Prefeito discutiu o problema com a Águas de Camboriú
O período crítico do fornecimento de água ocorreu entre 20 de dezembro e 8 de janeiro, quando Camboriú e Balneário Camboriú enfrentaram dificuldades devido à escassez dos recursos hídricos. O Rio Camboriú, única fonte de captação, tem uma vazão suficiente, porém a captação é limitada a 1.100 litros por segundo, o que se mostra insuficiente diante do aumento da demanda. A falta de uma estação de tratamento adequada é apontada como uma das principais causas do problema. Durante a gestão anterior de Camboriú, a estação de tratamento de água foi retirada do contrato, com a repactuação voltada apenas para o tratamento de esgoto.
Também a ausência de investimentos estruturais nos últimos oito anos, pelo município vizinho, comprometeu ainda mais a ampliação da capacidade de tratamento e em conseqüência a distribuição de água, o que agravou a crise hídrica nas duas cidades nesse período em que há muitos veranistas por aqui.
Como resposta imediata à situação, a Prefeitura de Camboriú, sob a liderança do prefeito Leonel Pavan implantou no início de 2025 a primeira Estação de Tratamento de Água (ETA) móvel da cidade. A iniciativa, uma parceria com as empresas Bluetech e AEGEA, já está beneficiando diretamente mais de seis mil moradores e visa mitigar os impactos da crise hídrica até que soluções permanentes sejam implementadas.
Na reunião, o prefeito Pavan fez questão de cobrar ações urgentes da diretora-presidente da AEGEA, Reginalva Mureb. Ele também reforçou a necessidade de um projeto de recuperação imediata para garantir o abastecimento de água sem interrupções no próximo ano. “Esperamos que para o ano que vem não existam mais reclamações por falta de abastecimento. Queremos resolver definitivamente o problema. O que parecia impossível, já está se tornando possível”, afirmou o prefeito.
Pavan também destacou a importância de projetos estruturais, como o Parque Linear e o Parque Inundável, dois segmentos que visam a segurança hídrica no médio e longo prazo. Em paralelo, a Prefeitura está acelerando o pedido de planejamento para a construção de uma estação de tratamento definitiva em Camboriú. Para isso, será solicitada à Agência Reguladora a outorga excepcional de um novo contrato, além de um estudo técnico para definir a vazão ecológica do Rio Camboriú, sua profundidade e a capacidade de operação do Parque Linear.
Outro ponto acordado foi a instalação de um espaço dedicado ao atendimento direto da comunidade pela AEGEA, que funcionará na Unidade de Atendimento ao Cidadão do distrito do Monte Alegre, facilitando o acesso dos moradores a informações e serviços relacionados ao abastecimento de água. Com essas ações, Camboriú visa se tornar mais independente, tanto na captação quanto no tratamento de água, assegurando um futuro mais seguro e sustentável para sua população, além de minimizar os recorrentes riscos de crises hídricas.
Texto e fotos: Molina Orval