JESUS CRISTO DEIXOU ALGUMA RECEITA ECONÔMICA OU POLÍTICA PARA OS CONTEMPORÂNEOS

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Por José Santana

Muitos citam que a conduta de Jesus, a seu tempo, teria um viés comum, de comunista, logo, precisamos fazer uma pesquisa ampla para fazer uma crítica bem fundamentada, pois, desde o surgimento do Estado como organização social e econômica, surgiram várias teorias: A primeira delas, a teoria liberal da negação do estado como ator econômico. A segunda, a teoria Keynesiana e o envolvimento do estado. E a terceira, a teoria do Marxismo e o Estado como instrumento do capitalismo. Mas como analisar a profundidade da evolução desses organismos desde as sociedades primitivas, se nesse período não havia lógica para o acúmulo de bens, produtos ou serviços. Essas comunidades que viviam nessas sociedades primitivas, iniciaram o primeiro mercado de troca, que ficou conhecido pelo termo ‘Escambo’, pois, quando essas trocas surgiram nos primórdios dessas sociedades não havia uma moeda para intermediar as negociações. Seria muito raso nos dias de hoje um economista fazer uma previsão. As regras ou modelos econômicos a serem aplicados daqui há dois milênios seriam outras, e ninguém arriscaria sua reputação profissional com previsões messiânicas. As sociedades primitivas passaram por algumas eras até se adaptarem com os excessos da produção. Assim, essas oportunidades entre as sociedades, através do Escambo, iniciaram as primeiras rodadas de comercialização de seus produtos entre grupos menores, e só depois em sociedades microrregionais. Essas sociedades manufaturadas produziam arroz, trigo entre outras culturas, e também alguns animais. Nesse movimento frenético, a necessidade de uma moeda de troca, ou papel, passou a ser registrada entre as primeiras sociedades primitivas do Mediterrâneo, no Egito e no continente asiático, sendo aperfeiçoado aos poucos pelos povos do Oriente e após pelos povos da Europa antiga (romanos).

No Brasil, após sua descoberta pelos portugueses, o escambo, foi a moeda de troca entre os indígenas e os colonizadores que exploravam, principalmente, o Pau Brasil. A presença da moeda e dos bancos foi uma necessidade emergente para facilitar os meios de trocas, assim, vimos surgir o mercantilismo, que pavimentou a pré-configuração para o capitalismo. O mercantilismo era financiado por um estado forte em que as terras tinham o maior valor econômico, capital e trabalho, não havendo um elo para regular o mercado da produção, demanda ou consumo naquele período. O motor energético era realizado pelo serviço de escravos; nesse período a mão de obra era explorativa, vil, e desumana, quando surge o iluminismo que se contrapôs o mercantilismo, com o nascimento da formatação de uma consciência individual autônoma. -Não pare agora. Noção de progresso. Caráter pedagógico. Pensamento laico. Valorização do conhecimento, ciência e autoridade.

Por esses termos já podemos entender que os representantes desse movimento queriam combater o obscurantismo, a ignorância e o despotismo. Além disso, queriam divulgar o conhecimento científico a fim de, por meio dele, possibilitar o progresso humano. No entanto, o progresso humano também possibilitaria o desenvolvimento da ciência, ou seja, quanto mais o homem conhece a ciência, mais progride intelectualmente e é capaz de fazer a ciência ir além. Vários personagens, a exemplo do filosofo francês, Voltaire (1694-1778), inspirado no iluminismo conseguiu avanços significativos para fomentar e promover o Estado Democrático de Direito. Na sua tese, podemos observar que ele peticionava contra o abuso de poder do clero, dos reis, a intolerância religiosa, o que depois fundamentou o Estado laico, teoricamente. Voltarie provocou os estados-cidades-nações a iniciarem um movimento para organizar o Estado Jurídico, estimular a consciência do indivíduo livre, conceito baseado no livre comércio e oposto ao absolutismo individual, ou seja: consciente e capaz de se autodeterminar e que deveria ser tratado com igualdade jurídica em relação aos outros, uma forma de garantir sua liberdade.

Desde a segunda metade do século XVIII, esse movimento como o “Século das Luzes”, “Ilustração” ou “Esclarecimento” levou um bom tempo para entender os significados práticos da liberdade, justiça, igualdade, fraternidade e autodeterminação.
O que Jesus falou sobre os intensos e conturbados embates políticos, social e econômico dos seus dias, cujo exemplo podemos aproveitar de suas poucas dicas sobre o modo político que adotarmos em meio as tensões políticas macroeconômicas e socioculturais tão intensas dos dias contemporâneos? – Vamos às pesquisas nos escritos do novo testamento, registros deixados sobre atitude do mestre quando remédio econômico. Jesus trabalhou, viveu e negociou no mundo como o encontrou, ele não propôs nenhum modelo ou ajuste econômico, estilo de vida ou regras de mercado, sobretudo do direito à propriedade.
Jesus não foi um reformador econômico e nem especialista no tema, embora com frequência chamasse a atenção para a injustiça da distribuição desigual das riquezas. Mas ele não ofereceu nenhuma sugestão para a resolução dos problemas sociais e econômicos.
Ele deixou claro nos registros, sinais do comportamento adequado para se ter uma vida econômica sem colocar em conflito ou em risco a relação com Deus, embora registros demonstram que seus apóstolos não devessem possuir propriedade, ele não estava pregando contra a riqueza e a propriedade, apenas sua distribuição desigual e injusta.
Jesus em seu ministério público reconhecia a necessidade de justiça social e imparcialidade industrial, mas não oferecia regras para alcançá-las.

