sexta-feira, março 21, 2025

POR QUE ELON MUSK CONSEGUIU COMPRAR O TWITTER, MAS NÃO O CHATGPT?

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Musk tentou comprar o Chat, mas recebeu um “não” como resposta

Elon Musk: homem mais rico do mundo tomou um não de instituição dona do ChatGPT. Imagem: Benoit Tessie/Reuters.

A OpenAI, uma das principais empresas de inteligência artificial do mundo e dona do ChatGPT, rejeitou uma oferta de compra de US$ 97,4 bilhões liderada pelo bilionário Elon Musk. O conselho de administração da companhia, responsável por supervisionar sua governança, recusou a proposta por unanimidade, alegando que a aquisição “não seria do interesse da missão da empresa”.

O presidente do conselho da OpenAI, Bret Taylor, reforçou publicamente a decisão: “A OpenAI não está à venda, e o conselho rejeitou unanimemente a mais recente tentativa do Sr. Musk de desestabilizar sua concorrência”, segundo reportou o The Wall Street Journal.

Segundo a Bloomberg, o homem mais rico do mundo havia juntado um ‘pool’ de investidores para adquirir a empresa.

POR QUE DEU CERTO PARA MUSK NO TWITTER E ERRADO COM O CHATGPT?

Há diferenças importantes que determinaram o sucesso de Musk na aquisição do Twitter e o fracasso na tentativa de compra da OpenAI, dona do ChatGPT. Elas são as seguintes:

ESTRUTURA DE CONTROLE

Twitter: era uma empresa pública (negociada na bolsa de valores) com acionistas e um conselho de administração focado em retornos financeiros. Musk fez uma oferta de US$ 44 bilhões para comprar 100% das ações da empresa e fechou o capital. Como os acionistas receberam um prêmio no pagamento, isto é, mais do que a avaliação da empresa com base no preço de suas ações, a proposta foi difícil de recusar.

OpenAI: tem uma estrutura híbrida, com uma entidade sem fins lucrativos controlando uma subsidiária com fins lucrativos. Isso significa que a decisão final não cabe apenas a investidores ou acionistas, mas ao conselho da organização sem fins lucrativos, que tem o dever jurídico de preservar a missão original da OpenAI.

OFERTA VOLUNTÁRIA VS. HOSTIL

Twitter: Musk iniciou sua oferta adquirindo ações no mercado e, em seguida, propôs uma compra total. O conselho do Twitter inicialmente resistiu, mas acabou aceitando após negociações, pois era difícil justificar a rejeição a um preço atrativo para os acionistas.

OpenAI: A proposta de Musk foi não solicitada e enfrentou resistência desde o início. O conselho rejeitou a oferta por unanimidade, argumentando que vender a empresa iria contra sua missão de desenvolver inteligência artificial, definida em seu estatuto de entidade sem fins lucrativos.

RESPONSABILIDADE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Twitter: O conselho do Twitter tinha um compromisso fiduciário com os acionistas. Se recusasse a venda, poderia enfrentar processos por não maximizar o valor da empresa.

OpenAI: O conselho da OpenAI tem um compromisso fiduciário diferente. Sua prioridade não é maximizar o valor financeiro, mas garantir que a IA avançada seja usada de forma responsável e alinhada com o interesse público. Eles consideraram que a venda para Musk não atendia a esse propósito.

ENTENDA O CASO:

Na segunda-feira (10), Musk e um consórcio de investidores apresentaram uma oferta não solicitada (hostil) ao conselho da OpenAI para adquirir os ativos da organização sem fins lucrativos que controla a empresa.

Em um documento apresentado na quarta-feira (12), os advogados de Musk indicaram que ele estaria disposto a retirar o processo judicial contra a OpenAI caso a empresa abandonasse seus planos de se tornar uma entidade com fins lucrativos.

Musk, que cofundou a OpenAI em 2015 antes de se afastar da empresa, argumentou que a aquisição permitiria resgatar os ideais originais da companhia, com foco em transparência e código aberto.

A tentativa de aquisição pode ter reflexos importantes no mercado financeiro e na própria valorização da OpenAI. A empresa está em negociações para levantar uma nova rodada de investimentos que pode avaliá-la em até US$ 300 bilhões, com potenciais aportes de grupos como SoftBank, segundo a Bloomberg.

O caso tem fortes implicações regulatórias. O Departamento de Justiça dos EUA e a Comissão de Valores Mobiliários (SEC), ainda conforme a Bloomberg, estão atentos à estruturação desses negócios, especialmente devido ao impacto crescente da inteligência artificial na economia e na segurança nacional.

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Graciliano Rocha: Colunista do UOL

 

 

 

 

 

 

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Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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