Em participação no UOL News desta segunda-feira, o jornalista internacional Jamil Chade afirmou que vê o gesto de solidariedade de Lula à tragédia na Turquia e na Síria como uma possibilidade de reaproximação com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Jamil explicou como situações de emergência podem se tornar um componente fundamental para a aproximação de dois países.
É óbvio que o centro é recuperar vidas, mas é muito claro que, em todos os momentos de desastres naturais, as diplomacias entre aliados ou daqueles que buscam alianças se apresentem para construir relações. Na política internacional, todo gesto tem um componente político e um contexto. Quando um país manda ajuda, mostra que também é um ator internacional.
No caso do Brasil, Lula já mantinha boas relações com o presidente turco em seus primeiros mandatos, o que já facilitaria uma reaproximação. Lula e Erdogan mantiveram uma boa relação, que era de dois países emergentes que queriam ter um protagonismo internacional. Vamos ver como essa manifestação se traduz em uma ajuda.
REFUGIADOS
A questão dos refugiados se tornou um problema grave no Brasil, com uma fila gigantesca de estrangeiros esperando pela análise de seus pedidos. Além do grande fluxo de pessoas, o colunista mostra como o governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou este assunto em segundo plano. Nos últimos quatro anos, vivemos um corte nos recursos para lidar com os refugiados. No Brasil, 58 agentes lidam com 134 mil pedidos de refúgio. De um lado, há uma situação real, com a chegada de refugiados. Do outro, um Estado que, como vimos em outros departamentos, desmontou a resposta a um problema real.
O comentarista Josias de Souza destacou a importância do encontro entre Lula e o presidente dos EUA Joe Biden nesta semana. Ele ressaltou o lado irônico de um dos assuntos em pauta: enquanto o petista conversa sobre formas de barrar ataques à democracia, Jair Bolsonaro (PL – que está nos EUA) tenta a obtenção de um visto norte-americano para prolongar sua permanência no país.
É uma viagem importantíssima. O Brasil deixou de ser um pária orgulhoso e de passar vergonha no exterior. Lula disse que era essencial discutir com Biden uma forma de combater a extrema-direita no mundo e firmar um acordo internacional que leve a uma regulação global das redes sociais.
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