PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DESTACA HARMONIA NA RELAÇÃO ENTRE PODERES

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira (17), que a relação entre os poderes é harmônica e, ao mesmo tempo, agitada no Brasil. Segundo Alckmin, esse cenário decorre do ambiente de diálogo, uma característica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lei orçamentária de 2022 e alteração no PPA seguem para votação em plenário

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Em reunião extraordinária, realizada na manhã desta terça-feira (14), a Comissão de Finanças e Tributação apresentou pareceres favoráveis aos Projetos de Lei (PLs) 374/2021 e 373/2021, de procedência governamental, que tratam, respectivamente, da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício financeiro de 2022, e da alteração da Programação Físico-Financeira do Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2020-2023. A decisão torna as matérias aptas a serem votadas em plenário.

No PL 374/2021 estão descritas todas as receitas que o Estado deve receber durante o período, como a arrecadação de tributos, transferências constitucionais, empréstimos, contribuições previdenciárias. Da mesma forma, com relação às  despesas, estão previstos os valores que serão destinados para ações como a manutenção dos serviços públicos estaduais (saúde, educação, segurança pública, etc.), folha de pagamento dos servidores ativos e aposentados, investimentos em obras e serviços, despesas do Poder Judiciário, Assembleia Legislativa, Ministério Público, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e Udesc.

Para tanto, a estimativa de receita total prevista para o próximo ano alcança R$ 37,1 bilhões, um acréscimo 21,64% em relação a 2021, com a despesa alcançando o mesmo montante.
Conforme o relator, deputado Marcos Vieira (PSDB), o texto traz previsão de crescimento nas aplicações em áreas como educação e saúde, além de investimentos em habitação popular, na construção do complexo hospitalar de Florianópolis e no pagamento de R$ 150 milhões em bolsas de estudo para alunos do ensino médio da rede pública estadual. No relatório aprovado, o parlamentar incorporou um total de 1.903 emendas parlamentares ao projeto, entre iniciativas individuais, de bancada e de relator.

Já o PL 373/2021  prevê a suplementação dos recursos destinados aos poderes e órgãos públicos, com a inclusão de novo programa Gestão em Educação em Defesa Civil e 49 subações, das quais se destacam bolsas de apoio a estudantes do ensino médio, pavimentação e recuperação de rodovias, apoio a projetos de conservação de nascentes, locação de equipamentos para o reaparelhamento dos sistemas prisional e socioeducativo, implantação do Centro de Desenvolvimento Cultural, implantação do Corredor Ferroviário de Santa Catarina.

O deputado Marcos Vieira, que relatou também esse projeto, incorporou 1.894 emendas parlamentares ao texto. Ele acatou o voto-vista apresentado pelo deputado Silvio Dreveck (PP) para incluir a SC-418, trecho entre Joinville e São Bento do Sul, entre as rodovias com previsão de investimentos.

Em defesa da ação, Dreveck argumentou que a via, na qual transitam cerca de 20 mil veículos diariamente, encontra-se em estado de conservação precário e necessita ser revitalizada, com melhorias na sinalização e construção de faixas adicionais. Segundo disse, a medida conta com a aprovação do secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli.

Alteração na lei sobre prevenção de incêndios
Também por unanimidade, recebeu parecer favorável da comissão o PL 394/2021, que propõe alterações nas normas para prevenção e segurança contra incêndio e pânico. O objetivo é simplificar os processos relativos a construções, ampliações e reformas, além de concessão de habite-se, que dependem de autorização dos bombeiros.

A proposta, sugerida pelo Corpo de Bombeiros Militar por intermédio do governo do Estado, altera 14 artigos da Lei 16.157/2013, que dispõe sobre as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra incêndio e pânico.

O principal ponto do PL trata da possibilidade de obtenção, por meio de autodeclaração do responsável técnico, de atestado para construção, reforma e ampliação, e de habite-se para empreendimentos que se enquadrem em processo simplificado. A expectativa dos bombeiros é que, com essa e outras alterações previstas no PL, a tramitação dessas solicitações na corporação demore apenas um dia útil.

Além da autodeclaração, o PL altera outros pontos da lei sobre prevenção de incêndios, como os valores das multas aplicadas em caso de infrações e a permissão para a realização de show pirotécnico em ambiente fechado, desde que sejam adotadas medidas de segurança estabelecidas em regulamentação específica.

A aprovação seguiu o parecer  do deputado Coronel Mocellin (PSL) pela adequação financeira e orçamentária da proposta. “Na análise dos aspectos supracitados, é possível verificar que a proposta governamental não implica criação ou aumento de despesa, ficando dispensada a estimativa do impacto financeiro e orçamentário.”

A matéria segue em análise nas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; e de Segurança Pública.

Ampliação da idade para recebimento de benefício por gestação múltipla
Foi admitido o PL 358/2021, que estabelece lei específica para a concessão do benefício assistencial pago a famílias carentes com caso de gestação múltipla.

A proposta, de autoria do governo do Estado, também amplia o rol de pessoas que podem ser beneficiadas, ao aumentar de 12 para 18 anos a idade máxima para o recebimento do auxílio.
Conforme o texto, o valor mensal de R$ 508,60 será pago a famílias com caso de gestação em que tenham nascido três ou mais crianças. O auxílio também poderá ser concedido nos casos que envolvam crianças nascidas em outros estados, desde que o fato tenha ocorrido por recomendação médica ou por falta de leitos na rede de saúde estadual e a família resida em Santa Catarina. Pela regra atual, o pagamento é feito apenas àqueles que nascem em território catarinense.

