BRASIL REGULA ABATE E PROCESSAMENTO DE ANIMAIS PARA MERCADO RELIGIOSO

A diversidade religiosa no Brasil é refletida diretamente na alimentação e no consumo da população, que, somadas à expansão das exportações de produtos de origem animal para países asiáticos, criaram um mercado específico e cheio de potencial: o do abate religioso de animais para o açougue.

CASO 406H – DEPOIMENTOS DÃO CONTA DAS ATROCIDADES COMETIDAS CONTRA OS INVASORES

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Podcast: caso da Rua 406 H em Itapema: Relatos de suspeitas de crime de xenofobia, terrorismo e violação da dignidade humana por parte do Estado SC e do município, veja todos os detalhes das denúncias contadas em entrevista para os jornalista José Santana e Elias Tenório, por duas das pessoas que sofreram as ameaças dos criminosos que invadiram o local fortemente armados e atearam fogo em todas as moradias e expulsaram os sem tetos.

Itapema: Vamos entender os depoimentos de mais duas senhoras, a Silvânia e a Débora, moradoras da invasão que também sofreram com as ameaças e os ataques dos agressores no final da semana passada. Débora, que soltou um vídeo e que viralizou na Internet pela veracidade dos fatos que apresentava. E a senhora Silvânia, que estava trêmula ao falar. As duas vieram participar da entrevista para contar os seus lados nessa história cheia de nuances que, segundo o jornalista José Avelino Santana, vai virar um documentário que deverá chegar até o Ministério da Justiça e também na Comissão dos Direitos Humanos de Brasília, porque por aqui, de acordo com o jornalista, “não tem jeito de vingar”.
A primeira a falar foi Silvânia, uma senhora que apresentava um nervosismo bastante acentuado devido às ameaças que ela, seus familiares e amigos acabaram sofrendo de parte dos “cangaceiros” que os atacaram por volta de meia noite da última quinta-feira (5/5). Silvânia respondeu as perguntas do jornalista Elias Tenório. Ele lembrou que no dia em que nossa reportagem esteve no local, quando também estavam policiais militares e integrantes da Guarda Municipal, além de membros da FAACE, sentiu que Silvânia precisava de um psicólogo para a filha. Silvânia disse que no dia dos ataques a criança ficou nervosa, trancou-se no banheiro, e os caras deram 10 minutos para que corressem, caso contrário… sabe Deus o que poderia ocorrer. A moradora contou que teve que levar a filha nas costas porque a criança não conseguia correr.José lembrou ainda que no momento em que se encontrava no local notou a presença de uma funcionária que lhe pareceu ser do Conselho Tutelar, pela vestimenta que apresentava (uniforme), que pediu para ela entrar em contato com Silvânia.
Na entrevista, Silvânia ainda apresentando forte nervosismo, disse que até aquele momento ninguém havia aparecido para falar com ela nem para ajudar. Ela também contou que desde aquele dia a menina não está dormindo direito, acordando várias vezes à noite, assustada.  Nosso diretor José Santana quis saber como ela havia chegado à invasão, porque tinha ido para lá etc…
Silvânia explicou que apareceu uma pessoa vendendo terrenos naquele local, que pensou que era a oportunidade que esperava, acabou comprando e segundo ela, teria pago R$ 5 mil reais. No entanto, disse, depois o cara sumiu e nunca mais apareceu. No que tanto José quanto Elias foram unânimes: “pode ter sido algum aproveitador que estaria vendendo uma terra que não era dele, que não existia, fazia apenas para lograr as pessoas mais pobres e apoderar-se do dinheiro”. Elias disse que a Polícia Civil deve abrir uma investigação para verificar quem é o malandro que estaria passando por dono da terra, vendendo e enganando os menos avisados. “Isso cabe uma ampla investigação”, disse o jornalista. Ele ainda adiantou outras desconfianças sobre aproveitadores existentes na cidade de Itapema. Disse ser testemunha de que em Itapema tem pessoas que dão ou tentam dar golpe inclusive em áreas milionárias.

Que conhece o caso de uma da cidade de Cascavel (PR) que tem uma área muito importante e valiosa em Porto Belo, e que alguma dessas pessoas falsificaram parte de um documento do proprietário e ofereceram a área que valia muito mais, por apenas R$ 35 milhões de Reais. “Aqui tem golpe de todo tipo”, então, cabe ao delegado da Comarca fazer a identificação pra se saber quem está praticando esse tipo de crime. ( Neste sentido, avocasse a lei 12.830/13 para reforçar a ideia do papel da investigação e de todas as diligências necessárias para o descobrimento dos fatos criminosos, de suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices; e deve ser reduzido a instrumento escrito qual ser conduzida pelo Delegado de Polícia e de ser dada total importância e credibilidade, sendo ela merecedora da tutela legal específica e implementada no caso da 406H)

Elias disse acreditar que, uma vez identificados esses falsários, isso evitaria que mais pessoas fossem para o assentamento pensando que haviam adquirido os lotes, mas que no fim verificariam que haviam caído no conto do vigário.

