Cidadão chama Ramos de “Jaguara”: conflito entre vereador e morador gera polêmica nas redes sociais

A presença de um barco estacionado na Rua 129A, na região central de Itapema, desencadeou um conflito público entre um morador e o vereador Ramos. A situação ganhou repercussão após o parlamentar divulgar um vídeo afirmando que a embarcação estaria abandonada, o que motivou forte reação por parte do proprietário.
“Em resposta dura ao vídeo do vereador, Sidnei Vieira, o proprietário da lancha acusou Ramos de agir com sensacionalismo e disparou: ‘Ramos, deixa de ser “jaguara” e fala a verdade.’” link: https://www.instagram.com/reel/DSA-ey1Emxt/?igsh=MWZtcjRpbXQyNTh5Nw==
O que diz o vereador
Em vídeo nas redes sociais, o vereador Ramos afirma que o barco aparenta estar abandonado. Ele destaca que a embarcação está sobre uma carretinha sem rodas e em condições consideradas precárias, sugerindo que não recebe manutenção há tempo.
Segundo ele, moradores teriam encaminhado diversas reclamações sobre o incômodo gerado na via pública e solicitado intervenção do poder público.
O vereador defende que o caso seja encaminhado à Secretaria de Segurança Pública e que a remoção do barco seja avaliada por se tratar, segundo ele, de um “veículo abandonado na via”.
Integra da fala do vereador em seu vídeo denúncia em sua rede social:
“O barco só pode estar abandonado, porque ele está em cima de uma carretinha que nem roda não tem. Dá uma olhada. Agora, esse barco aqui vai ter que sair daqui, porque o veículo abandonado na via não pode. A gente vai ter que conversar com o pessoal para a gente tirar isso daqui. A gente vai dizer que ele tem motor, tudo certinho, só que deve estar para arrumar aqui. E não deram conta, não se acertaram no preço, mas está bem zoado. Dá uma olhada aí. A gente vai pedir para a Secretaria de Segurança Pública para dar uma resposta para a população aqui e retirar esse barco do local, tá? Vou deixar a gente para atender essa demanda aí”

O que diz o proprietário

Sidnei Vieira

O dono do barco contesta as afirmações. Ele mora há 19 anos na região e afirma que a lancha não está abandonada. Segundo ele, o atraso nos reparos ocorre por falta de condições financeiras e não por descuido.

O proprietário também nega a existência de água acumulada dentro da embarcação, convidando o vereador a ir ao local comprovar.
Ele afirma ainda que a Prefeitura já esteve na rua, realizou notificação formal e concedeu prazo de regularização — prazo que diz estar cumprindo. Além disso, contesta a versão de que haveria “dezenas de denúncias”, dizendo saber que apenas uma pessoa teria reclamado.
O morador também acusou o vereador de agir com sensacionalismo e distorcer fatos, reforçando que sua resposta foi motivada pela repercussão pública do vídeo.
Integra da fala do

Comparativo ponto a ponto dentro do caso

Para entender melhor as divergências, veja como cada lado apresenta os fatos centrais deste episódio:

Situação do barco

Vereador Ramos: o barco aparenta abandono, com carretinha sem rodas e estado precário.
Proprietário: a embarcação está sob sua guarda; a falta de reparo se deve a dificuldades financeiras.
Condição interna (água)
•Vereador: insinua que há acúmulo de água.
•Proprietário: afirma que não existe água e desafia o vereador a verificar pessoalmente.
Denúncias de moradores
•Vereador: diz ter recebido diversas reclamações.
•Proprietário: sustenta haver apenas uma denúncia.
Ação da Prefeitura
•Vereador: pedirá providências e considera a remoção necessária.
•Proprietário: informa que já foi notificado e que está cumprindo o prazo dado pela fiscalização municipal.
Pedido de remoção
•Vereador: a remoção é necessária por se tratar de potencial abandono.
•Proprietário: diz que tem prazo legal e não descumpre determinações.
Posicionamento político
•Vereador: age, segundo ele, em caráter fiscalizador.
•Proprietário: acusa o parlamentar de sensacionalismo e perseguição.
Resposta pública
•Vereador: publicou vídeo com a denúncia.
•Proprietário: respondeu com vídeo contestando ponto a ponto e fazendo críticas pessoais.
Fiscalização municipal
Apesar da polêmica, o fato objetivo é que a Prefeitura já havia atuado no caso. Documentos apresentados pelo morador mostram que fiscais estiveram na Rua 129A, emitiram notificação e concederam prazo.
Até o momento, não há manifestação pública do Município após o vídeo do vereador.

Situação permanece em análise

A remoção ou permanência do barco dependerá da avaliação da Secretaria de Segurança Pública e do setor de fiscalização, que devem analisar novamente a situação diante da repercussão.

Integra da fala do Sidnei Vieira:

‘Ramos, por que você não faz uma denúncia de utilidade pública baseada na verdade? Eu sou proprietário da lancha e moro aqui há 19 anos. Minha família é daqui — minha avó vendia farinha de carroça nessa região, somos do Saragosso. E agora você vem dizer que a minha lancha está cheia d’água? Então venha aqui e mostre onde existe uma gota dentro da embarcação. Fale com a verdade. Se eu ainda não consegui fazer os reparos, é porque não tenho condições no momento. A prefeitura fez o papel dela, veio até aqui, os fiscais conversaram comigo e eu pedi prazo. Eles foram corretos, me deram esse prazo — e eu estou cumprindo. Agora, você diz que existem dezenas de denúncias? Mostre as denúncias. Você só tem uma, e eu sei exatamente de onde veio. Mas não vou expor ninguém porque respeito o direito de resposta. Antes de gravar vídeo atacando trabalhador, busque informação. Agir com sensacionalismo em cima de mentira não é serviço público. E já que você fala tanto de verdade, por que não conta episódios do seu passado? Situações em que você tratou de forma injusta quem só estava trabalhando. Essas histórias não foram esquecidas, Ramos. Mas não tem problema. A próxima eleição está aí. Se Deus permitir que eu esteja vivo, vou mostrar nas redes sociais o que é verdade e o que é mentira — com documentos, como sempre deveria ser. Pare de oprimir o povo de Itapema com invenções. Tenha responsabilidade com o cargo que ocupa e aprenda a agir com decência.”
O que diz o termo “Jaguará”: O dicionário não registra o uso pejorativo moderno (gíria do Sul), mas registra o significado original tupi, que é a base etimológica verdadeira.
Os sentidos atuais (“pessoa ordinária”, “malandro”, “vira-lata”) aparecem em dicionários de regionalismos e no uso popular, não nos dicionários etimológicos clássicos.
Da redação
Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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