FRIO INTENSO NOS ESTADOS UNIDOS PODE IMPACTAR O INVERNO QUE COMEÇA NESTA QUARTA EM SANTA CATARINA E NO BRASIL

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INVERNO COMEÇA OFICIALMENTE NESTA QUARTA

O frio intenso registrado nos Estados Unidos levanta a dúvida se inverno no Sul do Brasil será tão rigoroso quanto o registrado na América do Norte. Conforme o meteorologista Luiz F. Nachtigall, autor do MetSul, apesar de haver uma “tendência de repetição de padrões do inverno da América do Norte no inverno do Sul do Brasil”, as projeções apontam que a região deve ter temperaturas acima da média.

COMO SERÁ NOSSO INVERNO?

Projeções assinalam que o inverno no Estado deve ter temperaturas acima da média
Isso acontece, segundo Nachtigall, por conta dos acontecimentos registrados nos Estados Unidos serem considerados pontuais. Além disso, destaca que os modelos de clima que fazem projeções futuras indicam temperaturas mais altas que a média no inverno do Sul do Brasil. Conforme o divulgado pelo meteorologista, já houve casos da América do Sul e do Brasil registrarem eventos de grande intensidade no inverno, meses após a América do Norte também registrar eventos extremos de frio, nos meses de janeiro e fevereiro.
Luiz F. Nachtigall ainda cita que o clima não é linear. “Um ou dois eventos de frio mais extremos nos Estados Unidos não significam que haverá uma repetição do padrão aqui. É preciso ter em conta, em primeiro lugar, que o padrão geral de circulação na atmosfera hoje no mundo é um e no nosso inverno tende a ser muito diferente”.

LA NIÑA

O MetSul salienta que a atmosfera atualmente sofre a influência do fenômeno chamado de La Niña. Já no inverno do Hemisfério Sul, o clima deve ser afetado pelo El Niño. O meteorologista Piter Scheuer acrescenta que o fenômeno La Niña atuou até o fim do verão e depois houve um período de neutralidade, que foi de abril a junho. No mês de julho já entra em atuação o El Niño, responsável por trazer chuvas mais regulares.

CASOS PONTUAIS

O frio intenso que tem sido registrado nos Estados Unidos, segundo o MetSul, são casos pontuais, que não tem sido a regra geral do inverno do país — que inclusive registrou temperaturas acima da média durante a estação. Por isso, não se descarta que possa ocorrer no Brasil algo semelhante ao vivenciado nos Estados Unidos, que apesar de registrar temperaturas acima da média, teve alguns casos isolados de frio extremo.
Para Santa Catarina, conforme o meteorologista Piter Scheuer, a tendência é que o inverno ocorra no padrão de normalidade. “Provavelmente que o inverno deve ficar dentro da média. Um inverno com transição de massa de ar polar, responsáveis por trazer geadas, principalmente, entre os meses de maio, junho, julho e agosto”, salienta o meteorologista.

América do Norte teve frio intenso

O Nordeste dos Estados Unidos e o Leste do Canadá registraram frio intenso, com níveis recordes nas temperaturas. Segundo o Serviço Meteorológico dos EUA, no topo do Monte Washington, em New Hampshire, a sensação térmica, que considera o frio relacionado ao vento, foi de -78°C quase no final do inverno naquele país. O número do termômetro ultrapassou o recorde anterior que tinha registrado sensação térmica de -74°C, conforme apontou o site especializado Weather Channel. É frio que não acaba mais…

O que é o fenômeno El Niño e como ele vai afetar o inverno, que começa amanhã, dia 21 de junho?

Fenômeno causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais; e provoca chuvas excessivas no Sul do país e no sudeste do país.
Quando o El Niño está ativo a água do oceano na zona equatorial está mais quente. Já o inverno começa oficialmente no hemisfério sul nesta quarta-feira (21). A estação mais fria do ano, entretanto, deve ser atípica por influência do El Niño, fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas — e que pode, inclusive, se tornar um Super El Niño.
O El Niño, assim como a La Niña, determina mudanças nos padrões de transporte de umidade e, portanto, variações na distribuição das chuvas em algumas partes do mundo — inclusive o Brasil. Segundo o International Research Institute for Climate and Society, os dois fenômenos, El Niño (EN) e La Niña (LN), têm as seguintes características: tendem a se desenvolver entre abril e junho, atingem o pico entre outubro e fevereiro, duram entre 9 e 12 meses, podem persistir por até aproximadamente 2 anos e recorrem em intervalos de 2 a 7 anos.
Ou seja, acontecem de maneira alternada e periódica, com um período de neutralidade entre eles. Para determinar que um dos dois fenômenos está em curso é preciso haver persistência na alteração de temperatura no Oceano Pacífico por, pelo menos, cinco ou seis meses de registros de altas ou quedas para que um dos fenômenos se consolide de fato.
O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Ou seja, quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves. O ar se torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva e está associado a períodos de secas.

Massa de ar polar? Ciclone extratropical? Subtropical? Entenda o que são esses fenômenos: Quais os impactos do El Niño sobre o clima do Brasil?

Causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais; e provoca chuvas excessivas no Sul do país e no sudeste do país.

Tem relação com o aquecimento global?

Não, já que essa variabilidade climática é diferente de mudança climática (que é definitiva, quando o regime climático como um todo se altera e cria um novo padrão). No entanto, as mudanças climáticas devem afetar inclusive esses mecanismos de variabilidade porque a própria circulação dos oceanos deve mudar e afetar como o clima vai repercutir ao redor do globo.

E o Super El Niño?

A ocorrência do evento de variação climática já era amplamente esperada. Há expectativa de especialistas de que ele possa até mesmo se configurar como um Super El Niño. A confirmação de que o “El Niño” está entre nós foi divulgada por Emily Becker, uma cientista do clima e comunicadora da NOAA. Segundo ela, “as chances dele se tornar um evento forte em seu pico são de 56%, enquanto as chances de termos pelo menos um evento moderado são de aproximadamente 84%”.

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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