Está análise faz uma abordagem concreta sobre a prestação de contas feito pela administração da prefeitura de Camboriú e até que ponto o nível de satisfação corrobora com o emprego de políticas públicas agressivas e como registros de ações jamais vistas ou noticiadas por um gestor nos últimos 50 anos
Por José Santana
Análise levanta questões sobre a prestação de contas e até que ponto o nível de satisfação corrobora com o emprego de políticas públicas agressivas e como registros de ações, obras e projeções podem gerar como expectativa, posto que, como dito por um cidadão, “uma prestação de contas jamais feita é vistas ou noticiadas por um gestor nos últimos 50 anos de Camboriú”
A gestão do prefeito Leonel Pavan chega aos 141 dias com um modelo de prestação de contas direto à população, face a face, focado na exposição de resultados concretos, obras entregues e metas alcançadas. Em um cenário nacional de descrença com a política, a iniciativa surpreende não apenas pelo conteúdo, mas pela forma: um relato transparente, informal e com dados reais, reforçando o princípio constitucional da publicidade e da eficiência, conforme os artigos 37 e 6º da Constituição Federal.
Transporte Público Gratuito: política agressiva e constitucional
O ponto mais emblemático dos primeiros 141 dias foi a implantação do transporte público gratuito em Camboriú — uma decisão que poucos municípios ousaram tomar. Trata-se de uma política pública agressiva no melhor sentido do termo: ousada, estrutural e voltada ao direito social do transporte, previsto no artigo 6º da Constituição.
Além de garantir dignidade no deslocamento para quem depende exclusivamente do transporte coletivo, a medida amplia o acesso à saúde, à educação e ao trabalho. O impacto social é inquestionável, e a coragem política em aplicá-la em uma cidade de médio porte merece reconhecimento.
Saúde: presença nos números, ausência na estrutura integrada
Foram mais de 7.198 atendimentos em saúde e 759 famílias assistidas, além de 23 famílias em situação de extrema pobreza acolhidas. A gestão reconhece os desafios nos custos elevados de abrigos e a complexidade da assistência à população em situação de rua. Há resultados, mas também sinais de que é preciso integrar a saúde com políticas sociais permanentes, para além das ações emergenciais.
Educação: manutenção e valorização ainda sem metas pedagógicas
Na área da educação, há reformas e valorização de profissionais, mas faltam indicadores pedagógicos e metas claras. Ainda não foi divulgado um plano para elevação dos índices do IDEB ou combate à evasão escolar, aspectos que sustentam a efetividade de qualquer política educacional.
Assistência Social: envolvimento pessoal, mas carência de articulação intersetorial
O envolvimento do prefeito com casos sociais é visível. No entanto, a ausência de uma política intersetorial estruturada – que integre assistência, saúde, habitação e segurança pública – limita o alcance de ações de enfrentamento à vulnerabilidade social crônica.
Regularização Fundiária: o maior avanço em 50 anos
Uma das marcas mais relevantes da gestão está na regularização fundiária. O prefeito afirma que Camboriú registra, neste início de mandato, a maior regularização de terrenos das últimas cinco décadas em Santa Catarina. No Dique da Pedra, 59 famílias receberão os títulos definitivos de propriedade. Trata-se de um feito histórico para um município onde, por décadas, a informalidade urbana foi regra.
Obras e Integração Urbana: planejamento com visão regional
Projetos estruturantes para mobilidade, contenção de cheias e turismo regional estão no radar da prefeitura. O destaque vai para a proposta de integração entre Camboriú e Balneário Camboriú, com obras no Rio Camboriú e a criação de atrativos como a “ferradura de vidro”, que pode colocar a cidade no mapa do turismo nacional.
Recursos em caixa e o desafio da execução
Com mais de R$ 300 milhões em caixa, Camboriú possui hoje uma das situações fiscais mais confortáveis do estado. Mas isso também acende o alerta: recurso parado sem execução se transforma em frustração coletiva. O momento é de transformar planejamento em obras, orçamento em execução, e ideias em realidades visíveis.
Conclusão: uma gestão de rupturas, resultados e expectativa de continuidade
Os primeiros 141 dias do governo Leonel Pavan não foram apenas produtivos. Foram, sobretudo, simbólicos. Em meio a uma política local historicamente marcada por gestões tímidas ou operacionais, Pavan apresenta ações jamais vistas ou noticiadas por um gestor em meio século, e assume para si o protagonismo de uma gestão que pretende transformar Camboriú em referência regional.
A ousadia de aplicar políticas públicas agressivas – como o transporte gratuito – e a disposição em prestar contas diretamente à sociedade colocam a gestão sob um novo patamar de avaliação. Agora, o maior desafio será manter o ritmo, institucionalizar as conquistas e garantir que essas ações deixem de ser eventos isolados para se tornarem políticas públicas duradouras e eficientes.
📌 José Santana é jornalista, editor do portal Folha do Estado SC, especialista em Gestão Pública e pós-graduando em Direito Constitucional e Administrativo.jornalista e especialista em Direito Constitucional e Administrativo.
