Para muitas mulheres, a maternidade traz transformações profundas na forma de enxergar a vida – e a carreira. Entre os diversos fatores que motivam mudanças profissionais após a chegada dos filhos, a culpa materna se destaca, conforme explica a psicóloga de carreira, Fabiana Abath.
“Em termos profissionais, muitas mães se sentem pressionadas a atender às demandas familiares, pois a culpa materna é um sentimento complexo e exacerbado por expectativas sociais que idealizam a maternidade como uma dedicação integral,” comenta Fabiana.
Esse sentimento de culpa influencia silenciosamente as decisões de carreira. “A culpa por não estarem presentes durante os primeiros anos de vida dos filhos leva muitas mães a reavaliarem suas profissões. A pressão para estarem presentes em momentos importantes do desenvolvimento dos filhos cria um conflito com as aspirações profissionais e isso acaba direcionando muitas mulheres para carreiras mais flexíveis ou que oferecem maior controle sobre os horários,” observa Fabiana.
Quando a transição de carreira é a melhor opção
Para muitas mães, o desejo de mudar de carreira se torna mais evidente quando sinais de desconforto e sobrecarga começam a aparecer. Fabiana aponta que o aumento do desejo por flexibilidade, a percepção de que valores e objetivos mudaram após a maternidade e a sensação de que o trabalho atual interfere na qualidade de vida são sinais claros de que a transição de carreira pode ser uma solução viável. “Se esses sentimentos se tornam persistentes, é o momento de refletir sobre uma mudança que permita uma integração mais equilibrada entre vida pessoal e profissional,” orienta a psicóloga.
Para essas mães, uma nova carreira pode representar uma forma de harmonizar aspirações pessoais e familiares. Como afirma Fabiana Abath, não há um único caminho, mas sim possibilidades adaptáveis que permitem à mãe se reinventar e criar um novo ciclo de realizações – pessoal e profissionalmente. Ela destaca a importância de reconhecer que as decisões de carreira podem – e devem – ser adaptáveis a cada fase da vida familiar e profissional.
“A autoconsciência é essencial para que a mãe identifique o que realmente importa para ela. Isso pode ajudar a libertá-la da pressão de corresponder a expectativas externas sobre o que é ser ‘suficientemente presente’. Criar uma rede de apoio e abrir o diálogo sobre as necessidades pessoais e familiares também ajudam a encontrar novas possibilidades de carreira que respeitem as novas prioridades,” acrescenta Fabiana.
Por Tayão Comunicação
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