Curitiba/PR – A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (04) a 24ª fase da Operação Lava Jato intitulada Operação Aletheia* para dar continuidade nas investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro dentre outros praticados por diversas pessoas no contexto do esquema criminosos revelado e relacionado a PETROBRAS S/A.
Cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal cumprem 44 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva. As medidas estão sendo cumpridas no estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Discriminação dos Mandados:
Rio de Janeiro (Capital) – 2 mandados de Busca e Apreensão
Bahia (Salvador) – 5 mandados de Busca e Apreensão + 1 Condução Coercitiva
SP
- Capital – 18 mandados de Busca e Apreensão + 6 Conduções Coercitivas
- SBC – 5 mandados de Busca e Apreensão + 2 Conduções Coercitivas
- Guarujá – 1 mandados de Busca e Apreensão
- Diadema – 1 mandados de Busca e Apreensão + 1 Condução Coercitiva
- Santo André – 1 mandados de Busca e Apreensão
- Manduri – 1 mandados de Busca e Apreensão
- Atibaia – 2 mandados de Busca e Apreensão + 1 Condução Coercitiva
* A operação recebeu esse nome em referência a uma expressão grega que significa busca da verdade.
Entenda o Caso: A Operação Lava Jato, que começou em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, chegou à 24ª fase nesta sexta-feira (4). Segundo a Polícia Federal (PF), a operação ocorre na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, e em outros pontos em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. O Instituto Lula também é alvo da ação da PF. Segundo a PF, o ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Ele não foi preso. Perto das 8h40, Lula foi levado para o Aeroporto de Congonhas, em um carro descaracterizado, para depor à PF. Às 8h51, ele prestava depoimento dentro do aeroporto. O Instituto Lula tem negado acusações de irregularidades e disse que vai divulgar uma nota ao longo do dia sobre a operação desta sexta. O Instituto também afirmou que a entidade e o presidente Lula “sempre prestaram todas as informações solicitadas pelas autoridades”.
Investigações: De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação foi deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao Lula e pessoas associadas. Há evidências de que o ex-presidente recebeu valores oriundos do esquema descoberto na Petrobras por meio de um apartamento triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP). O avanço das investigações revelou evidências de que o ex-presidente recebeu, em 2014, pelo menos, R$ 1 milhão sem aparente justificativa econômica lícita da OAS para reformas e móveis de luxo. Existe a suspeita também de que Lula tenha sido beneficiado com obras no sítio em Atibaia e com a armazenagem de bens por transportadora. Ainda são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
STF
No dia 29 de fevereiro, o procurador da República Deltan Dallagnol enviou uma manifestação à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo que uma investigação em curso sobre propriedades atribuídas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja mantida dentro da Operação Lava Jato, a cargo do Ministério Público Federal no Paraná. Coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, Dallagnol destacou que possíveis vantagens supostamente recebidas por Lula de empreiteiras teriam sido repassadas durante o mandato presidencial do petista.