A senhora Silvânia, que trabalha na reciclagem do lixo, disse que após o ocorrido parou de trabalhar para cuidar de duas filhas (uma de 11 e outra de 7 anos). Ela também relata que não é casada, mas tem uma pessoa com ela. Que com o que os dois ganham dá para comer e cuidar das filhas, mas não dá para pagar aluguel.

Por seu lado, a senhora Débora é aquela mulher que fez um vídeo muito importante, e que também contou sua história. Disse que foi parar naquele local juntamente com seu marido. Que sabia que aquela era uma área privada, que já havia moradores no local, mesmo sendo uma invasão. “Uns alegam que compraram, outros como eu, caímos de paraquedas né”, relata. Ela também reclama dos valores cobrados pelos aluguéis em Itapema, por isso, diz, às vezes o desespero sobe pra cabeça e a gente se atira pra tentar a sorte. Relata que tem dois filhos pequenos (um está com ela outro com sua mãe) a gente pagava um aluguel de R$ 1.200,00 numa casa de um quarto de um banheiro, e aquilo “estava me subindo à cabeça”. “Aí um amigo de meu esposo falou que já havia gente morando na invasão, que se fizéssemos uma casa lá não ia dar nada, pois lá não ia ninguém, era uma área abandonada. Então eu cai de paraquedas, essa é a verdade”, disse.

Débora conta ainda que quando chegou na invasão com a família notou que realmente tinha pessoas que haviam comprado os lotes, e que já estavam lá fazia uns dois/três meses sem nunca ocorrer nada de anormal, até que começaram a chegar pessoas a mando do dono da terra pra conversar com os moradores. Perguntavam como a gente foi parar lá, se tínhamos comprado, e outras perguntas. Depois disso começaram a vir com mais frequência dizendo que devíamos ter uma conversa com a dona ou o dono das terras. Porque uns chegavam se dizendo donos, outras chegavam dizendo que eram as donas. Uns diziam que eram policiais civis (não os conheço nem sei sua identificação), outros que eram apenas contratados dos proprietários para vir conversar com a gente.

Se referindo à noite do tiroteio, Débora disse que estava tudo tranquilo, o pessoal construindo as casas, outros ainda estavam comprando (não sabe se da mesma pessoa), outros entrando porque estavam precisando de um local para morar. “Naquela noite o pessoal estava cansado por ter trabalhado até tarde. Ouvia-se o barulho dos martelos até bem tarde. Até que eu levantei e notei que tava todo mundo correndo pra dentro das casas. Foi aí que ouvi os tiros, no começo poucos tiros.

A seguir recomeçou e foi uma chuva de balas, muitos tiros mesmo que eram dados pelos “cangaceiros”. Todos correram para as casas trancando as portas. Meu marido começou a colocar um prego na porta pra ninguém força-la, colocou barreira com botijão e outros trêns, e ficamos naquele medo. Quando começou a aumentar os tiros (acho que foi pra mais de cinquenta) e eles foram se aproximando, comecei a chorar, pois eu estava na casa com meus dois filhos pequenos. Quando chegaram perto, focaram uma lanterna pra dentro da minha casa e começaram a gritar ‘bando de alagoanos desgraçados’, xingando a gente com palavrões muito feios e falando assim: vocês vão sair das minhas terras. Vocês vão morrer! Cheguei a ouvir o som da arma sendo engatilhada. Na hora me desesperei e falei, gente, pelo amor de Deus, deixa eu tirar os inocentes daqui. Deixa eu tirar as crianças que não tem nada com isso. Vocês querem matar, vocês podem matar todo mundo. Vocês colocam a arma na minha cabeça, nem que vocês vão comigo. Eu levo as crianças depois volto com vocês e vocês matam todo mundo. Mas deixa eu tirar as crianças.

Essas narrativas realmente são de dar vontade de vomitar, tamanha é a maldade e a crueldade de certas pessoas. E pior é que fazem tudo apenas por dinheiro, sem pensar que amanhã todos vamos morrer e nada podemos levar. Só de fazer essa matéria tive que parar algumas vezes pra ir ao banheiro destripar o mico. Por isso deixo a pergunta: o Diabo está solto no Brasil? Está solto em Santa Catarina? Quem soltou o Demônio aqui por Itapema? Onde foi parar o coração desses invasores? Quem mandou invadir? Quem são os donos daquela área? Será que molharam a mão de alguém pra que fossem lá amedrontar aqueles pobres coitados que lá estavam? São muitas perguntas que o tempo se encarregará de responder..!

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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