Saber escolher em quem votar é essencial
É da essência dos direitos políticos a liberdade que as pessoas têm para escolher os seus governantes. Esse é o exercício da soberania popular, fundamentado em princípios que são identificados com as suas crenças. Acontece que, na manifestação do voto a população tem valorizado mais os quadros que se apresentam ao debate eleitoral, suas trajetórias e condutas, e menos os programas e a visão de mundo que eles representam.
Talvez esteja nessa dicotomia, uma das razões do desencanto ou do descrédito de uns e de outros, que escolhem os seus representantes pelo que não são. Ou pelo que não podem cumprir. Na verdade, é tão múltipla e desafiadora a gestão dos municípios contemporâneos, que na dinâmica da definição das prioridades e da efetividade da política pública, postas a escolha do eleitor, deveria ser alinhada com aquilo que defende e julgam ser melhor para a sociedade.
Porém, ainda é muito comum legitimar representantes e escolher governantes pelo vínculo classista, pelo vínculo corporativo e até mesmo por simpatia ou interesse. Os partidos, muitas vezes, são os que menos importam. Mas a perspectiva é outra bem diversa. Com efeito, até bem pouco a política pública se relacionava com o meio de vida das pessoas, quero dizer a pretensão se traduzia numa melhoria ou numa indução. Isso vem diminuindo gradativamente.
Na atualidade, estou me referindo à essência da vida propriamente dita, como: a inconformidade com a exclusão e a pobreza; as grandes questões urbanas e ambientais; a saúde e a segurança pública; e as condições para o desenvolvimento que vão gerar o emprego e oportunidades para as pessoas. Portanto, a exigência para liderar pressupõe um novo tipo de preparo e compromisso. Em primeiro lugar, menos particularidades e pretensões pessoais, mesmo que legítimas, mais pelo interesse público, situando-se os candidatos, naquelas prioridades que são as mais importantes coletivamente para a grande maioria da população.
Em segundo lugar, compreender a dinâmica que privilegia o social em detrimento de um benefício específico. Ou seja, aquela política que alcança o cidadão individualmente ou um pequeno grupo com atendimento de demandas em caráter emergencial e discriminatório, agora devem se traduzir em programas ou projetos que beneficiem a todos, ou todos os iguais. E ainda, e talvez a parte mais importante, estabelecer vínculos que possibilitem participação, diálogo político e a crítica entre governantes e governados.
Mas, diante da dimensão e complexidade do município e desafio na ocupação dos espaços públicos, não tenho dúvidas que o vínculo que mais conta é o político. Não confundir com política partidária ou ideológica tão somente, que evidentemente é imposição constitucional e democrática para a vida política nacional, mas com a forma de ver o mundo, de como se situar no necessário debate para as escolhas da política pública. Na essência, o exercício dos direitos políticos é que garante aos indivíduos viver melhor em sociedade, com liberdade, igualdade de oportunidades e uma vida saudável e duradoura. Por isso, ao escolher um candidato para dar o seu voto, você deve fazê-lo com sabedoria específica. Deve saber se esse alguém em quem você estará votando tem reais condições de cumprir com aquilo que o povo espera ou necessita, especialmente o povo mais necessitado. E não apenas sirva de alavanca para interesses escusos que ao invés de ajudar, acabam excluindo boa parte da população.
Pensem nisso ao votar!