ESTRUTURAÇÃO SERÁ POR MEIO DE PARCERIA PÚBLICO PRIVADA
A Associação das Construtoras e Incorporadoras de Porto Belo (ACIP) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Porto Belo) contrataram uma empresa para a elaboração do estudo de avaliação de risco e do plano de segurança pública portuária (PSPP), necessário para viabilizar o tão esperado alfandegamento da Instalação Portuária de Turismo – IPTur de Porto Belo. A ação, em parceria com a Prefeitura, tem por finalidade habilitar a cidade para ser a primeira ou a última parada de navios que singram águas internacionais.
Com uma geografia privilegiada que permite a passagem de grandes navios e com mais de 20 anos de experiência em receber cruzeiros, Porto Belo é considerada a “Capital Catarinense dos Transatlânticos”. De novembro de 2022 a abril de 2023 atracaram na cidade 18 navios de cruzeiro.
Com o alfandegamento, o número deve ser ainda maior. De acordo com a Fundação de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Porto Belo, para a temporada 2023/24 são esperadas 22 paradas de navios de cabotagem, que navegam entre portos do mesmo país. Se a expectativa se confirmar, a estimativa do município é arrecadar mais de R$ 1 milhão, recurso que será destinado a melhorias no píer municipal.
A Prefeitura planeja também o verão de 2024/25, período em que 17 escalas já estão confirmadas. Com relação aos cruzeiros que navegam fora do Brasil, segundo a Fundação de Turismo, uma empresa já manifestou interesse em realizar três escalas com turistas estrangeiros, o que pode acontecer já na atual temporada.
O alfandegamento abre as portas para a entrada e saída de viagens internacionais de passageiros por meio do píer da cidade. Cada navio terá que ser devidamente nacionalizado ao entrar no país, passando pela liberação dos órgãos competentes, como a Polícia Federal e a Receita Federal. Portos com alfandegamento, como será o caso de Porto Belo, têm maior facilidade em proceder com essas escalas, tornando as rotas de navegação mais fluidas e atraindo novas companhias para a cidade.
O PLANO DE SEGURANÇA
O Plano de Segurança Portuária para a viabilidade do Alfandegamento vai ser feito por empresa especializada no segmento e requer a estruturação do terminal com instalação de câmeras, detector de metais e outros equipamentos. O investimento para a contratação da empresa foi custeado pela ACIP e CDL de Porto Belo, em parceria com a Prefeitura.
– Este é um projeto que pode mudar completamente a história, a realidade e a economia de Porto Belo e de todos os que vivem aqui. Em reunião com as demais entidades, imediatamente nos comprometemos a contribuir, custeando a contratação da empresa e garantindo que, muito em breve, Porto Belo seja a porta de entrada de centenas de turistas vindos de várias partes do mundo – ressalta Maycol Marini, presidente da ACIP.
PROJEÇÃO INTERNACIONAL
De acordo com a presidente da Fundação de Turismo, Zene Drodowski, o aprimoramento do terminal vai projetar Porto Belo a nível internacional, além de movimentar a economia do município. Zene diz que com esse avanço, nosso destino ganha em competitividade, prevendo mais do que o dobro de escalas e paradas de navios. Isso se traduzirá em um impacto significativo na economia local, estimado em cerca de 40 milhões de reais.
De acordo com a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA/Brasil), o gasto médio por passageiro nas paradas é de R$ 620 em todo o país. Dos navios nacionais que param em Porto Belo, 80% a 90% dos passageiros descem para visitar a cidade. A expectativa da CDL é que o total de desembarque de turistas internacionais mantenha a mesma média e que o consumo seja maior em comparação aos visitantes brasileiros.
– O alfandegamento possibilita a vinda de turistas com melhor poder aquisitivo e que consome mais nas paradas, o que direta ou indiretamente beneficia toda a cidade, tornando a economia mais pujante e ativa – aponta Lúcio Vasconcellos do Amaral Abreu, presidente da CDL Porto Belo. A novidade é também muito aguardada, especialmente pelos belíssimos pontos turísticos do município.
-Atualmente, Porto Belo recebe apenas navios operando mini-cruzeiros na costa brasileira. A viabilização do tão esperado alfandegamento deve, em curto prazo, dobrar o número de escalas, com um público que gasta quase o dobro em relação aos minicruzeiros, beneficiando não apenas Porto Belo, como cidades vizinhas – ressalta Alexandre Stodieck, proprietário da Ilha de Porto Belo.
COMO TUDO COMEÇOU
Como tudo não começa sem uma explicação concreta, com a história dos cruzeiros em Porto Belo não foi diferente. Por volta dos anos 1997/98, a cidade começou a receber cruzeiros que tiveram problemas em parar no porto de Itajaí devido às marés. Essa transição chamou a atenção das companhias de cruzeiros que, pouco tempo depois, passaram a incluir a cidade como rota de seus transatlânticos. Assim, a prefeitura e o governo do estado começaram a investir em recursos para deixar o porto ainda mais estruturado para recebê-los.
E HOJE COMO ESTÁ?
Foi inaugurado o Píer Municipal de Porto Belo, a fim de recepcionar melhor e de maneira mais organizada os turistas que chegavam à cidade. Outro detalhe importante é que os navios atracam em alto mar, na chamada Baía de Porto Belo; de lá, os passageiros entram em barcos menores chamados “tenders” e se deslocam até os pontos principais da cidade e do município como um todo, para conhecer as maravilhas que a região apresenta.