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DESDOLARIZAÇÃO DEFENDIDA POR LULA E XI É CONSEQUÊNCIA DA POLÍTICA DE SANÇÕES DOS EUA

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PAÍSES NÃO QUEREM FICAR SUJEITOS A SANÇÕES IMPOSTAS PELOS ESTADOS UNIDOS

Agência Sputnik – Especialistas avaliaram as perspectivas do yuan como uma moeda de pagamentos internacionais e as razões pelas quais o dólar poderia perder suas posições, uma das quais é a política de sanções dos EUA. De acordo com Ali Ahmadi, pesquisador do Centro de Política de Segurança de Genebra, a razão para descartar o dólar pode ser a política de sanções dos EUA. “Agora, especialmente por causa da política de sanções dos EUA, muitos países estão interessados em encontrar maneiras convenientes e acessíveis de pagar através de outras moedas”, disse Ahmadi à Sputnik.

CONTROLE DOS MOVIMENTOS DE CAPITAL

Ele reconheceu que a desdolarização seria um processo difícil, dado que o mundo tem tido por muito tempo uma moeda única que serve como moeda comum. Ahmadi acrescentou que o yuan é uma boa opção, mas que seu maior interesse está no comércio direto com a China. Mas o principal problema é que “o controle dos movimentos de capital na China torna o yuan menos conversível ou previsível do que o dólar”, disse ele.

INCERTEZAS PELO CONFLITO NA UCRÂNIA

De acordo com Thomas Hult, professor de Marketing e Negócios Internacionais da Universidade Estadual de Michigan, as causas da desdolarização da economia mundial são atribuídas à incerteza causada pelo conflito na Ucrânia, que desempenham um papel sobre os interesses europeus relacionados à sua moeda e o acordo do Brasil e da China para usar o yuan em transações transfronteiriças. “Há anos, a China ataca estrategicamente a dolarização do mundo através de seu Banco do Povo e da Parceria Estratégica Global com a Rússia e o Brasil, enquanto abre caminho para a União Europeia com a França, por exemplo, completando seu primeiro acordo de gás natural liquefeito – GNL – usando o yuan”, observou Hult.
A promoção do yuan, que começou há muitos anos, é muito sustentável por causa da política monetária da China, disse Hult. “Na verdade, na época a China mudou estrategicamente seu foco e decidiu se concentrar na estabilidade social, no crescimento sustentado e na manutenção do mercado chinês como atraente para o investimento, em vez de se focar apenas no crescimento sem precedentes a longo prazo”, afirmou o especialista.

REDUÇÃO CONTÍNUA

Por sua parte, o presidente do Fundo de Tecnologias de Informação e Inovação, Robert Atkinson, disse à Agência Sputnik que o domínio do dólar está diminuindo lentamente e os investidores estão perdendo a fé na capacidade do governo dos EUA de pagar pelo serviço da dívida. De acordo com Atkinson, a desdolarização da economia mundial terá um efeito misto.
“Por um lado, isso reduzirá o poder do governo dos EUA, porque o dólar é uma moeda de reserva – os outros países dependerão menos do dólar. Por outro lado, a desdolarização significaria que o dólar cairia de seu nível artificialmente alto, tornando as exportações dos EUA mais competitivas e reduzindo o atual déficit comercial anual de US$ 1 trilhão (R$ 4,93 trilhões). Isso é extremamente importante se os EUA quiserem competir efetivamente com a China em muitas indústrias avançadas”, disse ele.
Por seu lado, Derek Scissors, pesquisador sênior do American Enterprise Institute, disse à Sputnik que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a participação do dólar nas reservas cambiais oficiais caiu na última década para 58% no final de 2022, e essa tendência continua. “Levará cerca de 30 anos para cair abaixo de 50%. Não há moeda substituta. O concorrente mais próximo é o euro com 19%, mas a utilização do euro fora da União Europeia é insignificante”, acrescentou.
Scissors apontou que, desde que o yuan começou a se mover contra o dólar em 2010, ele flutuou menos de 10% em qualquer direção de uma média inferior a 6,8%. Os valores equivalentes para o iene são cerca de 20% em relação ao valor maior e 30% ao menor, e a economia do Japão está estagnada, enquanto a economia da China é dinâmica, acrescentou. “Isso ocorre porque a China não permite que o yuan deixe o país livremente e, portanto, precisa de um padrão adicional para determinar seu valor. Esse ponto de partida é o dólar, e o yuan é um instrumento de dólar”.

