Hospital Ruth Cardoso agora estadualizado prossegue realizando todos esses procedimentos
Celebrado neste sábado (27), o Dia Nacional de Doação de Órgãos mostra a importância desse ato, que transforma momentos de dor em esperança. O Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, conta com uma Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT), que atua na identificação de potenciais doadores e acolhe famílias em situações de extrema sensibilidade, garantindo que todo o processo de doação seja conduzido com ética, transparência e respeito.
A CHT se reúne todo mês para analisar os casos atendidos, avaliam indicadores e planejam melhorias, além de realizar treinamentos importantes com toda a equipe. No Setembro Verde foram realizadas duas rodas de conversas que reuniram integrantes da comissão para debater assuntos e reforçar a importância do trabalho realizado.
O diretor de enfermagem do hospital e integrante da CHT, Bruno de Oliveira Lopes explica que o trabalho da comissão inicia quando existe a suspeita de morte encefálica, sendo seguido um protocolo rígido com diversos exames.
– Enquanto realizamos os testes, nossa equipe de enfermagem garante que o paciente receba todos os cuidados de UTI, preservando dignidade, higiene e conforto. Após a confirmação, o diálogo com a família é feito de forma clara e acolhedora, respeitando sempre a decisão deles – disse.
De janeiro até o momento, foram abertos seis protocolos de morte encefálica, com duas doações efetivas, duas recusas e duas contra indicações médicas. “Esses números nos orientam a aperfeiçoar o cuidado, a comunicação com as famílias e a preservação de órgãos em condições ideais”, destaca Bruno.
Conforme a CHT, cada protocolo de doação é único e envolve não apenas técnica, mas também empatia. O trabalho de captação é realizado em parceria com a UTI, a neurologia, o centro cirúrgico e a equipe de transporte, formando uma rede integrada.
COMO É O PROTOCOLO EM CASO DE MORTE ENCEFÁLICA
– Dois exames clínicos neurológicos feitos por médicos diferentes, em horários distintos, para confirmar ausência de reflexos e de respiração espontânea.
– Um exame complementar, como eletroencefalograma ou doppler transcraniano, que comprova a ausência de atividade cerebral.
– Tempo médio: pode levar até 48 horas, dependendo da idade e estabilidade do paciente.
Os principais órgãos doados no Hospital Ruth Cardoso têm sido fígado, rins e globos oculares, que beneficiam diretamente pacientes em fila de transplante. Também existe a possibilidade de doação de coração e pulmões, quando as condições clínicas permitem.
– Acima de tudo, reforçamos que o trabalho da CHT não é sobre a morte, mas sobre a possibilidade de vida – ressalta Bruno.
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Texto: Aysla Dias
Fotos: Divulgação PMBC