Nesta segunda-feira, 10 de agosto, celebra-se o Dia Internacional da Superdotação. Em Santa Catarina, existem atualmente cerca de 500 alunos nas escolas da rede estadual de ensino que recebem atendimento educacional especializado na área de Altas Habilidades/Superdotação. Durante esse período de distanciamento social, os professores adaptam suas atribuições ao trabalho remoto com flexibilidade e criatividade para atender as necessidades destes alunos tão especiais.
“Nesse tempo de pandemia e isolamento, nós, enquanto professores, precisamos nos reinventar e também motivar nossos alunos para eles se reinventassem. Mas isso, para eles, não foi um problema, até porque quanto mais desafiador e instigante o processo, mais motivados eles ficam”, afirma a professora Ana Paula de Sousa Costa Duarte, do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE).
A FCEE, por meio desse Núcleo, é o órgão do Governo do Estado responsável pela capacitação e orientação dos profissionais que atuam nos 23 polos de Atendimento Educacional Especializado em Altas Habilidades/Superdotação implantados em 16 regiões de Santa Catarina.
Neste período de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19, o NAAH/S-FCEE realizou, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SED), mais de 40 reuniões para acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos pelos professores. Além de três capacitações online na área de Altas Habilidades/ Superdotação. Para o segundo semestre deste ano, estão previstas mais três capacitações a distância.
Confira abaixo alguns depoimentos de professores de diversas regiões do estado:
“Esses alunos têm uma importância enorme para a nossa sociedade, se bem atendidos, se tornarão futuros engenheiros, cientistas, professores, profissionais das mais diversas áreas com uma mente diferenciada, que fazem tudo com muita excelência. Numa futura sociedade teremos essas mentes brilhantes presentes nas mais diversas áreas do conhecimento. Mas é preciso trabalhar para identificar esses alunos para que saiam do anonimato. Muitos alunos não identificados e não explorados nas suas áreas de interesse acabam se retraindo, se fechando. Então, isso nos motiva também, acreditar que eles têm muito a contribuir com a nossa sociedade.”
Ana Paula de Sousa Costa Duarte, professora do NAAHS/FCEE
“Trabalho com alunos superdotados há dois anos e o primeiro desafio que encontramos é quando vamos buscar esses alunos nas escolas, é preciso desmistificar aquele velho pensamento de que o aluno com Altas Habilidades tem que ser bom em tudo. Eles não são assim. O aluno superdotado tem sua área de destaque, pode ser que seja na área acadêmica e que ele tenha destaque em todas as matérias. Mas na maioria das vezes não é assim. Eles possuem uma área de destaque e nas demais áreas eles precisam de ajuda. Por exemplo, o aluno com altas habilidades na área artística, nem sempre vai ser bom em Matemática. E isso é muito difícil de explicar para o profissional que está em contato com esse aluno, que vai ser o responsável por nos indicar o nome desse aluno. Quando conseguimos desmistificar isso, chegamos mais fácil aos alunos superdotados.”
Vanessa Terezinha da Silva Almeida, professora e assessora no Polo de Altas Habilidades/Superdotação de Braço do Norte, na E.E.B. Dom Joaquim
“Para trabalhar com alunos com indicadores de Altas Habilidades precisamos de muito conhecimento: leituras, capacitações, informações, notícias, aplicativos atualizados, jogos, etc. É um constante desafio: desafiar-se e aceitar ser desafiado a todo o momento pelos alunos. A palavra-chave é saber ouvi-los, pois eles precisam relatar suas pesquisas, suas teses sobre o assunto, conversar sobre seus projetos, falar sobre reportagens que encontraram, precisam ser motivados e desafiados na busca por conhecimento. Nesse sentido, a busca de parcerias com universidades é fundamental para eles, pois além dos estudos desenvolvidos nas áreas especificas, eles recebem Suplementação Curricular.”
Kelly Marcon, professora e assessora no Polo de Altas Habilidades/Superdotação de Chapecó, na E.E.B. Professora Geni Comel
“Trabalhar com altas habilidades apresenta vários desafios, como desenvolver o potencial dos alunos, a criatividade e o comprometimento. Quando comecei a trabalhar nessa área descobri um novo caminho com vários estudos e desafios e precisei, em um primeiro momento, conhecer os alunos através de sondagens e interesses, observando cada aluno por meio de sua habilidade para determinada área. Mas, quando o aluno se encontra em sua área de interesse, é muito gratificante e se faz necessária a busca de parcerias para complementar seu talento de forma mais plena.”
Jeonece Terezinha Dombrovski Kraus, professora no Polo de Altas Habilidades/Superdotação de Canoinhas, na E.E.F Sagrado Coração de Jesus
“Nosso maior objetivo é criar situações que exijam destes alunos, um aprofundamento maior e melhor direcionado para a área de aptidão específica de cada um, a fim de desenvolvê-lo de forma diferenciada. Para isso, se faz necessário extrapolar o ambiente escolar e firmar parcerias com ás áreas correlacionadas com os conhecimentos identificados nos alunos, tais como universidades, escolas de arte e música, oficinas, gincanas, empresas, profissionais liberais, ONG’s, etc. Não é fácil conduzir o conhecimento de alunos que por vezes sabem mais do que você, mas certamente é muito gratificante ajudar na construção desta belíssima história de sucesso.”
Mislene da Maia Pereira, professora no Polo de Altas Habilidades/Superdotação de Joinville, na E.E.B. Jandira D’ Ávila
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