Batalha do Silêncio- Transforma Biblioteca do CEJA/BC em palco de poesia, educação e cultura urbana 12.12.2025

Evento ”Batalha do Silêncio” reuniu MCs de cinco cidades, público diverso e marcou a inauguração simbólica da biblioteca Paulo Freire com freestyle, arte sustentável e participação democrática

Sumário

  1. Um novo significado para a biblioteca

  2. Rimas que dialogam com educação e sociedade

  3. Formato acapella valoriza palavra e escuta

  4. Participação regional e diversidade do público

  5. Superdrill MC é o campeão da noite

  6. Arte sustentável e protagonismo feminino

  7. Escola como espaço de cultura viva


1. Um novo significado para a biblioteca

A biblioteca recém-inaugurada do CEJA de Balneário Camboriú ganhou, na noite do evento, um significado que vai além das estantes e dos livros. O espaço se transformou em palco para a primeira edição da Batalha do Silêncio, um encontro que uniu educação, cultura urbana e participação coletiva, reunindo aproximadamente 50 pessoas entre MCs e plateia.

A iniciativa marcou simbolicamente a abertura da biblioteca que homenageia Paulo Freire, reafirmando o local como um ambiente de diálogo, troca de saberes e inclusão cultural.


2. Rimas que dialogam com educação e sociedade

Ao longo das batalhas, os MCs abordaram temas que atravessam o cotidiano escolar e a realidade social brasileira. As rimas passaram por questões como educação, superação pessoal, desigualdade social, filosofias de vida e vivências periféricas, conectando arte e reflexão crítica.

Também surgiram referências diretas à literatura, com citações a Graciliano Ramos, Cruz e Souza e à obra “A Menina que Roubava Livros”, criando uma ponte entre a chamada poesia marginal contemporânea e os clássicos literários.


3. Formato A Cappella valoriza palavra e escuta

A batalha foi realizada no formato acapella, sem o uso de beat ou base instrumental. O modelo exigiu dos MCs domínio da palavra, ritmo próprio e capacidade de improviso puro, colocando o silêncio e a escuta como elementos centrais da disputa.

Cada duelo foi composto por três rounds de 30 segundos, e os dez competidores se enfrentaram ao longo de aproximadamente duas horas de evento, mantendo o público atento e participativo do início ao fim.


4. Participação regional e diversidade do público

O evento contou com MCs vindos de Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Itapema, reforçando o caráter regional da batalha e a força da cultura hip hop no Litoral Norte catarinense.

Na plateia, professores, alunos e visitantes de diferentes idades acompanharam as disputas, participando ativamente por meio do voto democrático, que definiu os vencedores de cada duelo.


5. Superdrill MC é o campeão da noite

Após uma sequência intensa de batalhas, Superdrill MC (William) se consagrou campeão da primeira edição da Batalha do Silêncio. Emocionado, o artista destacou o significado do evento:

Superdrill MC (William) Campeão da batalha“A batalha pra mim foi muito importante, tanto pro meu momento atual, quanto pro que ela representa dentro da inauguração de uma biblioteca. Foi gratificante ser campeão em um ambiente onde as pessoas estavam conectadas com as ideias transmitidas.”

O MC também expressou o desejo de continuidade do projeto, ressaltando o impacto do freestyle como ferramenta cultural e educativa.


6. Arte sustentável e protagonismo feminino

Batalha do Silêncio reúne MCs e público no CEJA de Balneário Camboriú, celebrando a inauguração da biblioteca Paulo Freire com freestyle, literatura e cultura urbana.O troféu entregue ao campeão foi produzido em arte sustentável pela multi-artista Paula Pereira Pires, que também foi responsável pela apresentação e coordenação do evento. Sua atuação reforçou o protagonismo feminino na cena cultural e o diálogo entre arte visual, educação e hip hop.

7. Escola como espaço de cultura viva

Para a gestora escolar do CEJA, Maria da Graça, a Batalha do Silêncio representa mais do que entretenimento:

“Batalha é poesia, emoção, realidade. Desenvolve o raciocínio, estimula conhecimento e envolve a plateia através do voto democrático, sempre com máximo respeito. A escola tem o dever de fomentar e introduzir a cultura local aos alunos.”

Segundo ela, abrir a biblioteca para a poesia marginal contemporânea é reconhecer a potência cultural do território e fortalecer o papel social da escola.


Conclusão

A primeira edição da Batalha do Silêncio consolidou-se como um marco cultural no CEJA de Balneário Camboriú, mostrando que a escola pode — e deve — ser um espaço de encontro entre educação formal, cultura urbana e expressão artística contemporânea. A expectativa, agora, é que o projeto tenha continuidade e se expanda, mantendo viva a conexão entre palavra, escuta e transformação social.


Bônus

Confira nas imagens as rimas que mais se destacaram na Batalha do Silêncio:

''Penso que o ser humano tem que ser capaz de se compreender nos confins da sua própria mente; poque só assim você rompe o padrão e começa a fazer diferente.''  ''Eu tento montar meu RAP como se fosse uma escultura, com muita cultura contra a ditadura. Então, você não pode usar sua fragilidade pra mostrar que tem uma frágil literatura. Entende o que eu digo? Por ser gramatico e tático: É tipo a gente pensar tanto nas estatísticas e lembrar que o movimento ( Hip-hop) esta estático.''

Dentro da biblioteca eu me encontro no meu habitat natural aos 15 anos eu não era aquela menina, mas colecionava livros e almoçava nos saraus''  realmente não da pra chegar no Uber e dizer que o pix ta pago. Ate porque, hoje eu vim improvisar. Você falou de praiana, eu lembrei de João Frango, cuidado com as minhas rimas, você vai se apaixonar.'' ''Tipo um pensamento de Freire. Se penso, logo existo. Mas se eu to rimando, quando eu penso, logo exito.'' BC ta sobrando poeta, mas ta faltando batalha. Eu acho que é sempre importante reconhecer a nossa hipocrisia e estar mudando a cada dia. Hoje eu sou melhor do que ontem, e certeza, pior que amanha, Independe, to sendo preciso agora, mantendo a constância de cada dia. Você falou que é fraca a minha literatura, muito bom seu argumento - pena que nenhuma regra gramatical consegue impor um limite no meu sentimento. Enquanto a escola nos fala SEJA, eu olha pra você e posso te dizer que você JÁ É.''

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