Quatro meses após acidente que vitimou jovem trabalhador no interior de Santa Catarina, família aguarda por justiça

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Irmão da vítima diz que falta de segurança tirou a vida de Dailon Schreider, que tinha apenas 20 anos. Audiência de conciliação entre as partes ocorrerá nesta 2a. Feira.

Quatro meses depois do acidente que resultou na morte de Dailon Schreider, uma audiência de conciliação entre representantes da família e da empresa será realizada na próxima segunda-feira, 6 de setembro. A audiência reacende as memórias do drama vivido no dia 27 de abril, quando o jovem de 20 anos foi atingido por uma chapa de ferro de 1,5 tonelada no local onde trabalhava, na empresa Pavan, no interior de Santa Catarina. Dailon era encarregado de manuseio dos painéis de ferro, que eram utilizados para compor as laterais das câmaras frigoríficas. No momento do acidente, ele estava fazendo a tarefa com ajuda de colegas de trabalho, quando as chapas escorregaram, atingindo sua cabeça e ocasionando sua morte no início da tarde.

O socorro médico chegou a ser solicitado, mas Dailon não resistiu, antes mesmo de receber o atendimento. As chapas foram removidas por socorristas do Corpo de Bombeiros Voluntários de Arabutã, cidade onde aconteceu o acidente e onde reside a família, e o corpo foi removido pelo Instituto de Criminalística de Chapecó. Logo após o acidente, as investigações foram iniciadas pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) em parceria com a Polícia Civil.

O advogado da família, especialista em Direito da Família e indenizações, Eduardo Lemos Barbosa, que tem escritório em São Paulo e Porto Alegre, entrou com um pedido de audiência para que houvesse a tentativa de conciliação com a empresa onde ocorreu o acidente. Segundo o advogado, o caso fica ainda mais complexo pela falta de apoio dacempresa. “O mais triste é que a empresa não prestou auxílio material ou emocional e o caso poderia ter sido evitado. É um trabalhador que morre de maneira precoce por erro de zelo da empresa. Um acidente de trabalho que está matando 4 a 5 brasileiros por dia”, comentou. A ação movida contra a empresa é de indenização prevista na lei por danos morais e materiais para os familiares.

Segundo Renan Schreider , irmão da vítima, a insegurança na empresa já teria sido alertada por Dailon. Oito dias antes do acidente, ele teria, segundo Renan, avisado a seu supervisor de que uma chapa havia caído e que haveria o perigo de cair outra, mas nenhuma providência, segundo o irmão da vítima, teria sidotarde tomada. Segundo o irmão, a falta de equipamentos de proteção individual (EPI’s) seria um dos principais medos do funcionário.

Dailon tinha completado 20 anos recentemente, no dia 21 de abril, e era um jovem entusiasmado com a vida e principalmente com o futuro. Com a rotina costumeira, ele e os familiares eram muito próximos, se viam diariamente e tinham a união como princípio fundamental. O pai de Dailon, Aldir, traduz a saudade com tristeza pela partida do filho de maneira tão trágica: “(A família) não é mais completa, falta uma peça, nunca será completa”, lamenta.

A morte mexe muito com a família: mesmo após esses meses, a saudade do jovem é grande. Os familiares sentem falta de sua convivência e lembram de Dailon como um menino cheio de sonhos, ainda sem acreditar no que aconteceu. “Parece que foi ontem. Na parte da manhã, tomamos o café junto às 06h30, antes de ir trabalhar. Ele era o irmão mais novo da família, que tinha todo futuro pela frente , o sorriso dele encantava por onde ele passava!”, relatou Renan, que afirmou ainda ter muita raiva da falta de segurança da empresa, mas diz que as lembranças das festas, dos jogos e da família reunida aos finais de semana vão sempre permanecer nos corações de todos.

Redação
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