Jesus nunca ensinou seus seguidores a evitar as posses terrenas, apenas seus doze apóstolos. Lucas, o médico, acreditava fortemente na igualdade social e fez muito para interpretar as palavras de Jesus em harmonia com suas crenças pessoais.
Jesus nunca instruiu pessoalmente seus seguidores a adotar um modo de vida comunitário; ele não fez nenhum tipo de pronunciamento sobre tais assuntos.
Jesus frequentemente alertava seus ouvintes contra a cobiça, o acúmulo, “zoio” grande: declarando que “a felicidade do homem não consiste na abundância de seus bens materiais”. Ele reiterava e constantemente chamava atenção para: “Que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Jesus não fez nenhum ataque direto à posse de propriedade, mas insistiu que é eternamente essencial que os valores espirituais venham em primeiro lugar. Em seus ensinamentos, ele procurou corrigir muitas visões errôneas da vida cotidiana, narrando numerosas parábolas que apresentou no curso de seu ministério público. Jesus pelos registros nunca pretendeu formular teorias econômicas; essa pergunta inquieta ainda hoje muitos sociólogos e analistas econômicos, porquê Jesus evitou construir ao menos uma narrativa, modelo ou programa social e econômico para que as gerações atuais e futuras pudessem usufruir. Jesus sabia que cada época deve desenvolver seus próprios remédios para os problemas existentes, ele tinha consciência de que as sociedades avançaram do modus primário, secundário e flutuaria no terciário. Ele sabia do processo de transição das eras e tempos, por esta razão qualquer dica para aqueles dias não seria aplicável nos tempos e tempos vindouros. E se Jesus estivesse na terra hoje, vivendo sua vida na carne, ele seria uma grande decepção para a maioria dos bons homens e mulheres pela simples razão de que não tomaria partido nas atuais disputas políticas, sociais ou econômicas. Jesus cuidou de fazer alguns movimentos que são vistos como jurídico, político e socioeconômico. Em uma de suas falas, Ele faz uma separação cirúrgica do estado, quando fundamenta o princípio da laicidade, “dê a César o que é de César e a Deus o que é Deus”. Nessa fala, Jesus revela que os assuntos terrenos não tem qualquer ligação com os assuntos divinos, que a instituição estado, deve ser um objeto civil de organização social e econômica de Estado, separada em uma equidistância das questões religiosas de status divino.

Noutro ponto vemos que Jesus tinha um firme senso de justiça com propósitos bem definidos, mas sempre temperando justiça com misericórdia. Ele não ensinou a seus apóstolos que eles deveriam ser enganados por parasitas sociais ou esmolas profissionais. O mais próximo que ele chegou de fazer foram pronunciamentos sociológicos: “Não julgue para que você não seja julgado”. Em todos esses assuntos que reunia finanças e situações econômicas, era prática de Jesus sempre dizer: “Sede prudentes como as serpentes, mas inofensivos como as pombas”. Parecia ser seu propósito em todas as situações sociais, ensinar paciência, tolerância e perdão. Hoje, vemos um forte apelo sobre a instituição família, o que ela tem haver com os assuntos sociais e econômicos, Jesus preservou a família como a base e que ela é o primeiro círculo para revelação do amor de Deus, ele exaltou a vida familiar como mais alto dever humano.

“Então você e muitos se frustram por Jesus não tem elaborado um conjunto de regras, contudo, ele nos revela com esta atitude que política e economia são temporais e passam por constantes transições de tempo em tempo, que a regra de hoje necessariamente não se aplicará ao futuro, que remédio econômico e social do passado não se aplicaria aos dias atuais e muito menos no porvir”

Jesus sabia que as técnicas aplicadas ao convívio social e econômico passariam de tempo em tempo por turbulências até chegarem no alvorecer do autoestado, quando a humanidade aplicará em todo o sistema político, social e econômico as regras de convivência pacífica e de distribuição social de garantia mínima para que todos tenham abundância para sua sobrevivência diária. Jesus se aqui estivesse permaneceria grandiosamente indiferente ao ensinar-lhe como aperfeiçoar sua vida espiritual interior, de modo a torná-lo muito mais competente para atacar a solução de seus problemas puramente humanos.

Resumindo, ele não deu dicas e nem deixou regras a serem aplicadas para os regimes políticos, porém, suas lições foram e são extraordinárias e podem ser absolvidos individualmente por cada membro da sociedade humana, entender a princípio que ele fez uma referência sobre a condição econômica ao dizer “é melhor dá do que receber” meia palavra basta para um bom entendedor. Conclui-se que, que Jesus viveu uma vida perfeita no seu tempo espaço, e seus ensinamentos únicos só podem ser compreendidos quando essa vida é visualizada em seu pano de fundo imediato. É sua vida, e não suas lições para os doze ou seus sermões para as multidões, que mais ajudarão a revelar o caráter divino e a personalidade amorosa do Pai em que ele nos revelou.

José Avelino de Santana Neto
jornalista (DRT3982/SC) Especializando em Gestão Pública
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Redação
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