UMA NOVA PAULADA NOS JUROS PÕE GALÍPOLO NA CONTRAMÃO DE LULA E DO PT

- Advertisement -

Como vai agir o próximo presidente do Bacen?

A partir de janeiro, o Banco Central estará sob nova administração. Tá saindo Roberto Campos Neto (um indicado de Bolsonaro), ta entrando Gabriel Galípolo (indicado de Lula). O Planalto mandou pregar na parede, atrás do balcão da política monetária, um cartaz com o seguinte aviso: “Não elevamos juros”. Porém, por descuido, ou não, pendurou-se ao lado uma folhinha tapando o “Não”. Nela, a quitanda anuncia a mercadoria que será oferecida à freguesia depois do réveillon: como os juros lunares, marcianos, venusianos, nas alturas.

Anteontem, a diretoria do Bando Central deu uma nova paulada nos juros. A pancada foi de um ponto percentual. A taxa anual subiu de 11,25% para 12,25%. E mais, logo após esse aumento ter sido anunciado, informou-se em comunicado oficial que ainda vêm por aí pelo menos mais duas pancadas com a mesma intensidade. Em 19 de março, os juros do Ano Novo já deverão estar rondando a casa dos 14,25%.

Lula insinuou a quatro meses, que as coisas mudariam no BC em 2025. Vinte dias atrás, com a cotação do dólar virando a esquina dos R$ 6, o chefão da Casa Civil Rui Costa atribuiu aos maus bofes do mercado à ação “deliberada” de Campos Neto. Mas festejou a “contagem regressiva” que leva até Galípolo. No final de semana, a direção do PT concedeu a Campos Neto o título de “serviçal do mercado financeiro”. Mas, e se Galípolo “fraquejar”? O que irá acontecer?

Ironicamente, a mudança de patamar do ciclo de alta dos juros nesta semana foi decidida pelo voto unânime dos nove diretores do BC, entre eles o de Galípolo. O mercado que mais espanta esses votantes do BC é o supermercado, pois a inflação acaba de furar o teto da meta, batendo em 4,87% no acumulado dos últimos doze meses, e o principal suspeito? Os supermercados, claro.

Em janeiro e março, quando vierem as novas altas da taxa de juros, Campos Neto com certeza estará desfrutando o ‘ócio’ de uma quarentena remunerada, em alguma praia paradisíaca mundo afora. Enquanto isso, dos nove diretores do Banco Central, sete deles indicados por Lula, estarão às voltas com a taxa de juros, o que fará com que a contramão que Galípolo terá que trilhar se transforme em uma única via, não de mão dupla, mas de mão tripla, ainda mais constrangedora.

Deve doer nos membros do alto-comando do governo e do PT a ideia de desempenhar o papel de figurantes obscuros nesse enredo confuso, no qual o protagonista é um pacote de cortes de verbas para programas sociais. E cujo epílogo depende do resgate a ser pago aos prontuários do Centrão, que além de seqüestrar grande parte do orçamento da União, mantém o Orçamento da República em cativeiro.

Sobre tudo isso fica a pergunta: como será o Banco Central sob a direção de Galípolo? Ele continuará a política de Roberto Campos ou agirá de acordo com o que deseja o governo federal? Ou mais, ele agirá de conformidade com as necessidades do país? A ver! …

Por L. Pimentel

 

Redação
Redaçãohttps://www.instagram.com/folhadoestadosc/
Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
- Advertisement -
Must Read
- Advertisement -
Related News