EDITORIAL: O DESASTROSO ENCONTRO DO PSD EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ     

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O DESASTROSO ENCONTRO DO PSD

Por: Elias Tenório

No último dia 11/03, no Centro de Eventos Júlio Tedesco, em Balneário Camboriú ocorreu um encontro regional de lideranças, filiados, simpatizantes e novas filiações do PSD.

Entre os presentes, os prefeitos mais conhecidos, de Chapecó, João Rodrigues, de Bombinhas, Paulo Henrique Dalago Muller, e de Florianópolis, Topázio Neto.

        Presentes, deputados federais e estaduais.

Também presentes, ex-vereador e ex-prefeito de Balneário Camboriú, ex- Senador e ex-Vice Governador, Leonel Pavan, pré-candidato a prefeito de Camboriú, e sua filha, a vereadora de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (ex-PSDB), que assinou a ficha de filiação ao PSD para se apresentar como pré-candidata a prefeita de Balneário Camboriú.

Início do desastre

Após o início das falas do cerimonialista, com a composição da mesa e apresentação dos convidados e demais autoridades presentes, contrariando todos os cerimoniais públicos de que se conhece, principalmente políticos e com a presença de autoridades, no caso, deputados federais, estaduais e prefeitos.

Passou-se à palavra aos presentes, esquecendo-se do respeito aos Símbolos que estavam presentes na cerimônia, ou seja, a Bandeira do Brasil, de Santa Catarina e de Balneário Camboriú!

Imperdoável! A reverência aos símbolos nacional, estadual e municipal é o mínimo que se espera em um evento público e, pior, com a presença de autoridades.

Se até mesmo em Clubes de Serviço como o Rotary Club e o Lions Club honram os símbolos nacionais, estaduais e municipais em suas reuniões, mesmo que não contem com a presença de autoridades dessas áreas, imagina o desdém de não se honrar, não só os símbolos, mas também o nosso glorioso Hino Nacional!

Para amenizar o desastre, uma “boa alma” alertou-os da terrível gafe e em meio as falas dos entusiasmados políticos presentes, finalmente lembraram que não haviam feito a “honraria” à Pátria, e informaram que iriam todos entoar o Hino Nacional que é, em suma, um sinal de respeito à nossa querida, amada e idolatrada Pátria.

Então, finalmente você imagina que vamos cantar a frase do Hino Nacional “Terra Adorada”… Mas, incrivelmente pararam de tocar o nosso Hino Nacional muito antes de se chegar ao seu final. Ninguém entendeu nada.

Para o cerimonial do PSD, sugerimos, com o intuito de colaborar para evitar novos desastres como esse, que leiam a Apostila do Curso Cerimonial e Protocolo de Eventos, do Governo do Distrito Federal, que está disponível na internet. Lá está claro o seguinte roteiro:

“11) O mestre de cerimônias anuncia a execução do Hino Nacional. Todos os participantes devem levantar-se e manter posição de respeito, considerando as limitações físicas dos participantes.

12) Iniciando os pronunciamentos, os de menor hierarquia falam primeiro. A pessoa que preside o evento fala por último”. Fica a dica.

Continuação do desastre

        Como “desgraça pouca é bobagem, as falas dos prefeitos de Bombinhas e de Florianópolis, ajudaram a piorar. Senão vejamos:

“Balneário Camboriú precisa de um tesão diferente”

Entre tantas falas entusiasmadas, a do prefeito de Bombinhas chamou mais a atenção, com muitas pessoas e, principalmente mulheres, fazendo cara de quem não gostou.

Ocorre que o prefeito, no auge de sua fala, referindo-se à pré-candidata a prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (mais conhecida como Ju Pavan), chegou a mencionar que “Balneário Camboriú precisa de um tesão diferente”. Essa frase não caiu bem no público, principalmente o feminino, pois muitos a consideraram como extremamente infeliz e machista.

“Se fosse candidato homem ele não iria falar isso”, reclamou ao meu lado uma simpatizante presente no evento.

“Rebaixamento” de Balneário Camboriú

Já o prefeito de Florianópolis, ao que tudo indica, deve ter se confundido de evento ou de cidade. Explico:

Balneário Camboriú foi alardeada Brasil afora e também no exterior, como sendo a “Dubai brasileira”. E essa frase passou a ser utilizada até mesmo por setores como a construção civil e os corretores de imóveis ao apresentar suas ofertas de venda.

No entanto, o prefeito de Florianópolis referiu-se à Balneário Camboriú como sendo a “Miami brasileira”, e a galera foi à loucura nos aplausos sem se atentar do “rebaixamento” feito à imagem da cidade, outrora rivalizada com Dubai, agora estando no “rodapé” com a comparação a Miami. Vai entender.

O desastre final:

“Oligarquia” – O filme político já visto em Santa Catarina

        Finalmente, para fechar o show de desastres deste encontro, nem vamos entrar nas falas dos oradores que alardearam o nome do prefeito de Chapecó como “futuro governador”.

