Veja qual modelo escolher (com ou sem rodinha) e o jeito certo de usar
O uso inadequado da mochila escolar pode causar dores nas costas e ombros, má postura, desvios na coluna e outros problemas. Ortopedista dá dicas e indica as melhores alternativas.
Mochila cheia de material escolar: carregar muito peso pode ser prejudicial para a coluna.
A algumas semanas do início do ano letivo, pais e responsáveis aproveitam para comprar e organizar o material escolar, incluindo um item que pode vir a ser amigo ou inimigo do aluno ao longo do ano: a mochila escolar.
🚨 Isso porque, se estiver acima do peso ideal ou mal regulada, pode causar dores nas costas e problemas de coluna. A recomendação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) é que o peso carregado não ultrapasse 10% do peso da criança.
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Confira 4 dicas sobre mochila escolar:
1 – Respeite o limite de peso
É importante limitar o peso do que é carregado na mochila para não forçar a coluna mais do que o necessário. Carregue somente o estritamente necessário. Leve apenas o material que será utilizado nas aulas daquele dia e evite colocar na mochila coisas que não são usadas regularmente. — Francisco Carlos Salles Nogueira, ortopedista titular da SBOT. Segundo ele, uma mochila acima do peso ideal, inadequada ou mal regulada pode causar: dores nas costas, ombros, quadril e joelhos; má postura; desvios na coluna, como escoliose; e aumento da cifose (deixando a pessoa corcunda).
2 – Saiba como escolher a mochila e o jeito certo de usá-la
Segundo o especialista, uma boa mochila deve ser fabricada em material resistente, mas não pode ser muito pesada. -Também é bom que tenha divisórias por peso, com bolsos maiores e menores. Isso vai ajudar na hora de distribuir o material – explica Nogueira. Ele recomenda que o que for mais pesado fique mais próximo do corpo, e o material mais leve, mais afastado. A mochila escolar não deve ser muito grande nem muito pequena, e o que determina isso é o tamanho do aluno que vai utilizá-la.
A mochila ideal deve ir do ombro da criança até a altura da cintura. O ideal é que fique uns 5 centímetros abaixo da linha da cintura. Não pode ser muito grande para a criança. Além disso, a mochila deve ser ergonômica, respeitando as curvaturas naturais da região dorsal e da lombar. E deve ter alças largas e acolchoadas para não incomodar os ombros. — Francisco Carlos Salles Nogueira, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
3 – Escolha o material escolar com cuidado
Jeito correto de ajustar e utilizar a mochila escolar. — Foto: Arte: g1. Algo que pode ajudar a respeitar o limite de peso do equipamento é dar atenção extra ao material escolar do aluno. Por exemplo, optar por cadernos individuais por disciplina pode facilitar na hora de colocar na mochila apenas o necessário para as aulas daquele determinado dia. O mesmo vale para livros didáticos e para materiais extras que não são usados como apoio das aulas.
4 – Quando a mochila de rodinha é indicada
Alunos fazem fila para entrar na escola. — Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia.
Algumas escolas disponibilizam armários para os alunos, o que permite deixar parte do material na instituição e levar na mochila apenas o que será necessário para estudos extras e para a realização de atividades em casa.
Mas, caso o aluno precise carregar muito peso na mochila e o armário não seja uma possibilidade, a versão da bolsa com rodinhas e puxador pode ser uma alternativa. No entanto, também é preciso cuidado com esse modelo.
Se a escolha for pela bolsa de carrinho, opte por uma versão com o puxador ajustável. Assim, se a criança crescer ao longo do ano, não precisará forçar a coluna com uma mochila inadequada para seu tamanho. — Francisco Carlos Salles Nogueira, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
O especialista explica que a posição de puxada da mochila também demanda muito da coluna. Por isso, a alça não deve nem estar muito baixa para o aluno não precisar se curvar, nem muito alta que não permita esticar os braços. – Esses cuidados são importantes a curto e a longo prazo e pode evitar que a criança desenvolva, mais para frente, um problema irreversível na coluna – explica.
Por Emily Santos, g1