Rememorando um pouco da história do Rio Grande do Sul
No ano de 1935 foi realizada em Porto Alegre uma Exposição Comemorativa ao Primeiro Centenário da Revolução Farroupilha, denominada de “Exposição Farroupilha”. Esse acontecimento despertou a atenção do mundo inteiro, revolucionando, por assim dizer, os meios de comunicação da época, principalmente o rádio e os jornais.
Um enorme pavilhão foi armado na Praça da Redenção – hoje Parque Farroupilha – onde empresas de toda a América estiveram presentes com seus estandes expondo produtos de seus países. O ponto culminante dessa exposição ocorreu exatamente no dia 20 de setembro daquele ano, com a entrega de premiações, troféus e grandes festividades populares.
Todas as noites, eram realizados shows artísticos, inclusive com apresentação de valores regionais rio-grandenses. Foram nessas apresentações que vieram a público os primeiros cantadores, os gaiteiros, os trovadores e os repentistas e trovadores que, desde logo, se constituíram nas maiores atrações daquele evento.
Levados daí para o palco das emissoras de rádio, eles se tornaram as estrelas da radiofonia, atraindo verdadeiras multidões de fãs a apinharem-se nos auditórios das emissoras. Os repentistas, pois, foram os pioneiros nos programas de “radio regionalismo” no Rio Grande do Sul.
A imprensa falada, escrita e televisada teve e tem, ainda hoje, responsabilidades marcantes no desenvolvimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho. As emissoras de rádio, principalmente nas décadas de 1950/60 deram um grande apoio ao movimento, criando programas como: “Grande Rodeio Coringa”, “Festança na Querência” e “Céu e Campo” entre outros tantos.
Por seu lado, os jornais, tanto os da Capital, quanto os do interior, abriram páginas inteiras ao regionalismo gaúcho. Esse fato efetivamente colaborou para o crescimento desse verdadeiro “culto nativista”, despertando a gauchada para os valores regionais.
Atualmente as emissoras de rádio e de televisão, principalmente na Capital (Porto Alegre), altamente comprometidas com as centrais de produção do centro do País, deixam pouco ou quase nenhum espaço reservado à cultura tradicional. Algumas empresas, graças a Deus, depois de analisarem os prós e os contra em relação a isso, começaram a vislumbrar quão imensa era a fatia de mercado que estavam perdendo ao rejeitarem abrir espaço para o tradicionalismo. Destarte, isso começou a trazer benefícios ao Movimento, ainda que de forma lenta e acanhada.
Verdadeiros “combatentes da cultura pampiana”, os tradicionalistas, segundo o poeta Dimas Costa, continuam diuturnamente na caminhada rumo a um futuro seguro e que, certamente, irá engrandecer e orgulhar ainda mais o estado gaúcho.
NR: Na próxima edição vamos relembrar um pouco a história dos catarinenses. Pois, apesar de pouco conhecidas, as histórias do nosso estado também são emocionantes.
Lauro Fernandes Pimentel
Jornalista