GRUPO CHEBGOU A RAFAH DE ONDE AGUARDA SINAL VERDE DA EMBAIXADA DO BRASIL
Noura Bader embarca novamente em ônibus para sul de Gaza neste sábado (14). Os brasileiros que tentam deixar a Faixa de Gaza chegaram neste sábado (14) à fronteira entre o território e o Egito, segundo disse ao g1 uma das integrantes do grupo. Eles agora esperam uma complicada negociação que envolve os governos de Israel, do Egito, dos Estados Unidos e do Brasil para que tenham autorização de cruzar a fronteira.
O grupo, que estava em um abrigo no norte da Faixa de Gaza, perto da fronteira com o sul de Israel, embarcou nesta manhã em uma viagem com um ônibus fretado pela Embaixada do Brasil na Palestina. Os brasileiros foram primeiro levados até a cidade de Khan Younes, por meio de uma rota considerada segura – a Embaixada recebeu informações que não haveria bombardeios nessa estrada.
Em Khan Younes, os brasileiros foram levados ao prédio no qual vive uma família brasileira. Eles ficarão lá, segundo a Embaixada, enquanto esperam para cruzar a fronteira e embarcar, já no Egito, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que os levará ao Brasil. Um dos desafios para cumprir essa trajeto é que o grupo pode ter agora uma janela de poucas horas para conseguir cruzar a fronteira.
Isso porque, segundo disseram integrantes das negociações entre Egito, Israel e Estados Unidos à agência de notícias Associated Press e à rede de TV Al-Jazeera, as partes chegaram a um acordo para abrir a fronteira entre o sul de Gaza e o Egito – que está fechada desde o início da guerra entre Hamas e Israel. A rede CNN Internacional afirmou que fontes do Ministério da Defesa de Israel autorizaram a passagem entre Gaza e Rafah, no Egito, mas não especificaram quando a fronteira seria aberta. Apenas cidadãos estrangeiros poderiam passar por esse corredor, segundo o acordo.
TRAJETO BOMBARDEADO
Noura Bader embarca novamente no ônibus pouco antes das 14h de sábado (14), no horário local, na segunda tentativa para deixar Gaza. O trajeto entre o abrigo de onde o grupo saiu, no norte de Gaza é de apenas 25 quilômetros – em tempos normais, duraria cerca de 30 minutos. Mas a previsão era de que a viagem poderia durar até duas horas caso houvesse bombardeios. Nesta madrugada, um ataque com mísseis atingiu um comboio de civis que fazia o mesmo trajeto, do norte ao sul, e deixou 70 pessoas mortas, entre bebês e mulheres.
Para garantir a segurança, a Embaixada esperou a garantia, por Tel Aviv, de que não haveria bombardeios na rota. O embaixador Alessandro Candeas afirmou também que a Embaixada informou a placa e o modelo do ônibus a autoridades de Israel e ao Hamas, que governa e controla a Faixa de Gaza.
SEGUNDA TENTATIVA
Brasileiros começam a embarcar em ônibus para deixar norte de Gaza. Mais cedo, os brasileiros chegaram a colocar bagagens no porta-malas do ônibus, mas, por conta de informações sobre novos bombardeios de Israel no trajeto, tiveram de voltar ao abrigo onde estavam. Os ônibus para transporta-los chegaram durante a noite de sexta-feira (13), mas a embaixada brasileira na Palestina considerou que era muito arriscado iniciar o deslocamento, por conta da série de bombardeios realizados por Israel. Os brasileiros estavam abrigados na escola Rosary Sisters School, ao norte de Gaza.
O avião enviado pelo governo brasileiro para resgata-los da região e trazê-los de volta ao Brasil está em Roma, na Itália, e aguarda que o grupo cruze a fronteira para voar o Egito. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na sexta-feira (13) que o embarque será realizado em um local no Egito perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e não mais na capital, Cairo.
Por Luisa Belchior, g1