Primeira mulher a presidir o sindicato em 50 anos, Ana Amélia impulsiona o crescimento do setor agropecuário no norte de Goiás com foco em tecnologia, capacitação e valorização dos pequenos produtores.
Com uma gestão que equilibra tradição e modernidade, o Sindicato Rural de Porangatu é considerado um modelo de inovação e inclusão no setor agropecuário em Goiás.
Primeira mulher a assumir a presidência em 50 anos de história do sindicato, Ana Amélia promove uma série de ações que impulsionaram o crescimento do agronegócio na região norte do estado, com foco em tecnologia, capacitação e a valorização dos produtores rurais. “Nós mudamos a forma de ver o tratamento ao produtor rural, acolhendo todas as cadeias do agronegócio, do pequeno ao grande produtor”, afirmou.
A presença de Ana Amélia à frente do sindicato é vista como um marco não só para a instituição, mas para o setor rural como um todo, em que a liderança feminina ainda é uma exceção. Formada em Direito, Ana Amélia iniciou sua carreira como advogada, mas sempre manteve uma forte ligação com o agronegócio, especialmente na gestão da fazenda de sua família. A sua trajetória de superação, enfrentando desafios pessoais e profissionais, tornou-a uma referência para outras mulheres no setor.
“Ser a primeira mulher a presidir o Sindicato Rural de Porangatu foi um grande desafio, mas também uma oportunidade de mostrar que a mulher tem um papel essencial no agro. Nós trazemos uma nova visão, mais inclusiva e focada nas necessidades de todos os produtores, independentemente do tamanho da propriedade”, afirmou.
O trabalho de Ana Amélia no fortalecimento do agronegócio no norte de Goiás já apresenta resultados, tanto no aumento da produção quanto na capacitação dos produtores. De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), apenas em Porangatu, ao longo deste ano, foram ministrados 62 cursos de formação profissional e social, capacitando aproximadamente 840 pessoas. “A expectativa é que, com a continuidade dos eventos e parcerias, o sindicato se consolide ainda mais como uma referência para outras regiões do estado. Nosso objetivo é continuar trazendo inovação e conhecimento, para que o produtor rural tenha cada vez mais condições de crescer e se desenvolver”, disse a presidente.
O papel do Sindicato Rural na promoção de feiras, leilões e cursos voltados para o aprimoramento das práticas agrícolas tem sido essencial. A presidente destaca que sua trajetória no setor é marcada pela resiliência e superação, que trouxe uma nova visão para a gestão. “Cada propriedade é uma propriedade, não tem receita de bolo, não é uma coisa única para cada produtor. Então, o Sindicato Rural em parceria com o sistema FAEG e Senar procura realizar ações para cada nicho do agronegócio, trazendo sustentabilidade para dentro das fazendas, conhecimento para esse produtor, aperfeiçoamento através dos cursos do Senar, e busca defender os direitos de cada produtor”, destacou.
Vale lembrar que o agronegócio responde atualmente por mais de 30% do PIB goiano e cerca de 75% das exportações do estado, conforme dados do IBGE. É nesse contexto que se insere o Sindicato Rural de Porangatu, um dos cinco maiores sindicatos rurais de Goiás, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Crescimento regional e impacto econômico
Sob a gestão de Ana Amélia, o Sindicato Rural de Porangatu promove a ExpoPec (Exposição de Tecnologias voltadas ao Desenvolvimento da Pecuária e Agricultura), com sete edições já realizadas, e a ExpoNorte (Exposição Agropecuária de Porangatu), que acontece desde a criação do sindicato. Esses eventos mantêm a tradição da cidade, atraem investidores e geram negócios significativos para o setor, fortalecendo a economia local.
Em agosto de 2024, a ExpoNorte teve portões abertos, ou seja, entrada gratuita pela primeira vez em 30 anos e registrou um aumento de 100% no número de investidores e o maior leilão da história da feira, com 3.773 animais comercializados. “Foi o maior número que nós já tivemos de comercialização de rebanho. A ExpoNorte é uma feira que a gente procura trazer a tradição do rodeio, do agronegócio, da exposição agropecuária, e com ela promovemos os negócios, através dos investidores, e também trazemos a população para participar do evento para o fortalecimento do laço cultural entre o sindicato e o público em geral, porque Porangatu respira o agronegócio”, comentou a presidente Ana Amélia.
Esse cenário reflete o impacto direto das iniciativas lideradas por Ana Amélia na economia local, que continua em expansão. “Já a ExpoPec é uma feira altamente voltada para a tecnologia, também voltada para os negócios. Ela traz conhecimento e inovação para os produtores, e é um evento fundamental para que a gente continue crescendo”, afirmou. A próxima edição da ExpoPect está agendada para março de 2025.
Segundo os dados mais recentes do IBGE, a região norte de Goiás, tradicionalmente focada na pecuária, tem se consolidado pelo crescimento na produção agrícola, especialmente nas culturas de soja e milho. Em 2023, Goiás registrou um recorde histórico na produção de grãos, alcançando 114,6 milhões de toneladas, um aumento de 10,6% em relação a 2022.
Valorização do pequeno produtor e inclusão
Um dos maiores legados da gestão de Ana Amélia tem sido a inclusão dos pequenos produtores nas atividades do sindicato. A Feira do Pequeno Produtor, primeira do estado de Goiás, foi criada para oferecer aos produtores de menores uma plataforma para comercialização de seus produtos e troca de experiências. “Nós somos o primeiro sindicato do estado a ter essa feira, e estamos cada vez mais trazendo benefícios para os pequenos produtores, como acesso a cursos do Senar e parcerias com grandes empresas do setor”, explica a presidente.
Além disso, o sindicato oferece convênios com a Unimed, serviços trabalhistas e auxílio na movimentação de rebanho, para atender às demandas específicas do produtor.
Por Jhasper Comunicação
Coluna Klug em Foco
