Depois de 72 dias em greve, os professores estaduais voltaram à sala de aula nesta segunda-feira, em Itapema. A paralisação foi suspensa na assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte) realizada em Chapecó, no Oeste do Estado.
O diretor da Escola Olegário Bernardes, Nilson Bastin, explica que a reposição do calendário das aulas será uma decisão conjunta entre pais, professores e orientadores. A Secretaria de Estado da Educação deve publicar nesta quarta-feira, 10, a portaria com as diretrizes sobre o calendário. “Com a volta do ritmo das aulas, a partir de hoje, temos questões importantes para discutir, como a formatura dos estudantes do terceiro ano. Outro aspecto que estamos tendo cuidado é na preservação de notas e conteúdo ”, completou o diretor, lembrando que as férias de julho já estão comprometidas.
Para as estudantes do primeiro ano, Larissa Rodrigues, 16 anos, e Jessica Taina Bonini, 17 anos, o fim da greve representa uma pausa no lazer. As duas foram cedo à escola na manhã desta segunda-feira para regularizar o cadastro do transporte. “A gente aproveitava as horas de folga para jogar vôlei e futebol”, diz Larissa. Jessica conta que desde março está sem as aulas de matemática, sociologia, português, educação física, química e biologia. “Vínhamos para a escola normalmente, mas com horário livre o jeito era praticar um esporte”, diz.
A professora de química Sheila de Deus lamentou a suspensão temporária da greve e acusou o governador Raimundo Colombo de organizar uma manobra para conseguir quórum e acabar com a paralisação. “Ele (Colombo) transferiu a assembleia para a região de Chapecó, onde a adesão à greve era praticamente nula. No dia da votação, muitos profissionais foram dispensados exclusivamente para a assembleia”, acusa a grevista.
Depois de muitas promessas, ela acha difícil que a categoria alcance uma resposta positiva do Governo do Estado. Entre as reivindicações, os professores querem a descompactação da tabela salarial, critérios de progressão funcional, reajuste do plano nacional e revisão das gratificações. “Numa avaliação geral da greve, podemos destacar avanços como a derrubada da MP 198”, finalizou.
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