
Brasil: Os protestos no Brasil em 2013, também conhecidos como Manifestações dos 20 centavos, levou o povo ir as ruas e promover o maior protesto após a redemocratização do país. Um ato, que inicialmente era para protestar contra o aumento de tarifas ganhou outros viés e contornos que ganharam as ruas, redes sociais, editoriais de jornais e revistas que a corrupção era o mal que deveria ser combatido por todos e as pressões populares estimularam as pessoas a refletirem sobre a aplicação no cotidiano dos conceitos de ética, senso de justiça, isenção, busca pela igualdade e respeito às diferenças e às leis, sobretudo, onde está indo o nosso dinheiro?.
A reflexão das ruas surtiram efeitos em todos os lugares e as suspeitas sobre a classe política veio de todos os seguimentos da sociedade dos humildes aos mais letrados, dos menos favorecidos pela sorte aos grandes grupos econômicos que a corrupção política fulmina o desenvolvimento do país. Após a violenta repressão policial contra os manifestantes na capital paulista no dia 13/2013, registrada pelos meios de comunicação que tiveram alguns de seus funcionários vítimas da mesma violência que feriu dezenas de manifestantes, a jornada de protestos cresceu e espalhou por todo o país, vale lembrar que em Santa Catarina a onda de protestos resultou em mortes, incêndios de ônibus e muitas prisões… Mas, qual era o alvo dos protestos, quem via os contornos da crise de desconfiança percebia ou melhor diagnosticava uma sociedade desassistida e enfurecida pela indiferença do estado governados por uma quadrilha de bandidos de colarinho branco, que utilizava o poder político para subtrair dinheiro público. Já em 2014, o país sediava a copa do mundo, os políticos imaginaram que os jogos amenizariam os descontentamentos, enfim, o que era para ser uma festa resultou na derrota humilhante da seleção do Brasil por 7 x 1 para a Alemanha, estopim para engrossar o caldo, e as suspeitas de superfaturamento com os gastos da Copa do Mundo impulsionaram nos gritos “não vai ter Copa”, pedido de investimentos em saúde e educação, fim da corrupção, entre outras bandeiras, juntaram-se aos pleitos das manifestações.
Afinal qual foram os resultados dos protestos de 2013? – Em 2014 esperava-se que as manifestações de 2013 repercutissem nas urnas, revelou que o efeito pedagógico do fora Dilma e Lula, fora corrupção fosse traduzido nas urnas, enfim, 90% dos políticos foram reeleitos, inclusive o maior alvo dos protestos, a presidente Dilma saiu vitoriosa das urnas. A oposição levou dúvidas sobre as eleições enquanto os governistas defendia a legitimidades das urnas o que enfureceu as ruas, devidos os sucessivos escândalos de corrupção que não deram tréguas e as campanhas de todas as esferas ganharam as redes sociais, o tom subiu e as ruas mandaram o recado não queremos políticos corruptos, queremos a cabeça de todos, um a um, queremos presos, punidos, pressão contra o Congresso, contra o Judiciário, contra os Governos, todos entraram na linha de frente, o grito não vai ter copa havia ligou a locomotiva que desgovernada seguiu desenfreada e os panos de água fria, pá de cal, o deixa para lá enfraqueceu e a locomotiva ganhou forças a ponto de mais ninguém querer se arriscar entrar na frente ou ao menos freá-la, três anos, após os protestos de São Paulo, o movimento vem “pra rua” ganhou novos adeptos e milhões deixaram seus lares para caminhar contra a impunidade e corrupção na Petrobrás.
A operação lava jato e a divulgação de gravações mencionando diálogo entre a presidente Dilma e ex-presidente Lula, deixou os brasileiros atônitos e o que restava de credibilidade da governante foi dilacerado pelos protestos que ecoaram com pedido do seu impedimento por crime de responsabilidade, com o grito de “aproximadamente 1,25 milhão de pessoas participaram do vem “pra rua” pelo impeachment, protestos realizados em mais de 100 cidades brasileiras, pequenas, médias e grandes, no maior dia de manifestações, desde o início da onda de marchas”.
Após muitos debates, protestos, pressões das ruas, sem saída a Câmara Federal autoriza instauração de processo de impeachment de Dilma, com 367 votos a favor e 137 contra, autorizou o julgamento no Congresso, dos 81 senadores, maioria discursa contra a corrupção, pedaladas, crimes de responsabilidade da Presidente e votação mostra o placar 55 x 22 votos…, resultado que empossa no cargo um vice-presidente, inicia um novo governo, com um desafio gigante, tirar o país de uma crise sem precedentes. Batalha ainda não superada restando ainda explicar o que fazer com o legado petista, cenário de muitas incertezas, muitos apostam que somente uma nova eleição será capaz de resolver o impasse político e recolocar nos trilhos a locomotiva que segue em alta velocidade, somente, após a composição do novo governo mostrará se o vice Michel Temer (Presidente), também não terminará cassado antes das eleições de 2018. Somente o futuro poderá revelar a verdade, lembrando, que as operações de combate a corrupção deve seguir pavimentando o caminho para locomotiva que move o desejo do povo pelo fim da impunidade e a luta contra a corrupção, estas bandeiras só poderão ser baixadas quando todos os indiciados e citados nas delações, sejam alcançados pela Justiça. “A jurisprudência que cassou Dilma Rousseff abre caminho para a cassação sumária de 16 outros governadores acometidos pelo mesmos atos assim chamados de crimes de Responsabilidade”. A locomotiva segue desgovernada sem sabermos o ponto de parada.
Editor José Santana