Para obter o benefício, os pais ou responsáveis devem morar no estado há pelo menos dois anos, residir em Santa Catarina até o término do pagamento do benefício e constar no Cadastro Único (CadUnico) do governo federal. É preciso, ainda, comprovar renda de até 75% do salário mínimo por membro da família.

A estimativa do governo é que o número de beneficiários chegue a 396, com impacto financeiro anual de R$ 2,3 milhões aos cofres do Estado.

Em seu parecer, o deputado Julio Garcia (PSD) destacou que, ainda que o projeto promova aumento de despesa pública, uma vez que ampliará o número de contemplados pelo benefício assistencial, o impacto financeiro estimado para sua aplicação está abaixo do montante destinado pelo governo no orçamento estadual para atender o benefício de gestação múltipla.

Ele apresentou emenda retirando o artigo 4º da proposição, que excluía do benefício crianças e adolescentes de gestações múltiplas. Ele também propôs nova redação enfatizando que somente terão direito ao benefício as famílias que comprovarem renda de até 75% do salário mínimo per capita.

Com a decisão, o projeto segue para a Comissão de Direitos Humanos.

PL estabelece novas regras para uso remunerado de espaços do Estado
Os deputados que integram o colegiado manifestaram-se favoravelmente ao PL 34/2021, de autoria do governo do Estado, que autoriza a concessão e a permissão de uso remunerado de espaços físicos de imóveis de órgãos da administração pública estadual direta, de autarquias e de fundações.

Atualmente, as concessões de uso remunerado desses espaços são normatizadas pela Lei 14.568/2008 – o governo propôs no PL 34/2021 uma nova regulamentação. No projeto está prevista a permissão de uso remunerado nos espaços físicos exclusivamente para a realização de atividades educacionais, desportivas, turísticas, artísticas, culturais, feiras e eventos. Nesse caso, ficam dispensados o processo licitatório e o decreto autorizativo, com a permissão de uso, de no máximo 30 anos, sendo avalizada pelo órgão ou entidade que administra o imóvel.

Já as concessões devem seguir o procedimento licitatório previsto na Lei Federal 8.666/1993 (lei das licitações) e serão autorizadas por meio de decreto do governador, por iniciativa da Secretaria de Estado da Administração (SEA). O prazo para exploração do espaço não poderá superar 35 anos.

As receitas obtidas com as concessões e permissões de uso serão utilizadas para atender despesas com reforma, construção e ampliação do Centro Administrativo do Estado e de imóveis que abriguem órgãos e entidades da administração pública estadual; com projetos arquitetônicos e de engenharia; manutenção e conservação de imóveis públicos; taxas, emolumentos, condomínios e alugueis de imóveis; desenvolvimento, aquisição e manutenção de sistemas de gestão patrimonial; aquisição de material permanente; e servidores ativos e inativos do órgão ou da entidade responsável pela gestão do imóvel e os respectivos encargos sociais.

Os integrantes da Comissão de Finanças avalizaram a adequação financeira e orçamentária da proposição, conforme o relatora da deputada Marlene Fengler (PSD). “Sob a ótica das finanças públicas, verifico que a proposição em tela não prevê a criação de despesas, dispondo tão somente sobre a atualização da legislação concernente ao procedimento de concessão e ao uso de imóveis, em convergência à legislação federal vigente.” O PL segue para a Comissão de Trabalho.

Auxílio para vítimas de violência doméstica
Por maioria de votos, foi admitido o PL 145/2020, de autoria da deputada Ada De Luca (MDB), que visa criar auxílio emergencial financeiro para as mulheres vítimas de violência doméstica e que estão asseguradas por medidas protetivas durante o período de calamidade pública instituído pelo governo em função da pandemia de Covid-19.

Conforme a proposição, o valor estipulado para o benefício é de R$ 600, a ser concedido pelo período de até seis meses, com os recursos necessários para o cumprimento da medida sendo provenientes do orçamento geral do Estado.

Seguindo parecer da deputada Luciane Carminatti (PT), a matéria foi considerada sem óbice financeiro ou orçamentário, estando apta para seguir para votação em plenário.

O deputado Bruno Souza (Novo) apresentou voto contrário ao parecer, argumentando que o projeto não conta com estimativa de impacto financeiro para a execução da medida visada e nem a especificação da fonte de custeio. A manifestação de Souza contou com o apoio do do deputado Sargento Lima (PL).

Refinanciamento de dívidas
Por fim, foi encaminhado para o plenário, com parecer favorável da comissão, o PL 451/2021. De autoria do governo do Estado, a proposição tem por meta autorizar o Poder Executivo a formalizar aditivo ao contrato de refinanciamento de dívidas nº 12/98/STN/Coafi, assinado ao amparo da Lei federal nº 9.496, de 1997, e da Medida Provisória federal nº 2.192-70, de 2001.

O encaminhamento, que seguiu o relatório favorável do deputado Julio Garcia, contou com a abstenção do deputado Bruno de Souza e o voto contrário do deputado Sargento Lima.

Redação
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