A Câmara dos Deputados terminou a votação da medida que cria critérios novos para conceder o seguro-desemprego. Os deputados que apoiam o governo conseguiram impedir mudanças no texto aprovado na quarta-feira (6).
O governo comemorou. “É sinal de que o Congresso Nacional compreendeu as necessidades do país. Porque essa não é uma questão do governo. É uma questão de estado, é uma questão do país”, afirmou o vice-presidente Michel Temer
“É uma vitória de toda a sociedade, a responsabilidade fiscal é fundamental para gente continuar a crescer”, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A vitória foi apertada: 252 votos a favor, 227contra. E com traições. No Democratas, de oposição, oito deputados votaram a favor do ajuste. No PT, um deputado votou contra e nove não votaram.
Nesta quarta-feira (7) o presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha, cobrou. Disse que o PT só cumpriu parte do que prometeu.
“Deputados simplesmente se evadiram, né? Cumpriu 80%”, afirmou Eduardo Cunha.
Mas 13 deputados do PMDB também votaram contra. E No PDT, outro partido da base, a bancada inteira votou contra. O PT criticou. “A base ficou muito incomodada. Base é base. Tem que ser base de manhã, de tarde e de noite”, afirmou José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
A sessão teve chuva de notas de dólar de mentira e panelaço contra as medidas, além de bate-boca.
Nesta quinta-feira, sindicalistas voltaram a protestar. Uma das mudanças aprovadas é o tempo necessário para um trabalhador pedir o seguro-desemprego pela primeira vez. O prazo passou de seis para 12 meses. Outra alteração é no abono salarial. Hoje tem direito ao benefício quem trabalha 30 dias no período de um ano. Com a nova regra vão ser necessários pelo menos três meses de trabalho.
Nesta quinta-feira os deputados voltaram ao plenário. A oposição queria mudar parte do texto aprovado nesta quarta-feira (6). Queria, por exemplo, manter em seis meses o prazo necessário para o trabalhador pedir o seguro-desemprego. Foram dez pedidos de mudanças.
O governo ganhou todas. A medida segue agora para o Senado. E a oposição fala em tentar mudar a outra medida provisória, com critérios mais rígidos para a concessão de benefícios previdenciários e que vai ser votada na semana que vem.
“Nesse tema eu tenho convicção de que a Câmara Federal vai ampliar aqueles contrários à essa medida, isso pode ser um contraponto enorme”, afirmou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).
O líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo, disse que avisou ao governo que os deputados do partido votariam contra as mudanças no seguro-desemprego.