Após um hiato de três anos, desde o Rock in Rio 2017, os fãs mais antigos da banda norte-americana Maroon 5 não pareceram se incomodar com o show típico de festivais musicais apresentados por Adam Levine e companhia, na noite deste domingo (1), no Allianz Parque, em São Paulo. O grupo apresentou apenas três canções de seu lançamento mais recente, o álbum Red Pill Blues, além do novo single, Memories. A opção foi por deixar todo o repertório por conta de uma grande sequência de sucessos das rádios e streaming desde o primeiro trabalho da banda – um compilado de 21 hits pop que ainda garantem a renovação de gritos adolescentes pelo septeto californiano.
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O frontman e ex-jurado do The Voice, Adam Levine, pouco conversou com o público e seguiu a cartilha de interações padrões de suas últimas apresentações. O comportamento não buscou compensar a chuva de críticas que recebeu antes e chegar ao Brasil, após show televisionado em Santiago, no Chile, em que o cantor foi acusado de atitude antiprofissional por parecer distante e entediado durante a abertura da turnê sulamericana da banda.
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No entanto, isso pouco importou para os cerca de 45,5 mil que estiveram no estádio e pareceu menor para os fãs mais antigos. “O resto do mundo, não, mas eu sei que vocês realmente gostam dessa aqui e só a tocaremos aqui, em mais nenhum lugar”, disse o cantor antes de entoar “Won’t go home without you”, do segundo álbum da banda e já descartada já várias turnês. Um aceno para os antigos “marooners”, que hoje cederam espaço para um pop mais chiclete mais dedicado a adolescentes.
Praticamente todas as músicas foram acompanhadas pelo coral brasileiro a plenos pulmões e um punhado de lágrimas de quem se encontra na fase de faixas na cabeça e pinturas no rosto. A apoteose do pop “maronístico” veio pouco antes do encore (aquele “bis” que todo mundo sabe que vai ter, já encenado para ninguém ficar pedindo mais depois), com Sugar. O ponto alto se manteve com Memories, novo lançamento da banda, seguido de She Will Be Loved (queridinha dos fãs brasileiros). O fechamento veio com o último arrasa-quarteirões do grupo, como já é de costume, cargo que dessa vez ficou por conta de Girls Like You – reflexo dos quase 3 bilhões de visualizações que as duas versões do clipe alcançaram no YouTube.
O grupo quase volta a São Paulo, em 2019, para o Festival Villa Mix, mas o show acabou cancelado. A turnê segue agora para Brasília, no Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça-feira (3), Recife, na quinta-feira (5), no Classic Hall, e encerra a turnê brasileira na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, no próximo sábado (7). Eles são os primeiros nomes de peso do supermarço de shows, que tem ainda Little Mix, Kylie Minogue, Backstreet Boys, The Offspring, Black Flag The Wailers, City and Colour e mais, num total de 20 grandes atrações internacionais no Brasil.
Maroon 5 ainda não tem novo álbum anunciado e Adam Levine segue afastado do The Voice, um dos trunfos de audiência na TV norte-americana. O hiato de trabalhos aliado à alta do dólar refletida no preço dos ingressos fazem com que esta não seja a passagem mais popular dos californianos por terras brasileiras (no Recife, por exemplo, os ingressos estão em promoção no Peixe Urbano por menos da metade do preço).
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A verdade é que a banda ainda tenta se encontrar após o estrondoso sucesso pós-Moves Like Jagger, materializado no álbum Overexposed que angariou milhões de fãs de uma nova geração e terminou por afastar bastante a leva mais antiga de admiradores, viúva da musa inspiradora Jane, que rendeu seus maiores sucessos até então. Pelos milhares de dispostos a conferir de perto os trabalhos dos já não tão garotos, após 18 anos de estrada, é fácil perceber que banda já não é mais a mesma, mas que isso pouco importa, ainda assim, “ela vai ser amada”…