Existem diferentes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. Mas quando se pensa em câncer de lábio, o principal fator envolvido é a exposição solar ao longo da vida sem uso de filtro de proteção. Tal lesão é mais comum em homens, de pele clara, com mais de 40 anos de idade, afetando preferencialmente o lábio inferior.
O que muita gente não sabe é que antes do desenvolvimento do câncer de lábio é possível a identificação de uma lesão precursora – a queilite actínica. A queilite actínica, também denominada queilose solar, é classificada como uma desordem oral potencialmente maligna, ou seja, faz parte do grupo de lesões orais com tendência a transformação em câncer. Ela pode se apresentar clinicamente na forma de áreas brancas na parte externa do lábio, áreas vermelhas, pigmentações, descamação, fissuras ou até mesmo úlceras com sangramento, em estágios mais avançados.
É de fundamental importância relatar que a queilite actínica, na grande maioria das vezes, é uma lesão completamente indolor, ou seja, o paciente pode não apresentar nenhuma queixa ou até mesmo não ter notado a presença da lesão. O seu diagnóstico é alcançado por meio de um exame comum. Alguns casos exigem a realização de uma biópsia incisional e análise microscópica, realizados pelo cirurgião-dentista especialista em Estomatologia/Patologia Oral.
O tratamento da queilite actínica varia de acordo com a gravidade do caso, mas, em todos os casos, há a necessidade de proteção da exposição à luz solar, com a utilização de protetores solares labiais (pelo menos FPS 30) e chapéus de abas largas. Em algumas situações, há indicação de tratamento medicamentoso, laserterapia ou cirurgia.
Muitas lesões bucais, como a queilite actínica, são identificadas durante uma consulta clínica de rotina. Logo, mesmo que você não apresente qualquer queixa clínica, visite o seu dentista regularmente para que sua saúde esteja sempre em dia.
Dra. Mônica Israel – CRORJ 25366
Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), especialização em Estomatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Patologia pela Universidade Federal Fluminense, habilitação em Laserterapia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2012), habilitação em Odontologia Hospitalar (2018) e habilitação em Ozonioterapia (2020). É líder do grupo de pesquisa CNPq Estomatologia Avançada, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professora associada de Estomatologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, professora de Patologia Oral, Semiologia, Estomatologia e Pacientes Especiais da Universidade Veiga de Almeida e coordenadora das áreas de Patologia e Estomatologia e Odontologia para Concursos do Ident. Atualmente faz pós-doutoramento na UFRGS. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Estomatologia e Patologia Bucal. Perita judicial e assistente técnica. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral (SOBEP) e da Academia Brasileira de Odontologia. @doutoramonicaisrael
Dr. Vinicius Coelho Carrard – CRORS12394
Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Patologia bucal pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou missão científica de curta duração no VU Medical Center em Amsterdam (2012). Atualmente é professor associado de Patologia e Estomatologia da pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, membro da Unidade de Estomatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Teleconsultor do TelessaúdeRS-UFRGS. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Estomatologia e Patologia Bucal. Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral (SOBEP) e da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO). @viniciuscarrard
Colaborou nesta matéria o Doutor Virgílio Galvão – direto de Brasília.
