Alguns pontos que podem estar relacionados
A eleição de Donald Trump como presidente dos EUA tem gerado muitas análises e muitas previsões, dado o seu estilo de liderança polarizadora e as políticas imprevisíveis que sempre estão ligadas a ele. Com o retorno de Donald Trump ao poder podemos prever algumas tendências com base em seu mandato anterior e em suas promessas recentes, como na política Interna do próprio país, por exemplo, e como ele pretende ligar com países amigos ou não.
Na economia, provavelmente, haverá foco em cortes de impostos e redução de regulamentações para as empresas, o que pode estimular alguns setores. Se isto ocorrer de verdade, poderá haver aumento do déficit público.
Mas o mote do político é sem dúvida a “imigração”, em que ele se posiciona totalmente contrário (lembremos que eu seu primeiro mandato Trump mandou construir um muro para evitar a entrada de migrantes sul-americanos). Por isso, o que se espera agora é um endurecimento das políticas imigratórias, com medidas mais rígidas para controle das fronteiras e possíveis restrições legais para imigrantes. Mas podemos esperar mais, como o aumento das tensões em torno de temas como direitos civis, racismo e igualdade de gênero, já que Trump, frequentemente, tem criticado os movimentos como o ‘Black Lives Matter’ (vidas negras importam), referindo-se àquele caso produzido por policiais norte-americanos que sufocaram até a morte um cidadão negro do país.
Outro ponto crucial que deve ocupar grande parte do tempo do novo presidente é a política externa. Especialmente com a China, sobre quem é esperado o fortalecimento da postura contra o país asiático, tanto em questões comerciais quanto estratégicas. Trump também se posicionará contra os BRICS, incluindo aí o Brasil, temendo um crescimento deste acrônimo que já congrega muitos países importantes. Já nas relações internacionais, Trump pode priorizar relações bilaterais e agir de forma mais isolacionista, reduzindo o papel dos EUA em organizações multilaterais como ONU e OTAN. Mas o grande calcanhar de Aquiles deve ser mesmo o Oriente Médio e a Rússia, além da China, claro. A abordagem mais pragmática em relação à Rússia e a regimes autoritários pode causar controvérsias e até vir a alterar o equilíbrio geopolítico do planeta. Por isso, todo o cuidado com a atuação do novo presidente americano que assume no próximo dia 20 de janeiro. Ele é um homem muito perigoso e muito falastrão. O que é perigoso. Por isso é preciso ter com ele uma cautela bem significativa para não lhe dar chance de agir como desejaria.
Trump, por exemplo, parece crer mesmo que a Terra não é redonda. Ele também não acredita nesse negócio de “clima e meio ambiente”. Acha tudo uma grande besteira, uma falácia. Ele já se posicionou contrário a um retorno às políticas de regulação ambiental, por um lado. Por outro quer incluir o incentivo ao uso de combustíveis fósseis e uma possível retirada de compromissos internacionais como o Acordo de Paris.
Isso tudo, se implementado, deve causar um impacto global, tanto nas áreas de conservação do planeta como nos mercados financeiros. Incertezas políticas advindas dessa posição podem gerar volatilidade, mas, por outro lado, setores energéticos e de defesa podem se beneficiar. O estilo imprevisível de Trump pode criar instabilidade nas relações internacionais, afetando tanto aliados quanto rivais.
Porém, é importante lembrar que este novo mandato poderá enfrentar a maior oposição doméstica e internacional, o que pode vir a limitar suas ações. Além disso, a conjuntura global e o Congresso dos EUA desempenham papéis cruciais no impacto real de qualquer administração. Apesar de que o Congresso Norte Americano, que também assume neste ano, incluindo membros da câmara e do senado, estará composto, em sua grande maioria, de aliados de Donald Trump. Portanto poderá vir daí boa coisa, ou não!
Por L. Pimentel
Folha do Estado – Itapema











