Projeto social nasceu pequeno mas que hoje atende 250 famílias
A fundadora do projeto “Amigos do Morretes” – entidade criada com fins humanitários em defesa de crianças e pessoas necessitadas, que distribui cestas-básicas e marmitas prontas – senhora Nara Lemes participou de Podcast da Folha do Estado para contar sobre a luta diária da instituição e relata em detalhes os trabalhos que vem sendo realizados sob seu comando.
Na última semana de Março a Amigos do Morretes realizou um ótimo trabalho de Páscoa envolvendo muita gente no projeto social. A presidente Nara Lemes explica que o projeto, que já está no seu oitavo ano, na medida do possível tem feito a entrega de roupas, calçados, cobertores e, quando conseguem, também distribuem cesta básica, além das marmitas prontinhas, claro.
O jornalista José Avelino Santana perguntou para Nara como nasceu o projeto, e como ela chegou à conclusão de que precisava fazer algo para os mais pobres e necessitados.
Ela afirma que todo o projeto começa por uma “dor”. Relata que em 2016 se dispôs a trabalhar na campanha do então candidato Xepa, quando acabou se acidentando quebrando o tornozelo. Feita a cirurgia com a colocação daquele monte de ferro como costumamos ver em pessoas com esse tipo de quebradura, ela teve que ficar de cama por um bom tempo. Então, ligou para o Xepa a fim de explicar o ocorrido com ela. Foi quando Xepa lhe disse que não era por ela estar doente que ele deixaria de lhe dar a mão. Tu vais fazer campanha pra mim de dentro de casa, através do Facebook e do WhatsApp. E sempre que ele passava próximo, quando ia na Rua 450, Jardim Praia Mar e imediações, passava pela casa de Nara, dava um abraço nela, perguntava se podia ajudar em alguma coisa, como um médico, comida e coisa e tal.
– Assim fomos criando uma afinidade. Fiz campanha pra ele de dentro de casa, graças a Deus ele se elegeu. Depois disso eu dei uma idéia a ele – isso depois de ter ficado um ano usando muleta e passando por três cirurgias – eu sentia a necessidade de um prato de comida, de alguém que se preocupasse comigo, de um remédio, porque na época eu era sozinha e com uma filha de 7 anos. Sou natural de Chapecó, não tenho parentes em Itapema, e o Xepa foi um irmão, foi aquele que me abriu as portas, me abraçou, e independente de política ele esteve do meu lado até minha recuperação. Depois disso dei a idéia sobre o que ele achava de a gente fazer uma marmita para quem precisa. Isso porque eu mesma sentia a necessidade de quando a gente fica doente, de ter alguém que nos dê a mão. De receber um prato de comida pronta, muitas vezes nas casas, a mãe ta trabalhando e as crianças precisam de uma comidinha pronta. Foi quando o Xepa me disse, tu entra com a casa, eu entro com o alimento. Então abraçamos a idéia e começamos. No início foi uma coisa pequena, começamos com 17 famílias. Tínhamos uma mesinha pequena, algumas roupas, uns pares de calçados… Mas a coisa foi crescendo, crescendo, e então o Xepa procurou a ajuda dos amigos – como está no nome do projeto: “Amigos do Morretes”. Depois disso reunimos um grupo de como dona Teresa, dona Dirce, dona Liane e várias outras pessoas que foram agrupando. Foi o chamado “trabalho formiguinha”. Formamos a diretoria, hoje temos um estatuto, tudo isso com o intuito de ajudar. Hoje participam do projeto idosos, mães, cujos maridos estão presos, crianças abandonadas, outras que são cuidadas pelos avós, mas que também precisam de ajuda. Atendemos aquelas pessoas que realmente necessitam – confirma.
“Quanto às marmitas, iniciamos com um fogão pequeno, mas a coisa foi aumentando, eu pedia ajuda para a Dirce, ela por sua vez pedia ajuda ao seu vizinho e assim fomos aumentando nosso atendimento. Foi um verdadeiro trabalho formiguinha”. Nara diz que hoje, graças a Deus estão com 250 famílias atendidas, inclusive com o apoio de empresas que contribuem com o projeto.
Nara participou do podcast juntamente com algumas amigas que também colaboram e fazem parte dos Amigos do Morretes. As colaboradoras foram unânimes em afirmar as qualidades da fundadora do projeto. Também afirmaram que participar, efetivamente, é alguma coisa que lhes dá a maior satisfação. Principalmente por entenderem que estão ajudando – pelo menos em parte – para a melhoria de vida de pessoas em situação de necessidade.
A vice-presidente do movimento conta que foi até lá apenas como curiosa, mas que acabou gostando tanto que hoje se sente muito bem em poder participar.
Já dona Teresa, que é a tesoureira do projeto, disse que quando tomou conhecimento não tinha a menor idéia do que se tratava, mas acabou entrando e também se sente bem melhor hoje podendo ajudar as amigas a tocarem o barco pra frente. Ela reclamou que às vezes falta alguma coisa, a despensa diminui o estoque, o dinheiro para adquirir os alimentos encurta, mas a satisfação em poder ajudar, esta sim só aumenta. Teresa lembra que já em 2015, quando provou a comida da Nara pela primeira vez, aprovou totalmente, se apaixonou e viu que a coisa era boa mesmo. Lembra das macarronadas, das feijoadas, das sopas, tudo muito bem temperado. Desde 2020, dona Teresa participa efetivamente do projeto e diz que está muito satisfeita.
DESDE 2020 O PROJETO TEM SEU ESTATUTO
A presidente Nara Lemes relata que já vai para 5 anos que o ‘Amigos do Morretes’ tem seu estatuto formalizado, estatuto este montado sob os auspícios e com a ajuda do Instituto Araxá e do doutor Joel. “Porém, até hoje, a ajuda ao projeto vem só de amigos”, disse a presidente. Ela também fez alguns agradecimentos a empresas que têm vocação social, como a CiaNet, por exemplo. A Black Entretenimentos (aquela das maquininhas) é outra que contribui com o projeto. CiaNet e Black contribuem com os almoços. Já Xepa e amigos preenchem o restante dos dias, quando o mês é de cinco semanas.
Outra colaboradora é a Imobiliária LP, que ao vender os apartamentos sempre separe uma fatia para a compra de cestas-básicas. Essas cestas são destinadas a pessoas acamadas, com doenças importantes que necessitam de repouso, e isso as ajuda na alimentação. A H. Empreendimentos é outra das colaboradoras; ela doa cestas-básicas para 16 famílias. Algumas igrejas evangélicas também participam com a doação de roupas de cama e de uso pessoal.
E QUEM DESEJA PARTICIPAR?
Pessoas ou empresas que desejam participar desse projeto social como podem fazê-lo? Elas podem ligar para o 47-99607-6434. Ou as doações podem ser feitas pelo PIX cuja chave é: Banco SICRED: Pix 45.393.563/0001-25 – Associação Beneficente Amigos do Morretes.
Se você quiser ouvir na íntegra o Podcast, basta acessar este link: https://www.youtube.com/live/8UeTTuaiTjk?si=ANH6kIWmf_CdAlL-