Chamou muito a atenção em torno da “família Pavan”.

Em que pese o grande currículo de Leonel Pavan na política catarinense, parece que tem políticos que se esquece de fatos do passado. Explico:

No passado, quando se realizava uma eleição para presidente, senador, deputados federais, estaduais e governadores, em Santa Catarina havia um senador pertencente a uma conhecida família de linhagem política. O referido senador, era pai de uma figura também conhecida no meio político, que havia sido inclusive deputado federal. Mas, naquele pleito, talvez achando que estavam com toda a força política, o filho do senador também se habilitou para concorrer a uma vaga no Senado Federal.

Imaginem a cena, pai e filho senadores por Santa Catarina. Só que o intento não “colou” entre os concorrentes e, posteriormente, entre os eleitores, que foram “alertados” dessa tentativa de criação de uma oligarquia político-familiar. Na época, os concorrentes mencionavam em suas campanhas de rádio e televisão, que se tratava de uma “tampa da mesma panela”, termo utilizado para dizer aos eleitores que se tratava do velho ditado “farinha do mesmo saco”, ou seja, estava tudo em família.

Na ocasião, o filho do senador, candidato ao Senado, ironicamente concorreu, entre outros, contra Leonel Pavan, que na época também invocava o termo da “tampa da mesma panela”, referindo-se à oligarquia político-familiar, e se elegeu Senador da República justamente contra a dita oligarquia política. Isso foi em 2002.

E, agora, passados 22 anos, ele, que no passado combateu a oligarquia na política, em Santa Catarina, fez um discurso eloqüente apresentando sua filha Juliana Pavan como pré-candidata à Prefeitura de Balneário Camboriú, enquanto ele mesmo se apresentou como pré-candidato a prefeito em Camboriú!

Nem se mencionou a possibilidade de Ju Pavan ser vice para iniciar uma carreira futura à majoritária. Ao contrário, o discurso já estava ensaiado, fazendo uma analogia entre famílias, comparando Camboriú e Balneário Camboriú como sendo da “mesma família”, o que justificaria perante os eleitores das duas cidades, a eleição de dois familiares para governá-las!

Na verdade, com esse discurso, a se insistir nessa tese política, acredito que talvez seja mais fácil os eleitores fazer a mesma coisa que fizeram em 2002, e mandar para casa a filha, como ocorreu com o filho do senador, ou, ainda, mandar para casa pai e filha.

Balneário Camboriú já pode estar sendo governada por uma “oligarquia política” sem o povo perceber

Mas, para um olhar mais apurado aos governantes da “Dubai brasileira”, o primeiro metro quadrado mais valorizado do Brasil, talvez Balneário Camboriú já esteja há muitos anos sendo governada por uma oligarquia política, não no sentido familiar, mas no sentido político.

Oligarquia é uma forma de governo controlada por um pequeno grupo de pessoas que apresentam algum tipo de conexão. São exemplos de vínculos que levam à ascensão de uma classe dominante no regime oligárquico: laços sanguíneos, religião, prestígio e participação de grupos econômicos ou políticos.

Neste contexto e, se analisados os prefeitos eleitos nos últimos anos, podemos elencar que a oligarquia política pode sim estar já implantada em Balneário Camboriú.

Observem que, desde Leonel Pavan, Rubens Spernau pertencia ao mesmo grupo político de Pavan. O atual prefeito Fabrício Oliveira também era do mesmo grupo político de Leonel Pavan, ou seja, pode-se dizer que, mesmo tendo mudado de partido político posteriormente, os mesmos seriam “descendentes políticos”, pertencentes inicialmente à mesma linhagem política. Outrora, todos estavam na mesma mesa, eram do mesmo grupo.

E, agora, em 2024, notem que Fabrício defende com “unhas e dentes” seu agora “apadrinhado” pré-candidato Rubens Spernau, mesmo contrariando o deputado estadual eleito, Carlos Humberto (PL) que, pela lógica, como foi vice de Fabrício, iria obter o apoio do mesmo, mas isso não ocorreu. Fabrício escolheu Spernau e não abre mão.

E, de outro lado, o criador do antigo grupo político do qual pertenciam também Rubens Spernau e Fabrício Oliveira, o “chefe” como alguns carinhosamente o chamavam à época, Leonel Pavan, se lança pré-candidato em Camboriú e coloca sua filha Juliana Pavan como pré-candidata em Balneário Camboriú.

Muitos até chegaram a falar que Juliana poderia ser vice de Rubens Spernau, o que outros não acreditam, mas, como em política tudo é possível, quem sabe lá na frente o grupo oligárquico outrora criado se una novamente e todos “naveguem no mesmo barco nas águas tranqüilas do Atlântico Sul”.

Quem viver, verá.

        E c’est fini

 

 

 

 

 

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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