Editorial: O Fim da Escala 6×1 — Uma Questão de Justiça e Qualidade de Vida

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Por José Santana

A escala de trabalho 6×1, amplamente adotada no Brasil, é um modelo que se tornou sinônimo de desgaste e esgotamento para milhões de trabalhadores. Nesse formato, os empregados são submetidos a seis dias consecutivos de trabalho para ter direito a apenas um dia de descanso. Essa rotina, repetitiva e desgastante, afeta diretamente a saúde física e mental dos profissionais, reduzindo sua qualidade de vida e comprometendo o desempenho no trabalho.

Diante desse cenário, surge uma nova esperança no Congresso Nacional. Em 2023, a deputada federal Erika Hilton apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com o objetivo de abolir a escala 6×1 e regulamentar jornadas de trabalho mais humanas. A proposta visa implementar escalas como a 5×2, que oferecem dois dias consecutivos de folga, um modelo já adotado em diversos países desenvolvidos e que tem demonstrado resultados positivos tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.

A defesa por uma mudança na legislação não é uma questão trivial. Estudos de saúde ocupacional mostram que a falta de descanso adequado eleva os níveis de estresse, aumenta a incidência de doenças como a depressão e a síndrome de burnout, e diminui a produtividade no ambiente de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) já destacou, em diversas ocasiões, a importância de equilibrar a jornada laboral com períodos de descanso suficientes, visando a proteção da saúde dos trabalhadores.

A iniciativa de Erika Hilton vem em um momento crucial, onde as discussões sobre saúde mental e qualidade de vida ganham cada vez mais espaço no debate público. O apoio à PEC não deve ser visto apenas como uma ação de melhoria nas condições de trabalho, mas como um passo importante rumo à dignidade e ao respeito pelos direitos dos trabalhadores. Uma jornada mais justa, com mais tempo para lazer, cuidados pessoais e convivência familiar, reflete diretamente em um aumento da satisfação e da motivação, resultando em um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

É hora de o Brasil avançar na regulamentação das jornadas de trabalho, reconhecendo a importância do descanso e do bem-estar dos seus trabalhadores. A aprovação dessa PEC representaria um marco na luta por condições de trabalho mais dignas e pela valorização daqueles que, diariamente, contribuem para o desenvolvimento do país.

Chegou o momento de dizer não à escala 6×1. Defendemos uma mudança urgente para um modelo de trabalho mais justo e humano. É uma questão de justiça social, de saúde e, acima de tudo, de respeito aos trabalhadores.

 

Redação
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