Evento ”Batalha do Silêncio” reuniu MCs de cinco cidades, público diverso e marcou a inauguração simbólica da biblioteca Paulo Freire com freestyle, arte sustentável e participação democrática

Sumário
-
Um novo significado para a biblioteca
-
Rimas que dialogam com educação e sociedade
-
Formato acapella valoriza palavra e escuta
-
Participação regional e diversidade do público
-
Superdrill MC é o campeão da noite
-
Arte sustentável e protagonismo feminino
-
Escola como espaço de cultura viva
1. Um novo significado para a biblioteca
A biblioteca recém-inaugurada do CEJA de Balneário Camboriú ganhou, na noite do evento, um significado que vai além das estantes e dos livros. O espaço se transformou em palco para a primeira edição da Batalha do Silêncio, um encontro que uniu educação, cultura urbana e participação coletiva, reunindo aproximadamente 50 pessoas entre MCs e plateia.
A iniciativa marcou simbolicamente a abertura da biblioteca que homenageia Paulo Freire, reafirmando o local como um ambiente de diálogo, troca de saberes e inclusão cultural.
2. Rimas que dialogam com educação e sociedade
Ao longo das batalhas, os MCs abordaram temas que atravessam o cotidiano escolar e a realidade social brasileira. As rimas passaram por questões como educação, superação pessoal, desigualdade social, filosofias de vida e vivências periféricas, conectando arte e reflexão crítica.
Também surgiram referências diretas à literatura, com citações a Graciliano Ramos, Cruz e Souza e à obra “A Menina que Roubava Livros”, criando uma ponte entre a chamada poesia marginal contemporânea e os clássicos literários.
3. Formato A Cappella valoriza palavra e escuta
A batalha foi realizada no formato acapella, sem o uso de beat ou base instrumental. O modelo exigiu dos MCs domínio da palavra, ritmo próprio e capacidade de improviso puro, colocando o silêncio e a escuta como elementos centrais da disputa.
Cada duelo foi composto por três rounds de 30 segundos, e os dez competidores se enfrentaram ao longo de aproximadamente duas horas de evento, mantendo o público atento e participativo do início ao fim.
4. Participação regional e diversidade do público
O evento contou com MCs vindos de Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Itapema, reforçando o caráter regional da batalha e a força da cultura hip hop no Litoral Norte catarinense.

Na plateia, professores, alunos e visitantes de diferentes idades acompanharam as disputas, participando ativamente por meio do voto democrático, que definiu os vencedores de cada duelo.
5. Superdrill MC é o campeão da noite
Após uma sequência intensa de batalhas, Superdrill MC (William) se consagrou campeão da primeira edição da Batalha do Silêncio. Emocionado, o artista destacou o significado do evento:
“A batalha pra mim foi muito importante, tanto pro meu momento atual, quanto pro que ela representa dentro da inauguração de uma biblioteca. Foi gratificante ser campeão em um ambiente onde as pessoas estavam conectadas com as ideias transmitidas.”
O MC também expressou o desejo de continuidade do projeto, ressaltando o impacto do freestyle como ferramenta cultural e educativa.
6. Arte sustentável e protagonismo feminino
O troféu entregue ao campeão foi produzido em arte sustentável pela multi-artista Paula Pereira Pires, que também foi responsável pela apresentação e coordenação do evento. Sua atuação reforçou o protagonismo feminino na cena cultural e o diálogo entre arte visual, educação e hip hop.
7. Escola como espaço de cultura viva
Para a gestora escolar do CEJA, Maria da Graça, a Batalha do Silêncio representa mais do que entretenimento:
“Batalha é poesia, emoção, realidade. Desenvolve o raciocínio, estimula conhecimento e envolve a plateia através do voto democrático, sempre com máximo respeito. A escola tem o dever de fomentar e introduzir a cultura local aos alunos.”
Segundo ela, abrir a biblioteca para a poesia marginal contemporânea é reconhecer a potência cultural do território e fortalecer o papel social da escola.
Conclusão
A primeira edição da Batalha do Silêncio consolidou-se como um marco cultural no CEJA de Balneário Camboriú, mostrando que a escola pode — e deve — ser um espaço de encontro entre educação formal, cultura urbana e expressão artística contemporânea. A expectativa, agora, é que o projeto tenha continuidade e se expanda, mantendo viva a conexão entre palavra, escuta e transformação social.
Bônus
Confira nas imagens as rimas que mais se destacaram na Batalha do Silêncio:











“A batalha pra mim foi muito importante, tanto pro meu momento atual, quanto pro que ela representa dentro da inauguração de uma biblioteca. Foi gratificante ser campeão em um ambiente onde as pessoas estavam conectadas com as ideias transmitidas.”




