Contas de luz estão alcançando as nuvens
O consumidor, que não teve sua identidade revelada, relatou que, enquanto seu consumo médio nunca ultrapassou 1.000 quilowatts, os registros da Celesc indicaram um consumo de mais de 3.000 quilowatts em dezembro e mais de 7.000 quilowatts em janeiro, números que, segundo ele, são “tecnicamente impossíveis e fora de qualquer padrão” da residência.
A indignação se intensifica, pois o morador tentou diversas vezes contatar a empresa por meio de canais de atendimento, como site, chat, WhatsApp e agências físicas, mas sem sucesso. A falta de resposta da Celesc exemplifica um descaso com os consumidores, especialmente em um período de alta demanda, como o verão, quando Itapema recebe um grande fluxo de turistas.
Diante desse cenário, o morador protocolou uma reclamação no site consumidor.gov, onde foi registrado o protocolo 2025.01/00010423799, na esperança de que sua situação fosse analisada. Ele apresenta uma série de demandas urgentes para a empresa:
- Análise Imediata das Cobranças: A necessidade de revisão dos valores cobrados e dos padrões de consumo registrados é imperativa para identificar a origem dos erros.
- Transparência nos Processos: A Celesc deve adotar sistemas mais claros e acessíveis, permitindo que os consumidores acompanhem e questionem suas faturas de forma eficiente.
- Atendimento Eficiente: É crucial que os canais de atendimento da empresa funcionem de maneira eficaz, tanto online quanto presencialmente, para que os consumidores não fiquem sem respostas.
- Uso de Inteligência Artificial: A implementação de tecnologias que detectem automaticamente inconsistências no consumo e alertem tanto o consumidor quanto a empresa pode evitar cobranças indevidas.
O QUE DIZ A LEI
Os consumidores têm direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) em casos de cobrança indevida. O CDC proíbe a cobrança de valores não devidos e assegura a devolução em dobro dos valores pagos, salvo erro justificável. Além disso, garante o direito à informação clara sobre serviços prestados e permite a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, obrigando a Celesc a comprovar a legitimidade da cobrança.
Os consumidores também podem registrar reclamações junto à concessionária e buscar auxílio em órgãos como Procon e Aneel, e a interrupção de serviços essenciais é proibida durante disputas de cobrança, desde que haja reclamação formal. Por fim, a responsabilidade por falhas no serviço recai sobre a empresa, independentemente de culpa.
Ministério Público Recomenda Procon Fiscalizar a Celesc
Em resposta à crescente insatisfação dos consumidores, o Ministério Público de Santa Catarina recomendou ao Procon que intensifique a fiscalização da Celesc. A medida visa assegurar que a empresa cumpra as normas de defesa do consumidor e que os moradores de Itapema tenham suas reclamações devidamente analisadas e resolvidas.
Entramos em contato com a Celesc para obter uma manifestação oficial sobre as reclamações dos consumidores, mas não recebemos resposta até o momento. O espaço segue aberto para que a empresa apresente seus contrapontos a respeito da situação.
Cobranças abusivas não apenas impactam a saúde financeira dos consumidores, mas também comprometem a confiança em um serviço público essencial. A comunidade de Meia Praia exige respeito e uma solução imediata da Celesc, clamando por um atendimento que reflita responsabilidade e eficiência.
“Chega de descaso! Exijo respeito e solução imediata”, conclui o morador, representando uma voz que ecoa entre muitos outros afetados pela mesma situação.
Por José Santana
Da redação