HISTÓRIA: BRASIL VENCE DISPUTA DE TERRAS COM A ARGENTINA

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Santa Catarina e Paraná tem histórias fantásticas pra contar

Por L. Pimentel

Na sequência das histórias que vimos contando sobre o Paraná e Santa Catarina, hoje vamos abordar um tema relacionado com o início da República Brasileira. O assunto de hoje (que poucos conhecem) foi importantíssimo para o Brasil no final do século 19. Mas foi por um fio…

Naquela época, a jovem província paranaense ficou anos sob a ameaça de perder 30.621 quilômetros quadrados, período em que Brasil e Argentina disputavam a posse de uma região no Sudoeste paranaense e oeste de Santa Catarina, numa disputa que se tornou conhecida como “A Questão de Palmas”.

A fronteira entre os dois países passaria, segundo o Tratado de Santo Ildefonso (1777) pelos rios Peperi-Guaçu (afluente do Rio Uruguai) e Santo Antônio (afluente do Rio Iguaçu).

Em 1857 o Brasil iniciou – com um governo rebelde na Argentina – uma negociação sobre a questão fronteiriça que vivia em uma constante guerra civil. Os brasileiros afirmavam que os referidos rios Peperi-guaçu e Santo Antônio eram os que, atualmente, levam esses nomes. Nenhum acordo chegou a ser assinado, mesmo porque, a Guerra do Paraguai acabou por unir brasileiros e argentinos. Apenas em 1881 é que os portenhos resolveram interpretar o Tratado de Santo Ildefonso. Para eles, os dois rios eram, respectivamente, o Chopim e o Chapecó.

Os brasileiros temiam uma invasão argentina, mas o que aconteceu na verdade foi um processo de penetração dos argentinos em terras brasileiras na busca pela erva-mate. Em 1881, a Argentina criou um governo (Missiones) entre os rios Paraná, Iguaçu e Uruguai. No ano seguinte, em 1882, precavendo-se, o Brasil ativou as colônias militares de Chapecó e do Chopim, criadas em 1859.

Diante do agravamento das tensões, os dois países formaram uma comissão mista para estudar a área contestada. Em 1889, a Argentina propôs a divisão do território em questão, mas o Brasil rejeitou a proposta. Resolveu-se, então, levar a questão a ser submetida a um arbitramento internacional.

Nesse meio tempo o Brasil virou República, com a ascensão do Marechal Deodoro da Fonseca ao poder. O novo governo, para evitar maiores problemas, resolveu acatar a sugestão argentina, o que, muito festejado em Buenos Aires, acabou sendo derrotado pelo Congresso Brasileiro recém-formado no Rio de Janeiro.

O árbitro escolhido foi o então presidente norte-americano Grover S. Cleveland. Este, porém, não poderia dividir o território. O vencedor levaria toda a área em disputa. Em 1895, o presidente Cleveland deu a sentença final: “O Brasil era o dono definitivo dos 30.621 quilômetros quadrados, determinado pela grande ocupação brasileira dos Campos de Palmas”. Os argentinos tiveram que se contentar com a decisão.

Para que desconhece essa parte da história (que, aliás, nem nas escolas se ensina mais), Brasil e Argentina vêm peleando desde os tempos antigos. Felizmente, hoje, essas brigas políticas ficam apenas por conta do futebol. Oxalá paremos por aqui…!

CURIOSIDADE

Grover Stephen Cleveland, do então partido Democrático, presidiu os Estados Unidos em dois períodos distintos. Foi o 22º presidente norte-americano entre os anos de 1885/1889, e mais tarde o 24º presidente entre 1893/1897. Foi durante o segundo mandato que ele arbitrou em favor do Brasil. À sua época, Cleveland também passou por maus bocados em seu próprio país, tendo que combater uma intensa depressão que se abateu sobre a nação (1893), e se mobilizou no combate à inflação (1894), tendo, inclusive, que usar a força para isso.

Histórias seguem na próxima edição…..

 

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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