
Eleições: A emancipação do papel das mulheres na sociedade é uma conquista valorosa, fruto da incansável reivindicação por igualdade, por superação da estereotipia dos gêneros e das barreiras cegas que ela impõe.
Com muita luta, não é mais novidade a inserção feminina no mercado de trabalho. As mulheres, hoje, atuam na produção nacional em patamar equivalente aos homens. São mães, irmãs e filhas que contribuem ativamente para o sustento familiar e garantem a independência financeira delas próprias. Já não se exige a dedicação exclusiva à gestão do lar como obrigação inerente ao sexo.
Essa evolução, infelizmente, ainda se reflete com bem menos força na área política. Embora representem a maior parte do eleitorado e tenham presença significativa nos partidos, em todo o Brasil, as vozes femininas alcançam apenas cerca de 10% dos cargos políticos.
É um percentual bastante abaixo da média, que deixa nosso país numa péssima colocação mundial. Segundo um levantamento da União Interparlamentar – UIP, atualizado em 1º de abril do ano corrente, de um ranking composto por 191 nações, o Brasil ocupa o 155º lugar em relação à representação da mulher no Poder Legislativo, perdendo para países como Bangladesh e Quirguistão, na 89º e 98º posição, respectivamente.
Deve se ter em mente que o pluralismo político é um dos principais pilares para a consolidação da democracia em sua inteireza, tal qual prevista na nossa Constituição. Daí a importância de mudar esse paradigma, incentivando a ampliação da participação feminina no processo eleitoral.
A oportunidade na tomada de poder precisa ser a mesma para ambos os sexos; só assim teremos eleições com capacidade real de celebrar o consenso. Garantir condições equânimes de sucesso para as candidaturas femininas significa, portanto, um compromisso com a soberania popular, de responsabilidade conjunta da sociedade, dos partidos políticos e da Justiça Eleitoral.
Que todos atendam a esse chamado para que juntos possamos construir um país melhor, mais solidário e sem discriminação.