Por L. Pimentel
A vereadora e pré-candidata a prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan aproveitou a realização de um congresso de extrema-direita, realizado no último final de semana, para embarcar de maneira explicita e acachapante no bolsonarismo. Em fotos que circularam nas redes sociais da vereadora, Juliana aparece entre dois dos filhos de Jair Bolsonaro. Em outras imagens, Juliana aparece rodeada de mulheres bolsonaristas como Cintia Chagas, Caroline de Toni, a da ex-primeira-dama Michelle, além da deputada extremista, aquela do fuzil, Júlia Zanatta.
O pai de Juliana, Leonel Pavan, homem que venceu as principais eleições que disputou atuando em partidos de esquerda e de centro-esquerda, e hoje se apresenta como pré-candidato a prefeito de Camboriú, neste final de semana também passou pelo mesmo milagre metamorfósico e virou bolsonarista (pelo menos foi o que se viu), comparecendo com a filha às palestras do congresso de direita e extrema-direita, que teve como co-patrocinadora uma construtora da própria família. Não custa lembrar que na primeira eleição de Pavan a prefeito de BC, ele tinha como lema “A força do povo mudando a cidade” e seu vice era um petista. Além d’ele próprio ter concorrido pela primeira vez pelo PDT, partido de Leonel Brizola.
Como se sabe, Juliana nasceu num lar que tinha foto de Leonel Brizola na parede e viveu até a idade adulta convivendo com tucanos de centro-esquerda, a exemplo do seu pai, que chegou ao posto de governador representando o PSDB numa coligação com um partido à época de esquerda, o PMDB de Ulisses Guimarães e Luiz Henrique da Silveira.
Fenômeno semelhante também atingiu o prefeito Fabrício de Oliveira, que iniciou na política no PV, que disputou diversas eleições legislativas e trabalhou em cargos públicos dados pelo PSDB; que foi eleito prefeito de Balneário Camboriú pelo Partido Socialista Brasileiro – partido aliado aos governos Lula e Dilma – e que agora se revela perdidamente vidrado, caído e apaixonado por Jair Bolsonaro.
Hoje, seu pupilo, o pré-candidato Peeter Lee Grando, que igualmente transformou-se, pois construiu sua carreira no serviço público como cargo de confiança da ex-prefeita Luzia Coppi Mathias (Camboriú), uma vibrante centro-esquerdista tucana de carteirinha, aliada de Leonel Pavan e de outras destacadas figuras outrora emplumadas.
A democracia brasileira também deve muito a um grupo de vários deputados federais do MDB, que à época enfrentaram a ditadura militar no limite do possível, dentre os quais, um morador ilustre de Balneário Camboriú, o senhor Jaison Barreto (de saudosa memória). Se vivo fosse, Jaison estaria atônito, provavelmente sentindo-se nauseado e vomitando com esse carrossel de paixões de Leonel e Juliana, que no fundo, no fundo, talvez revele apenas um oportunismo político. Não esquecendo que o medo de perder tira a vontade de ganhar. E se a justiça prevalecer, todos aqueles que tentam, hoje, se aproveitar das situações que se lhes apresenta, acabam derrotados para o bem da população que está cansada de ser enganada.
Infelizmente ainda temos que viver com pessoas como essas, que para se dar bem na política, são capazes de qualquer coisa, até mesmo virar a casaca!