LULA É RECEBIDO COM BANDA

Banda do exército chinês homenageia o Brasil com a canção ‘Novo Tempo’, de Ivan Lins. Homenagem ocorreu durante a recepção do presidente Lula pelo presidente da China, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

Xi Jinping e Lula (Foto: Presidência da República)

Durante a recepção do presidente Lula e da comitiva brasileira pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, na manhã desta sexta-feira (14), a banda do exército da China homenageou o Brasil ao tocar a melodia da música “Novo Tempo”, de Ivan Lins. “No novo tempo/Apesar dos perigos/ Da força mais bruta/Da noite que assusta/Estamos na luta (…) Pra que nossa esperança/Seja mais que vingança/Seja sempre um caminho/Que se deixa de herança”, diz a canção.

LULA E XI JINPING ASSINAM 15 ACORDOS COMERCIAIS E DE PARCERIAS

Presidentes de Brasil e China se reuniram nesta sexta-feira (14), em Pequim. Entre termos acordados estão protocolo para exportação de carne brasileira e lançamento de satélite pelos dois países.

Cerimônia de assinatura de acordos comerciais entre Brasil e China — Foto: TV Brasil/Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram uma série de acordos comerciais e de parceria, durante encontro nesta sexta-feira (14), em Pequim. A cerimônia ocorreu no Grande Palácio do Povo, pela manhã, no horário de Brasília – à tarde no horário local.
Foram 15 acordos assinados entre os dois governos, fora os acertados entre empresas brasileiras e chinesas. Os termos tratam principalmente de cooperação para desenvolvimento de tecnologias, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois países, e ampliação das relações comerciais.
De acordo com o jornal O Globo, um dos acordos traz um protocolo que deve ser seguido pelos frigoríficos brasileiros para exportação de carne para a China. O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina ao país. O documento também traz obrigações do governo brasileiro para fiscalização das medidas. Outros acordos preveem um plano de cooperação espacial entre os dois países, até 2032, e o lançamento do sétimo satélite na parceria entre Brasil e China: o CBERS-6.
Após a cerimônia de assinatura dos acordos, a previsão é que Lula participe de um jantar e depois siga para a Embaixada Brasileira em Pequim, para fazer uma declaração à imprensa. Antes da assinatura dos acordos, Lula foi recebido pelo presidente chinês em uma cerimônia. Em seguida, os dois participaram de um encontro ampliado entre autoridades e, depois, tiveram uma conversa privada. Entre os temas discutidos, estava a guerra na Ucrânia.
O encontro com Xi Jinping era a principal agenda de Lula no país. No primeiro dia de compromissos, na quinta (13), o presidente participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como “banco dos Brics”. Nesta sexta, ele participou de reuniões com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e o presidente da Assembleia Popular da China, Zhao Leji.
Nos compromissos, Lula reforçou o papel das relações comerciais com a China, defendeu a atuação conjunta de países emergentes para reduzir desigualdades e uma alternativa ao dólar para o comércio entre os membros do bloco.

BRASIL E CHINA ASSINAM 15 ACORDOS

1 – memorando de entendimento sobre o grupo de trabalho de facilitação de comércio entre o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China
2 – protocolo complementar sobre o desenvolvimento conjunto do CBERS-6 entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China ao ‘acordo-quadro sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China’
3 – memorando de entendimento sobre cooperação em pesquisa e inovação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China
4 – memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China sobre cooperação em tecnologias da informação e comunicação
5 – memorando de entendimento entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China para a promoção do investimento e cooperação industrial
6 – memorando de entendimento sobre o fortalecimento da cooperação em investimentos na economia digital entre o Ministério do Comércio da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil
7 – memorando de entendimento (“MDE”) entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o Ministério das Finanças da China
8 – memorando de entendimento sobre cooperação em informação e comunicações entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China
9 – acordo de coprodução televisiva entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Popular da China
10 – memorando de entendimento entre Grupo de Mídia da China e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República Federativa do Brasil
11 – acordo de cooperação entre Agência de Notícias Xinhua e Empresa Brasil de Comunicação
12 – memorando de entendimento entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar da República Federativa do Brasil e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China na cooperação para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza
13 – plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira
14 – plano de trabalho Brasil-China de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal
15 – protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China

Redação
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