Coluna: “Papo Legal”: A inadimplência tem se tornado uma sombra crescente no cenário econômico atual, afetando tanto consumidores quanto empresas. Com a inflação e o aumento das taxas de juros, muitos cidadãos encontram dificuldades em honrar suas dívidas, resultando em um ciclo vicioso de endividamento. Entretanto, a questão não se resume apenas à incapacidade de pagamento, mas também à falta de habilidade dos gestores em conduzir negociações eficazes com devedores.
A abordagem tradicional de cobrança, muitas vezes agressiva e desumanizadora, não só falha em recuperar créditos como também pode agravar a situação financeira do devedor. As empresas, por sua vez, frequentemente carecem de estratégias de negociação que priorizem o diálogo e a compreensão das circunstâncias que levaram à inadimplência. O resultado é uma relação desgastada, onde a comunicação se rompe e ambos os lados saem perdendo.
Gestores que se dispõem a entender as necessidades e limitações dos devedores podem transformar essa situação. A prática de escuta ativa, empatia e propostas de solução flexíveis são fundamentais para restabelecer a confiança e facilitar acordos mais viáveis. Além disso, a implementação de treinamentos focados em habilidades de negociação pode ser um diferencial significativo. Investir na formação da equipe não apenas melhora as taxas de recuperação de crédito, mas também contribui para a construção de uma reputação positiva da empresa no mercado.
É essencial que as organizações reconheçam a inadimplência como uma oportunidade de reencontro com o cliente, e não apenas como um problema a ser resolvido. Ao adotar uma postura mais proativa e compreensiva, os gestores não só ajudam a aliviar a pressão sobre os devedores, mas também garantem a sustentabilidade financeira de suas próprias operações. Em um mundo onde a empatia e a compreensão são cada vez mais valorizadas, a habilidade de negociar de forma eficaz é um ativo inestimável que pode fazer toda a diferença.
Portanto, é hora de repensar estratégias e investir em relações mais saudáveis e produtivas. Afinal, um bom acordo é aquele em que ambos os lados saem ganhando!

•Formação: Advogado com imersão na Harvard Business Review (HBR)