. Mas acrescentou: “Enquanto não houver negociações, a paz ideal para ucranianos e russos não acontecerá. Deve haver concessões.” O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, visitou Lula em Brasília na segunda-feira e agradeceu seus esforços de paz, observando que Brasil e Rússia compartilham pontos de vista sobre o conflito de um ano na Ucrânia. Lula se apresentou como mediador da paz para acabar com a guerra, que começou quando a Rússia invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. Sua proposta, baseada na tradição de não intervenção e neutralidade do Brasil, pede um grupo de nações não envolvidas na guerra envolver a Rússia e a Ucrânia em negociações.
CRÍTICAS DA UCRÂNIA
A Ucrânia criticou a proposta de Lula porque trata “a vítima e o agressor” da mesma forma, e na terça-feira, ontem portanto, convidou o presidente brasileiro para visitar o país devastado pela guerra para ver por si mesmo as consequências da invasão russa.
O porta-voz do Itamaraty, Oleg Nikolenko, disse que a Ucrânia acompanha com interesse os esforços de Lula para encontrar uma solução para a guerra. Mas rejeitou a visão que Lula expressou no fim de semana de que os países que armam Kiev estão prolongando a guerra. A União Européia também rejeitou a sugestão de Lula de que tanto a Ucrânia quanto a Rússia são culpadas pela guerra. O porta-voz de relações exteriores da UE (União Européia), Peter Stano, disse que toda a ajuda visa a “defesa legítima” da Ucrânia.
ZELENSKI REJEITA SUGESTÃO
Lula disse que a Rússia deveria devolver o território que invadiu no ano passado, mas sugeriu que a Ucrânia poderia sacrificar a Crimeia, que foi ocupada por forças russas em 2014, uma sugestão rejeitada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski. Ele pediu aos líderes mundiais que adotem seu plano de paz de 10 pontos que, além de pedir a retirada das tropas russas e o fim das hostilidades, propõe restaurar as fronteiras originais da Ucrânia com a Rússia.
VER MORO DESESPERADO NÃO TEM PREÇO
DE OLHO VIVO
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, comentou a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-juiz suspeito e senador Sérgio Moro por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas redes, Gleisi disse que Moro nunca respeitou o poder Judiciário. “Ver ex-juiz da Lava Jato e Cia desesperados com denúncia de calúnia, falando no devido processo legal, reclamando de vídeo vazado fora do contexto não tem preço depois de tudo o que fizeram contra Lula e o Estado Democrático de Direito”, afirmou a presidente do PT. “Moro nunca respeitou o Judiciário, essa é a real. Ou vai dizer que essa brincadeirinha não era pra difamar ministro do STF?”, acrescentou Gleisi.
REMEMBER
Na segunda-feira, o senador Sergio Moro gaguejou na hora de rebater a denúncia da PGR. O ex-juiz da Lava Jato se complicou na hora de afirmar que “falas foram descontextualizadas”. Moro fez referência ao vídeo em que o próprio Moro diz a interlocutores sobre “comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes”. Se deu mal…
LULA ASSINA PL CRIANDO PISO NACIONAL DA ENFERMAGEM
O PLN SERÁ ANALISADO PELO CONGRESSO
De acordo com o 247, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na terça-feira (18) Projeto de Lei (PLN) para garantir o custeio do piso nacional da enfermagem, colocando o pagamento da categoria na previsão orçamentária anual da União. Agora o PLN deve ser analisado já na próxima semana pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, posteriormente, será apreciado em Plenário durante sessão conjunta de deputados federais e senadores.
Serão 7,3 bilhões para apoiar estados e municípios, cumprindo o papel do Governo Federal”, afirmou o ministro da Secretaria da Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “É um momento essencial, resultado de um processo criterioso, um compromisso de apoio a estados e municípios. É também o compromisso com o SUS e com a valorização da categoria da enfermagem, dos vários profissionais que atuam no campo”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
GOVERNO ENTREGA ARCABOUÇO FISCAL AO CONGRESSO
LIRA NOMEIA LOGO MAIS O RELATOR DO PROJETO
O governo do presidente Lula formalizou ontem a entrega do projeto do novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional, em evento no Palácio do Planalto. Participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), entre outros. Lira afirmou ainda que nesta quarta-feira (19), no início da tarde, ocorrerá a nomeação do relator do projeto. Conforme o presidente da Câmara, “atende bem” se o prazo de tramitação do projeto for cumprido até o dia 10 de maio. Ele falou com jornalistas após a assinatura e entrega do texto do novo arcabouço fiscal a representantes do Congresso, em evento no Palácio do Planalto. (Reuters).
BRASIL QUER ACORDO EQUILIBRADO MERCOSUL UNIÃO EUROPEIA
LULA QUER ACORDO QUE APOIE INDUSTRIALIZAÇÃO
Ag. Reuters – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o Brasil tem interesse na conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, defendendo que o tratado seja “equilibrado”. “Num momento em que o protecionismo ressurge e ganha força no mundo, podemos impulsionar alternativas que assegurem prosperidade compartilhada”, disse Lula durante brinde ao presidente romeno, Klaus Iohannis, que está no Brasil para visita oficial. O presidente afirmou que o Brasil tem interesse na conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, que seja equilibrado, capaz de apoiar o projeto de reindustrialização e desenvolvimento do país.
O texto do acordo entre Mercosul e UE – em negociação há mais de duas décadas – está sendo avaliado pelos quatro países do bloco sul-americano e pelos europeus, e não há ainda uma decisão sobre se será ou não assinado como foi fechado em 2019, durante o governo Bolsonaro. Lula já disse, mais de uma vez, que pretende ver o acordo ratificado em seu mandato, defendendo a revisão de pontos como a abertura de compras governamentais aos europeus.
Na semana passada, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse que a viagem de Lula à Europa, marcada para ainda para este mês, pode trazer “avanços significativos” às negociações do acordo comercial do Mercosul com a UE. Lula, que mais cedo neste fez viagem oficial à China, visitará Portugal e Espanha entre os dias 21 e 26 de abril.