Interlocutores do governo americano disseram ao Planalto que estão preocupados com a escalada da tensão entre os dois países
O governo dos Estados Unidos fez chegar ao Palácio do Planalto a sua preocupação com o aumento da tensão e possível escalada de um conflito armado na região de Essequibo, na Guiana, após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, querer incorporar o território ao seu país. Nesta quinta-feira (14), uma reunião entre Nicolás Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, acontecerá em São Vicente e Granadinas, país do Caribe. O assessor especial da presidência da República, embaixador Celso Amorim, vai representar o Brasil no encontro.
Segundo fontes ligadas ao presidente Lula, a Casa Branca quer que recados sejam dados de forma clara, aos dois países. À Guiana, que o mais importante é a busca pela paz na região. E que, mesmo com o apoio dos Estados Unidos na questão, o país não pode acreditar que uma solução virá sem diálogo.
À Venezuela, o recado norte-americano é mais duro. De que qualquer sinal de avanço por parte de Maduro o país sofrerá com consequências, entre elas uma reviravolta no alívio das sanções econômicas dos Estados Unidos, no contexto dos compromissos estabelecidos envolvendo as eleições e a oposição venezuelana. O governo de Joe Biden crê que o governo Lula é o nome certo para mediar a situação.
Segundo a assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o país “está consultando o Brasil e outros parceiros internacionais sobre a disputa fronteiriça entre a Venezuela e a Guiana”. A Embaixada lembra que Brasil e os Estados Unidos apoiam uma resolução pacífica desta disputa fronteiriça e completa o comunicado, reafirmando “o apoio inabalável dos Estados Unidos à soberania da Guiana.”
Foto: Gary Cameron/Reuters