POR ENQUANTO, SC TEM 15 PREFEITOS PRESOS EM OPERAÇÃO QUE INVESTIGA ESQUEMA DE CORRUPÇÃO EM LICITAÇÃO DE LIXO
Deflagrada em 6 de dezembro de 2022, a operação entrou para a 4ª fase na quinta-feira (27/4), com a prisão de mais oito prefeitos, além de outros agentes políticos e servidores municipais. Desde o início das ações, 15 chefes de executivos municipais já foram detidos. Prisões equivalem, atualmente, 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina e envolvem sete partidos.
A investigação do MPSC começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. A 4ª fase da operação Mensageiro somou 15 prefeitos presos no Estado e colocou sob a mira um suposto esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades de Santa Catarina. Essas prisões equivalem, atualmente, a 5% de todos os prefeitos de Santa Catarina, de acordo com o g1 SC.
INVESTIGAÇÕES COMEÇARAM A UM ANO E MEIO
A investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) começou há cerca de um ano e meio, após delações premiadas, rastreamento de celulares e apurações de documentos. Na 1ª fase, em 6 de dezembro de 2022, quatro prefeitos foram detidos. Já na 2ª fase, em 2 de fevereiro de 2023, dois prefeitos foram presos. Na 3ª fase, o prefeito de Tubarão teve o mandado de prisão preventiva cumprido junto com o vice. Na 4ª fase foram presos oito chefes do executivo municipal.
PARTE DOS PREFEITOS PRESOS
Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava; Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva; Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul.
Antônio Ceron (PSD), prefeito de Lages, que agora está em prisão domiciliar devido a idade (78 anos); Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo; Marlon Neuber (PL), de Itapoá; Joares Ponticelli (PP), de Tubarão; Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá; Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba; Adriano Poffo (MDB), de Ibirama; Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí; Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras; Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo e Felipe Voigt (MDB), Schroeder. Também alvo de mandado de prisão, o prefeito Luis Antônio Chiodini (PP), de Guaramirim, não foi encontrado. Ele está na Europa, em viagem familiar, segundo a prefeitura. O prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi solto mediante ao uso de tornozeleira eletrônica por causa de problemas de saúde e da idade como frisamos acima. O restante dos políticos está preso, sendo cinco réus no processo.
O ESQUEMA DE CORRUPÇÃO
Segundo as investigações comandadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), uma empresa catarinense seria a responsável por pagar propina para agentes públicos no estado para ter acesso a licitações em diferentes municípios. Um empresário seria o responsável pela interlocução com agentes públicos para a negociação de propina, conforme os investigadores. Esse “mensageiro” não trabalharia mais na empresa há 10 anos, mas fazia o papel de interlocutor com os agentes públicos.
O QUE DIZ A EMPRESA INVESTIGADA
A Serrana Engenharia, suspeita de fazer parte do esquema, manifestou-se por nota no início de abril: “O Grupo informa que tem histórico de mais de 30 anos de excelente execução dos contratos administrativos e todos os fatos imputados à empresa na Operação Mensageiro não possuem relação com a qualidade da prestação dos seus serviços aos municípios e a população”.
A empresa se disse “ciente da importância de rever seus processos internos e afirma que está implantando programas de integridade e regulação interna” e “que segue colaborando e acompanhando os trâmites de todos os processos relacionados à Operação Mensageiro.”
Já na quarta fase da Operação Mensageiro na semana passada, em 27 de abril, o grupo disse em nota que se manifestaria exclusivamente nos processos da operação “em respeito ao sigilo judicial”.
O QUE DIZEM OS PRESOS DA 4a. FASE
JOAREZ PONTICELLI – TUBARÃO
Adilson Lisczkovski (Patriota): prefeitura diz que ele vai ficar calado. Adriano Poffo (MDB): Prefeitura de Ibirama disse que o político permanecerá sob custódia da Justiça. O comunicado diz que “o presidente do Poder Legislativo, Fernando Jost, iniciará o processo legal de transmissão de cargo de chefe do Executivo ao vice-prefeito, Jucélio de Andrade”. Alfredo Cezar Dreher: A reportagem do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa. Armindo Sesar Tassi (MDB): A reportagem do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa. Felipe Voigt (MDB): Prefeitura disse que não tinha informações sobre os mandados cumpridos. Luiz Carlos Tamanini (MDB): Em nota, a defesa afirmou que não vai se manifestar já que o processo corre em segredo de Justiça. Luiz Shimoguri (PSD): Município disse que o processo corre em segredo de justiça e que aguarda a operação avançar para se manifestar. Patrick Correa (Republicanos): A reportagem do g1 Sc não conseguiu contato com a defesa. Vicente Corrêa Costa (PL): À NSC TV, a defesa do prefeito disse que a denúncia está amparada exclusivamente em colaboração premiada e que o prefeito não faz parte do do grupo. “O prefeito e ex-secretário são inocentes. Será provado durante a instrução criminal.” Antônio Ceron (PSD): Quando foi detido, o político afirmou em nota que: “Reitero meu respeito ao Poder Judiciário, Ministério Público e demais órgãos investigativos. Vou me dedicar a minha defesa”. Antônio Rodrigues (PP): Quando foi detido, a defesa disse que ia pedir a soltura do político. Em nota, o município afirmou que “está colaborando com às autoridades e aguarda que os fatos sejam devidamente esclarecidos.” Luiz Henrique Saliba (PP): Quando foi detido, o advogado Manolo Rodriguez Del Olmo declarou que “provará sua inocência e ele será absolvido”. Deyvison Souza (MDB): quando foi detido, o gabinete do prefeito disse que, “prezando pela transparência, forneceu toda a documentação exigida, cooperando na apuração dos fatos”, mas não comentou sobre a prisão. Joares Ponticelli (PP): Ao g1 SC, o advogado do político disse que não há necessidade de o cliente seguir preso, pois as provas processuais já foram produzidas e não há risco de Ponticelli fugir. Marlon Neuber (PL): O advogado do prefeito, que atua na defesa de outros investigados, como o cunhado do prefeito, Amilton José Reis, e do chefe de gabinete, Jadiel Miotti do Nascimento, disse que “o recebimento da denúncia é decisão que não significa reconhecimento da culpa”.
Defesa de prefeito alvo de mandado, mas que não foi preso: Luiz Antônio Chiodini (PP): A defesa confirmou que houve a expedição de um mandado de prisão contra o prefeito, que está em viagem. O advogado informou que entrará em contato com o Ministério Público a respeito do assunto.