LANÇAMENTO SERÁ NO RIO DE JANEIRO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta sexta-feira (11), em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa prevê R$ 60 bilhões em investimentos federais por ano.
O programa contemplará retomada de obras paradas, aceleração de obras em andamento e novos empreendimentos. Os projetos serão divididos em sete grandes áreas: transportes infraestrutura urbana, água para todos, inclusão digital e conectividade, transição e segurança energética, infraestrutura social e defesa.
Criado em 2007, no início do segundo mandato de Lula, o PAC se tornou marca das gestões petistas, reunindo obras de infraestrutura e programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida. Os resultados impulsionaram a eleição de Dilma Rousseff (PT), então ministra responsável pelo projeto.
A iniciativa foi descontinuada pelos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Após a eleição de Lula para um terceiro mandato, ainda na transição de governo, uma nova versão começou a ser gestada. No Novo PAC, além de recursos do Orçamento da União, parlamentares que participaram de reuniões para discutir o programa afirmam que o Planalto planeja somar investimentos da Petrobras e de parcerias público-privadas (PPP).
Com a estatal investindo cerca de R$ 300 bilhões em quatro anos, somados ao aporte privado, a estimativa é que o total investido no programa poderá alcançar a marca de R$ 1 trilhão até 2026.
INVESTIMENTOS NO PAC
O montante apurado pelo Tesouro considera os orçamentos fiscal e de seguridade social, mas exclui os investimentos de estatais, como a Petrobras, por exemplo. Em 2016, depois do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, Michel Temer substituiu o PAC pelo Programa de Parceria de Investimentos (PPI), mantido na gestão Bolsonaro.
OBRAS EXECUTADAS
Apesar dos altos valores de investimento, o PAC teve baixa execução de obras. Um relatório do TCU de 2019 aponta que o PAC 1 (2007 a 2010) concluiu somente cerca de 9% das ações previstas no período. Já o PAC 2 (2011 a 2014) entregou 26% das medidas previstas.
Especialistas ouvidos pelo g1 apontam erros de planejamento e de definição dos projetos nas gestões Lula e Dilma. Segundo a economista e professora da FGV Carla Beni, a gestão de Dilma absorveu projetos não concluídos pela rodada do programa lançado por Lula. “O PAC 2 foi, na verdade, um requentado, digamos assim, do próprio PAC 1, porque várias obras tiveram atraso de projeto. Então, como não foi concluída [ou] foi concluído muito pouco, você acabou criando o PAC 2”, disse.
O sócio fundador da Inter.B Consultoria, Cláudio Frischtak, avaliou que falta “racionalidade aos investimentos em infraestrutura no país”. Frischtak acrescenta que o Brasil investe “pouco e mal” em infraestrutura. Segundo dados da consultoria, nas últimas duas décadas, o país investiu cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por Lais Carregosa e Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília