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O QUE É O ACORDO MERCOSUL/UE E POR QUE LULA QUER O APOIO DA ESPANHA

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UM ACORDO QUE SE ARRASTA POR ANOS

Maior tratado de livre comércio do mundo, acordo Mercosul-União Europeia está fase de revisão e ainda há divergências.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva permanecem pouco mais de 24 horas em Madri, na Espanha, com um objetivo claro em mente: contar com o lobby do governo espanhol para concluir, de uma vez por todas, o acordo Mercosul-União Europeia. Isso porque, em julho, a Espanha assume a presidência do bloco comum europeu.
O acordo, que o governo brasileiro já anunciou querer concluir até a metade deste ano, foi assinado em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após 20 anos de negociações. Apesar disso, ainda está em fase de revisão entre os países dos dois blocos e há divergências. Entre os entraves, está a questão ambiental, liderada pela França.
Os franceses insistem que o tratado não deve ser implementado sem garantias “sólidas” sobre o cumprimento do Acordo de Paris, o tratado mundial sobre as mudanças climáticas. Mas nos bastidores fontes afirmam se tratar de uma desculpa para o protecionismo agrícola — como o Brasil é grande produtor de alimentos agrícolas, produtores franceses temem concorrência desfavorável em um cenário de eliminação de tarifas.
Se a isenção de tributos é, sem dúvida, um ponto de discórdia, também é o maior benefício do acordo — quando entrar em vigor, será o maior tratado de livre comércio do mundo, englobando 32 países, com 780 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços) combinado de US$ 20 trilhões (R$ 100 trilhões). Para entrar em vigor o acordo de livre comércio tem que ser ratificado por todos os 27 países membros da União Europeia.

HONRA DE ESTADO

Lula falou sobre o acordo em encontro com empresários em Madri. O petista disse que “o Brasil e os outros países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) estão engajados no diálogo para concluir as negociações com a União Europeia e esperamos ter boas notícias ainda este ano. É um acordo muito importante para todos e queremos que seja equilibrado e que contribua para a industrialização do Brasil”.

A QUESTÃO DA UCRÂNIA

Apesar de o acordo União Europeia-Mercosul ser o principal assunto na mesa de negociações, a Ucrânia é o tema que vem sendo mais destacado pela imprensa espanhola, depois das falas polêmicas de Lula. O petista já repetiu em Madri o que falou em Portugal: que condena a invasão russa da Ucrânia, mas que busca uma solução pacífica para o conflito.
Em editorial, o jornal espanhol La Vanguardia disse que Lula “deve tentar atingir seus objetivos sem esquecer qual foi o país agressor e qual foi o país atacado. Qualquer solução justa para a guerra depende do reconhecimento desses fatos. E então por agir de acordo (…) Contra a guerra, a cumplicidade entre os democratas é essencial”.
Em Portugal, Lula tentou amenizar as declarações que deu em Abu Dhabi, quando voltava de viagem à China, equiparando Rússia e Ucrânia e acusando Estados Unidos e União Europeia de contribuir para o prolongamento do conflito.
Na capital espanhola, Lula participou do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Espanha, ao lado da ministra de Assuntos Econômicos e de Transformação Digital espanhola, Nadia Calviño.
Nesta quarta-feira (26/4) pela manhã, Lula se encontrou com Pedro Sánchez, presidente do governo da Espanha (cargo equivalente ao de primeiro-ministro) no Palácio Moncloa, sede da presidência do governo e residência oficial de Sánchez. Na sequência, almoçou com o rei Felipe 6º no palácio real. Seu retorno ao Brasil iniciou na noite desta quarta-feira.

Redação
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