Sem comentários, mas esta é a realidade de centenas de famílias que enfrentam o risco de invadir terrenos públicos e privados no território de Itapema, hoje, 05, dezenas foram despejadas, sofreram ameaças, tiveram suas casas incendiadas, pertences queimados e desalojadas sem que o Estado apontasse uma alternativa de sobrevivência, às crianças, mulheres e idosos.
Habitação em Itapema uma tragédia anunciada
Itapema, segundo dados informais teria cerca de 1,5 mil famílias vivendo em moradia indigna com o direito constitucional.
Ação conjunta das autoridades, nesta sexta-feira, 05, nas proximidades da 406H, corte de energia, demolição de barracos, revela a que ponto em pleno século XXI, deveria estas cenas estar apenas nos registros históricos como os da idade da pedra e média, quando as pessoas viviam em cavernas.
Famílias, ou melhor, centenas delas estão completamente desassistidas, abandonadas sem quaisquer expectativas, tiveram como alternativas invadir para não viver ao relento, às crianças, adolescentes e idosos jogados sem eira e nem beira.
Em uma entrevista, um cidadão, diz: só quero fazer um apelo! “Sou eu, minha esposa e dois filhos, recebo 1,5 mil como servente de pedreiro, minha mulher desempregada, como vou pagar um aluguel de 1,2 mil, vamos viver do quê, do vento, querem nos aniquilar, não vejo os ventos da dignidade fluírem, vejo o braço da injustiça do estado nos guilhotinar, conjectura a esposa”. Outra mulher, com os olhos vermelhos, vem aos gritos, me ameaçaram com armas, colocaram fogo na minha casa, queimaram meus documentos e pertences, o que me resta a apelar!
Outro, jovem, chora ao falar sua trajetória, gostaria de ter um teto, podia ser sem paredes por 500 reais de aluguel que me mudaria, agora resta ir para onde, pergunta-me?
Uma senhora desmaia e um grupo de mulheres a cercam, fazem um cordão de isolamento, enquanto outras a ventilam com uma camiseta. Sai do meio do tumulto outra despejada, cadê a prefeita Nilza, veio aqui pedir votos, os vereadores vieram também, eles não estão do nosso lado, mandaram a Guarda Municipal para como um recado sonoro, não reajam, porque podemos usar a força, foram gentis ao dizer-nos, estamos aqui para cumprir a LEI, corta a luz, derrubar os barracos com as máquinas e dar a vocês um endereço a seguir a estrada e o relento e a vossa casa, a lua e o sol, o teto, terrível é o nosso futuro, esbravejou.
[É assegurado pela Constituição Federal de 1988, o direito à moradia é uma competência comum da União, dos estados e dos municípios. A eles, conforme aponta o texto constitucional, cabe “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”.]
O que de fato temos como convencimento que o governo não representa e que não é necessário ouvi-los, devida vênia, desde a fundação do município há 61 anos, os governos não se escreveram ou desenvolveram quaisquer programa de habitação, não existe planejamento ou vontade política dos agentes estatal em implementar o dispositivo do artigo 23/CF, do direito a habitação de saneamento básico” (inciso IX)
O governo presente e os que passaram representaram o poder econômico e da exploração imobiliária, se constata que existe uma indústria cruel de alugueis fora da realidade econômica dos inquilinos, dos trabalhadores que tem renda média, de R$ 2,2 mil e os aluguéis, giram em torno de R$1,9 mil. Uma indústria explorativa vem sendo financiada diretamente pelas ações dos Governos, visto que não existem movimentos ou ações como projetos para viabilizar um programa justo para minimizar os impactos do déficit de moradia na cidade de Itapema.
Estou falando e convido o governo de Itapema, através do seu gestor de Planejamento para uma audiência pública aberta na Câmara de Vereadores para debater o tema que é de interesse público, sem politicagem, trazer o que eles tem de iniciativas ou de programas futuros de habitação para as famílias com renda de até dois salários mínimos?
José Santana – jornalista com habilitação em Gestão Pública
47-996602945
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