Por L. Pimentel

Hoje vou contar um pouco da história de Roger Willians, que viveu por algum tempo na fazenda Plymounth, um museu vivo do primeiro povoado permanente inglês na América, em meio ao forte inverno de janeiro de 1636. Como um pregador exilado e fugitivo, Willians embrenhou-se na floresta onde hoje é o estado de Massachusetts.
Durante 14 semanas ele vagou pela neve, mal conseguindo sobreviver. De dia procurava os alimentos que os pássaros deixavam de comer, e à noite tremia de frio, abrigando-se em troncos de árvores, até que, finalmente, encontrou refúgio com os índios. Adquirindo terras deles, Roger Willians fundou a colônia de Providence (hoje capital de Rhode Island), que mais tarde viria se tornar a capital da liberdade do novo mundo e o local da primeira Igreja Batista da América.
No entanto, a nova colônia de Roger Willians não teria sido necessária. Afinal, foi em nome da liberdade que os Puritanos tinham vindo para Massachusetts, cruzando o Oceano Atlântico, fugindo da perseguição da igreja oficial da Inglaterra. Para criar uma igreja oficial deles próprios, exigia-se que todos os cidadãos sustentassem o clero.
Magistrados declaram guerra à heresia. A liberdade de consciência era sufocada por essa mistura de religião e governo que lembrava o Velho Mundo. Entretanto, quando Roger Willians chegou à Baia de Massachusetts, teve uma calorosa recepção, com as próprias autoridades o convidando a liderar a única igreja em Boston. Mas Willians declinou…
Ele não podia suportar a supressão da consciência pelo governo. Sabia que muitas batalhas das mais sangrentas da história haviam sido travadas para defender a fé. E tudo por nada? Questionou! O verdadeiro cristianismo não pode ser compelido nem legislado – disse.
Os magistrados podem decidir os deveres de homem pra homem – dizia Willians – mas quando eles tentam prescrever os deveres do homem para com Deus, eles estão fora de lugar. Willians também ensinou que ninguém deveria ser forçado a sustentar o clero. Os líderes Puritanos não podiam tolerar aquelas novas e perigosas opiniões, tanto é que em um julgamento formal, condenaram Roger Willians e ordenaram que fosse exilado.
Banido de Boston, ele estabeleceu em Providence o primeiro governo moderno, oferecendo total liberdade de consciência. Willians convidou todos os oprimidos e perseguidos a buscarem refúgio em Providence, qualquer que fosse a sua fé. Mesmo que não tivessem qualquer fé, eram bem vindos. E entre esse conjunto de liberdade, a Igreja Batista encontrou raízes na América. Providence tornou-se o esboço da Constituição Norte-Americana um século e meio depois.
Os Batistas se tornaram a maior denominação protestante dos Estados Unidos. Hoje são perto de 50 milhões espalhados entre mais de 100 mil igrejas de norte a sul, de leste a oeste do país. Essas igrejas pertencem a vários grupos conhecidos como Convenções. O maior deles é o da Convenção Batista do Sul, que possui mais da metade dos Batistas da América como membros. Mas, apesar de as igrejas serem ligadas a uma Convenção, cada Congregação retém governo independente, o que torna mais notável o fato de os Batistas terem se envolvido tanto no evangelismo mundial. Como se pode ver, os Batistas diferem grandemente em suas crenças, algumas conservadoras, outras mais liberais!
Mas, as coisas de Deus aqui na terra estão mudando. Hoje nem mais os mais aficionados americanos das diversas denominações religiosas existentes no território norte-americano, conseguem sobrepor-se aos interesses políticos do momento. Nem lá, nem cá, onde a religião se infiltrou de tal maneira na política que criou raízes, inclusive na mentira e na safadeza. Tudo pelo poder do dinheiro, infelizmente!
Mas Deus está de olho! A qualquer momento Ele pode intervir nessa libertinagem que algumas denominações se converteram, aliás, alguns membros maiores dessas denominações. Não cito nomes, mas nem é preciso, todos sabem de quem falamos…