A recente reunião entre o Judiciário e a Câmara Municipal de Itapema, realizada nesta quarta-feira (9), representa mais do que uma articulação institucional. É, acima de tudo, um alerta: estamos atrasados na proteção às mulheres e precisamos reagir com seriedade e celeridade.
A proposta de reativação da Procuradoria Especial da Mulher, bem como a criação de uma Casa de Proteção e a centralização dos atendimentos em um único local, aponta para um redesenho necessário da política pública de enfrentamento à violência de gênero no município. No entanto, essa reorganização precisa sair do papel com urgência — porque os casos continuam acontecendo, e vidas seguem sendo marcadas pela impunidade.
Um exemplo emblemático, revelado por uma fonte de alta confiabilidade, evidencia com crueza a gravidade do cenário. Conforme nos foi confidenciado, circulou recentemente na Câmara de Vereadores de Itapema um dossiê detalhado, fundamentado em inquérito policial, sobre um caso de violência sexual seguido de estupro. O material, que chegou às mãos dos parlamentares, traz elementos robustos que narram a trajetória de uma vítima que teve sua dignidade brutalmente violada, mas cuja busca por justiça esbarrou na morosidade e, sobretudo, na omissão.
O inquérito, segundo informações, foi arquivado de forma questionável, e o acusado permanece impune. Enquanto isso, a vítima segue sem respaldo institucional, lutando sozinha para restabelecer sua vida. Trata-se de um retrato cruel do que acontece quando o Estado falha em sua missão mais básica: proteger.
Esse caso, entre tantos outros que sequer vêm à tona, mostra o quanto é urgente reativar e fortalecer a Procuradoria da Mulher com estrutura, autonomia e equipe qualificada. Não basta criar espaços institucionais: é preciso garantir que eles funcionem como verdadeiros instrumentos de escuta, acolhimento, encaminhamento e, acima de tudo, transformação social.
A violência contra a mulher não é uma questão pontual — é estrutural. Combater esse problema exige ação integrada, investimento público e coragem política. Envolver o Judiciário, o Legislativo, o Executivo, a Polícia Civil, a OAB e os grupos organizados da sociedade civil é essencial para formar uma rede de proteção coesa e eficaz.
Reativar a Procuradoria é dar voz às vítimas, é interromper o ciclo de silêncio e impunidade. É garantir que nenhuma mulher em Itapema precise enfrentar a violência sozinha — e que nenhuma denúncia se perca no limbo de um sistema que, muitas vezes, falha onde mais deveria proteger.
Judiciário e Câmara de Itapema se unem para reativar a Procuradoria da Mulher
O juiz Marcelo Trevisan se reuniu com vereadoras e a presidente da Câmara para traçar ações de combate à violência contra a mulher.
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Judiciário e Câmara de Itapema se unem para reativar a Procuradoria da Mulher
O juiz Marcelo Trevisan se reuniu com vereadoras e a presidente da Câmara para traçar ações de combate à violência contra a mulher. Entre os projetos estão a criação de uma Casa de Proteção e a centralização dos atendimentos às vítimas. A iniciativa envolve também Polícia Civil, OAB e Prefeitura.
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